The Strokes – Future Present Past (Cult Records)

Nota: 6,5

the-strokes-future-present-past-capaPara aplacar a sede dos fãs que não ficaram lá muito felizes com as últimas incursões solo de Julian Casablancas, o músico reaparece à frente de sua banda original, The Strokes, trazendo novidades. Não, pensando bem, de novo mesmo, não há muita coisa. Eles lançaram, no último dia 03, o EP “Future Present Past”, contando com apenas três faixas inéditas e um remix feito pelo baterista, Fabrizio Moretti, para uma delas.

O som segue um pouco a linha do que vem sendo apresentado pelo grupo em seus últimos trabalhos, principalmente, em “Comedown Machine”, de 2013, e sua aura oitentista .“Oblivius”, primeiro single, traz a mistura já conhecida de guitarras sobrepostas e uma pegada eletrônica. E é o que se ouve no restante do disco também. Desde os vocais, muitas vezes distorcidos, até os teclados cheio de efeitos, o som, indiscutivelmente, se direciona para as pistas.

Para quem gosta de rótulos, é cada vez mais distante o de “banda de rock” para os Strokes. Eles, que sempre curtiram essa mistura, se mostram muito interessados em sintetizadores e afins, dispostos a experimentar, deixando em segundo plano a simples, boa e velha guitarra.

A exceção é “Threat Of Joy”, que remete aos primeiros álbuns de Casablancas e companhia, há mais de 15 anos. Mais crua, sem firulas, um riff poderoso e refrão cheio de energia. A terceira faixa é a esquisitona “Drag Queen”. Sombria, e obscura, talvez o início de um novo caminho. Se as três músicas querem representar o futuro, o presente e o passado do título do EP, pode-se dizer que a banda prepara-se para entrar em uma fase bem mais “dark”.

Depois de ouvir algumas vezes “Future Present Past”, chega-se à conclusão de que, apesar de não ser um trabalho ruim, é, na verdade, mais do mesmo, o que acaba desanimando um pouco quem anda com saudades dos primeiros anos da banda, quando “Is This It”, álbum de estreia, em 2001, deu uma sacolejada no marasmo do indie rock na época.

Mais uma vez, o ouvinte chega ao final das quatro faixas esperando por alguma coisa realmente empolgante, que não chega. A impressão é de que eles querem – e até tentam mudar – mas falta empenho de verdade. Ainda não há confirmação sobre um novo álbum completo. Mas seria bom que quando esse vier, chegue com mais ânimo e mais vontade.