The Winery Dogs dá uma verdadeira aula de música em SP

the-winery-dogs-sp
Foto: Bárbara Martins

Com apenas quatro anos de existência e dois álbuns no currículo, o The Winery Dogs esteve pela segunda vez em São Paulo. A primeira passagem do grupo aconteceu em 2013, no Carioca Club, quando a banda impressionou e mostrou o porque de serem um dos supergrupos mais comentados da música. Três anos depois, o trio comandado por Richie Kotzen tocou para um Tropical Butantã (casa essa praticamente três vezes maior que a da turnê anterior), na última quarta-feira (18), com os ingressos esgotados. A noite ainda contou com a abertura da banda de Jeff Scott Soto (S.O.T.O), que trouxe em seu repertório versões de Journey, Twisted Sister, Queen e até mesmo Steel Panther.

Às 21h30, conforme o combinado, o The Winery Dogs subiu ao palco. O trio de peso, formado por Richie Kotzen (Mr. Big, Poison), Billy Sheehan (Mr. Big, David Lee Roth) e Mike Portnoy (Dream Theater, Adrenaline Mob), deu inicio à sua apresentação com “Oblivion”, faixa do mediano e mais recente trabalho da banda, “Hot Streak” (2015). A faixa escolhida para fechar a dobradinha inicial, foi “Captain Love”, também do mesmo disco.

the-winery-dogs-sp-3
Foto: Bárbara Martins

O primeiro contato do grupo com o público veio logo antes de “Hot Streak”, quarta faixa do repertório. “São Paulo, como vocês estão?”, disse Portnoy. “Nós somos o Winery Dogs! Mas vocês sabem disso”, ainda brincou o baterista. Durante a faixa-título do álbum, o destaque ficou com um incrível solo de Billy Sheehan, que arrancou aplausos da plateia.”How Long” e “Time Machine” deram sequência ao espetáculo. Nessa última, os olhos dos presentes ficaram voltados para Richie, que demonstrou conhecer com excelência todos os caminhos possíveis de seu instrumento, solando com maestria e sem qualquer tipo de dificuldade, dispensando o uso de palhetas.

As habilidades e técnicas de qualquer um dos três membros do grupo é inquestionável. O virtuosismo funcionava de maneira contagiante, levantando o público e deixando a plateia impressionada, sem aquele excesso que muitas vezes encontramos em músicos virtuosos, que acham divertido tocar mil notas por milésimo de segundo e acabam tornando as apresentações uma chatice. As harmonias e melodias funcionam tão bem, de maneira que em certos momentos do espetáculo, não se sabe qual integrante merece mais atenção.

the-winery-dogs-sp-2
Foto: Bárbara Martins

Dando sequência ao show, mais uma vez Portnoy se dirigiu ao público. “Como vocês estão, São Paulo?”, perguntou o músico e brincou novamente: “É bem bacana estar de volta! Quando estivemos pela primeira vez em São Paulo nós eramos apenas filhotes, ainda não eramos cães adultos”. “Eu tenho que admitir, São Paulo é um dos melhores lugares para tocar”, continuou Portnoy, antes de finalizar pedindo para a publico aplaudir no mesmo compasso de seu cowbell, durante a faixa “Empire”.

Um dos momentos de destaque da apresentação veio logo a seguir, quando Kotzen foi deixado sozinho no palco. Para a alegria e surpresa dos presentes, Richie pegou o seu violão e tocou uma parte de “You Can’t Save Me”, faixa de sucesso do guitarrista, que não era tocada desde 2013. A música foi cantada por todos os presentes, assim como a faixa seguinte, “Fire”, também executada apenas com Richie. Já com os três integrantes juntos novamente, foi a vez da balada “Think It Over”, com Kotzen assumindo os teclados dessa vez.

the-winery-dogs-sp-1
Foto: Bárbara Martins

Como não poderia faltar, Portnoy também teve o seu momento. Com direito a baquetadas na caixa de som, no chão do palco e até mesmo no pedestal do microfone, o baterista mostrou o porque de sempre estar sendo convidado para participar de bandas e projetos. “The Other Side” deu sequência ao repertório e abriu alas para a posterior apresentação de Billy Sheehan, que deixou a plateia boquiaberta, usando e abusando dos “tappings”, ao maior estilo Eddie Van Halen das quatro cordas.

Já na reta final do show, foi executada a dobradinha de ouro do grupo, com os hits “I’m No Angel” e “Elevate”. “Regret” e “Desire” foram as faixas escolhidas para o bis, encerrando em São Paulo uma verdadeira aula de música e uma apresentação impecável que, com toda a certeza do mundo, agradou a todos os presentes. Vamos torcer para que o Winery Dogs não demore para retornar à capital paulista. O grupo encerra a turnê em solo canarinho neste sábado (21), em Londrina.

Setlist:

Oblivion
Capitain Love
Hot Streak
How Long
Time Machine
Save Me
Fire
Think it Over
Solo bateria
The Other Side
Solo baixo
Ghost in Town
I’m no Angel
Elevate
Regret
Desire