Blur – The Magic Whip (Parlophone)

Nota 9

blur-the-magic-whipForam 12 anos de espera. Muita gente já nem acreditava que haveria um novo disco de inéditas. Quando eles se reuniram para uma turnê, em 2009, a esperança renasceu, mas não durou muito. E, para surpresa geral, Damon Albarn e companhia resolveram aproveitar o tempo juntos em um estúdio, em 2013. O resultado é “The Magic Whip”, oitavo álbum dos britânicos do Blur, que chega às lojas nesta segunda-feira, 27, e que, de quebra, ainda traz de volta Graham Coxon, guitarrista da formação original que há 16 anos estava fora da banda.

Vazado na Internet há algumas semanas pelo próprio Blur, que liberou uma versão ao vivo gravada durante um show para cerca de 300 pessoas, em Londres, o disco enche de alegria os ouvidos dos fãs mais exigentes. “The Magic Whip”, que teve como primeiro single “Go Out”, uma delícia dançante, no estilo do que o quarteto fazia na década de 1990, é muito superior ao trabalho anterior, “Think Tank”, lançado em 2003 e que não despertou muito interesse no público e na crítica.

O pontapé inicial para as 12 canções é a ótima “Lonesome Street”, que remete, mais uma vez, aos melhores momentos do Blur, lá pelo meio da década de 1990, época do inigualável “Parklife”. É britpop na veia para quem andava com saudades. E se havia alguma dúvida, logo de saída, fica clara a falta que Coxon fez durante todo esse tempo. A balada “New World Towers” e seu solo final, é mais um exemplo disso.

Esta canção por sinal, é uma das mais bonitas do disco e seu tom mais melancólico faz lembrar da estréia solo de Damon Albarn, “Everyday Robots”, lançado ano passado. E esta não é a única faixa que recupera aquele clima mais introspectivo impresso no trabalho do vocalista sem a banda. “Ong Ong” é outra que poderia muito bem se encaixar naquele CD. A não menos melancólica “Ghost Ship” também merece destaque por seu belo arranjo.

É possível perceber uma diversidade de estilos e a importância que os trabalhos paralelos de Albarn tiveram para seu crescimento como compositor e intérprete, o que acaba se refletindo no restante da banda. “Go Out”, por exemplo, traz um toque de Gorilazz ao álbum. “There Are Tôo Many of Us” é prova deste amadurecimento do músico como letrista. Os versos cantam Hong Kong, onde o álbum foi gravado, e trazem o Blur para 2015, mostrando que, apesar de flertar com o passado, não querem viver dele.

Mas o melhor momento de “The Magic Whip” está bem no meio do disco. A sétima faixa, “My Terracotta Heart” vem cheia de beleza e nostalgia. É mais uma que remete à carreira solo de Albarn. Com poucos momentos “sem inspiração” – o caso de “Ice Cream Man” – o CD, de maneira geral, se faz especial para quem andava tão saudoso de uma das bandas mais representativas do rock inglês. Já há quem diga que será o último da banda. Verdade ou não, uma coisa é certa: seria um belo último suspiro.

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