The Kills – Ash & Ice (Domino Records)

Nota: 7,5

the-kills-ash-ice-resenhaCinco anos depois do, até elogiado, porém, nem tão inspirado “Blood Pressures”, alguns projetos paralelos e participações individuais aqui e ali, problemas de saúde e uma viagem à Rússia em busca de novos sons, a dupla Alison Mosshart e Jamie Hince retoma o trabalho com o The Kills. O resultado da retomada da parceria entre a americana e o britânico é “Ash & Ice”, quinto álbum da banda, lançado oficialmente neste 03 de junho.

Se a guitarra de Hince soa diferente, não é à toa. O músico teve que “reaprender” a tocar seu instrumento depois de algumas cirurgias por causa de uma grava lesão na mão. Seja apenas por isso ou não, fato é que o som que envolve todo o álbum, vem mais cru, mais sujo do que de costume. A dupla reaparece com mais vontade de ousar, sair um pouco de sua zona de conforto.

Mas que ninguém vá esperando uma revolução sonora aqui. A vocalista declarou em entrevista recente que o novo disco seria “completamente diferente” dos anteriores, mas não é para tanto. A essência ainda é a mesma. O que houve, sem dúvida, foi um crescimento e amadurecimento do The Kills e com isso, talvez uma necessidade de explorar influências e abrir horizontes.

De cara, o primeiro single, “Doing it To Death”, chega psicodélico e com muita energia em um clipe bem bacana, cheio de imagens surrealistas de pessoas sem cabeça e coreografias divertidas. O restante das 12 faixas segue o mesmo caminho, cada vez mais, flertando com a música eletrônica e abrindo também espaço para os sons mais soturnos. Mas, no geral, trata-se de um trabalho predominantemente dançante.

Há um pouco de tudo, desde os refrões grudentos e melodias super pops, o caso da própria “Doing It To Death” ou “Whirling Eye”, que abrem e fecham o disco, respectivamente, até músicas que soam um pouco fora do padrão do Kills, como a balada “Echo Home”.

É interessante perceber a evolução de Alison como vocalista. Ela parece bem mais solta e dona de sua voz. O disco traz algumas baladas acústicas em que isso fica claro. “Hum For Your Buzz” e sua pegada blues, adornada exclusivamente pela guitarra de Hince, tem um quê do rock produzido na década de 1970 e, se os boatos da vinda da banda ao Brasil ano que vem se confirmarem, poderemos confirmar todo o potencial vocal da moça no palco.

O trabalho já está disponível para streaming. Ouça abaixo pelo Spotify.