Viet Cong – Viet Cong (Jagjaguwar/Flemish Eye)

Nota: 7

Viet Cong – Viet CongMuitos chamam de influência. Outros preferem dar o nome de inspiração, referência. Mas a verdade é que, muitas vezes, a vontade de se parecer, de alguma forma, com um ídolo “inspirador”, acaba transformando uma banda nova, com potencial promissor, em algo forçado demais. Foi o que aconteceu na estréia do Interpol, “Turn on The Bright Lights”, em 2002, quando era quase possível reconhecer o falecido Ian Curts, do Joy Division, nos vocais. E é o que ocorre agora, neste primeiro álbum dos canadenses do Viat Cong, demasiadamente parecidos com o Interpol.

Não se trata exatamente de uma cópia da cópia. Até porque os nova-iorquinos do Interpol, que lançaram recentemente seu quinto álbum, conseguiram se desvencilhar um pouco da imagem – e do som – do Joy Division e ganharam sua própria identidade. O fato é que o Viet Cong tem uma boa proposta, mas precisa deixar para trás uma semelhança que não é real, que parece planejada.

Paredes de guitarras dissonantes e a presença inconfundível de referências que vão do Pós-Punk ao Gótico, não deveriam precisar escorar-se em um nome emblemático do Rock – o Joy Division – para ganhar interesse e respeito. E o fato é que não precisam mesmo, ainda que o próprio quarteto ainda não tenha se dado conta disto.

A voz poderosa do baixista e vocalista Matt Flegel é um dos grandes trunfos da banda que foi formada em 2012 e conta ainda com o baterista Wike Wallace, e os guitarristas Scott Munro e Daniel Christiansen. O disco, que vem conquistando a crítica norte-americana, é denso, angustiante. Tanto no som, quanto nas letras, é fácil para o ouvinte se transportar para a primeira metade da década de 1980 e lembrar de nomes como The Cure – bem no início da carreira – ou Guided By Voices.

Um dos destaques é a faixa “Continental”, o primeiro single, que também já tem clipe disponível. Ao vivo – já há várias passagens da banda pelos palcos no YouTube, eles soam ainda mais pesados e melancólicos. “Bunker Buster” também vale a atenção especial de quem gosta de algo menos rebuscado ou cheio de nuances. É o contrário de “Death”, faixa de 11 minutos que encerra o álbum, recheada de idas e vindas e com um foco especial na bateria.