Rock in Rio 2017: The Kills mostra seu indie rock no Palco Sunset

Rock in Rio 2017: The Kills mostra seu indie rock no Palco Sunset

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Foto: I Hate Flash

Para algumas bandas não importa estar no palco de um festival, dividindo atenção com vários outros artistas. O que elas querem é tocar e apresentar seu espetáculo para os fãs. A questão é que, quando não se é a atração principal da noite, muitas vezes, mudanças no repertório podem ser necessárias para animar uma plateia geralmente bastante heterogênea, e conquistar aqueles que estão ali aguardando o headliner da noite.

Foi o que aconteceu com a dupla The Kills, que tocou no Palco Sunset, no quarto dia dessa sétima edição do Rock in Rio, esquentando uma Cidade do Rock ainda vazia, que aguardava os medalhões Aerosmith. Alison Mosshart e Jamie Hince chegaram de mancinho, subindo ao palco cinco minutos antes da hora marcada, fazendo a alegria dos fãs, que eram maioria naquele momento. Começaram com a ótima “Heart Of A Dog”, do disco mais recente, lançado ano passado, e emendaram com “URA Fever”, um clássico da dupla.

A vocalista e o guitarrista, ela com seus movimentos performáticos e sensuais, e ele com seu estilo britânico impecável, apoiados por um baterista e um baixista e tecladista, preencheram o palco como se fossem uma banda formada por vários integrantes. Pouco falantes mas muito carismáticos, apresentaram em uma hora, 12 canções que misturavam um pouco de cada fase da dupla, que começou em 2003. Brindaram a plateia com o mais puro indie rock: simples, direto, executado sem firulas e com muita competência.

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O único erro do Kills talvez tenha sido a disposição das músicas. Ao invés de ir crescendo, o show foi ficando mais lento, ao mesmo tempo em que o lugar ia ficando mais cheio. Faixas dançantes como “Hard Habit to break” e a psicodelia de “Kissy Kissy” deram lugar ao romantismo um tanto obscuro de “Baby Says” e a não menos dark “Echo Home”.

O ponto alto da apresentação, em termos de empolgação fora do palco foi “Sour Cherry”, acompanhada por palmas e o coro dos fãs. E então, sem aproveitar o clima festivo que se instalou, encerraram a noite com “Pots And Pans”, lenta, arrastada, com Alison mandando ver nos tambores, emendada com “Monkey”, no mesmo estilo, abrindo espaço para a guitarra melancólica e sofrida de Jamie.

Depois disso, a dupla se despediu e logo entraram os fogos de artifício, anunciando o início dos shows no Palco Mundo, deixando a galera meio sem entender o que havia acontecido. A sensação foi de que o Kills havia sido interrompido no meio do caminho, apesar de terem agradecido e se despedido na hora marcada para o fim da apresentação.