Slipknot transforma Anhembi em um verdadeiro inferno

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Foto: Stephan Solon/Move Concerts

O Slipknot tocou o terror em São Paulo, nesse domingo, 27, em show na Arena Anhembi. Pouco antes, a galera curtiu a abertura o grupo de Atlanta Mastodon, porém, devido a forte chuva que caiu no local, o show foi prejudicado. A apresentação foi encerrada com apenas 30 minutos, mas ainda assim os caras foram muito aplaudidos pelo público.

A banda de metal de Iowa Slipknot entrou no palco decorado com uma cabeça de demônio gigante e alguns bodes satânicos espalhados nas percussões. Regado à pirotecnia para espantar a chuva, que destruiu o show anterior, a performance começou com “Runnin’ With the Devil” e “XIX”, acendendo o Anhembi que se transformou em um inferno uníssono.

Corey Taylor, acompanhado de seus personagens demoníacos, fez as rodas de pogo surgirem logo no início com “Sarcastrophe”, “The Heretic Anthem” e “Psychosocial”. Enaltecido por sua família, como chamou o público, o vocalista soltou que São Paulo é uma das cidades que mais curte, estando no seu top 3 de lugares para tocar. Ainda disse que a plateia era mais barulhenta que a do Rock In Rio e toda aquela euforia seria devolvida em heavy metal ali na pista.

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Foto: Stephan Solon/Move Concerts

As músicas do último disco “.5: The Gray Chapter” – singela homenagem ao baixista Paul Gray, encontrado morto em quarto de hotel em 2010 – esteve em grande parte do repertório, sendo recebido em louvor pelas canções “The Devil in I”, “AOV” e “Killpop”.

O Slipknot lamentou o tempo ruim que fez o show do Mastodon ser interrompido, mas pediu um barulho em agradecimento à banda. Na sequência, vieram os hits “Vermilion”, “Wait and Bleed”, “Before I Forget” e “Duality”. As chamas erguidas ao fundo e em volta da banda dava a entender que aquilo era o inferno e eles eram os reis das trevas.

A energia estava forte e a recíproca era automática. Quando a bandeira do Brasil foi erguida, Corey já tinha certeza que não precisava de mais nada, além de explodir tudo. Então fez todos os presentes ficarem agachados em “Spit it Out”, para uma roda de bate-cabeça enorme tomar conta do local. Mesmo dividido em duas pistas, todo mundo participou. Dava para ver a fumaça saindo dos corpos das pessoas em uma mistura de corpos molhados e calor da agitação. Ovacionados, a banda não parou por um minuto e se despediu com “Custer” para voltar com um encore mais poderoso.

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Foto: Stephan Solon/Move Concerts

“(Sic)” e “People = Shit” foram encerrando a festa macabra que até então pode ser considerado um dos grandes shows de 2015. O triunfo foi certeiro e “Surfacing”, colocou fim no que podemos chamar de inferno bom que os caras fizeram por aqui.

Essa entrega que rola entre a banda e a plateia é algo difícil de ver em shows de rock hoje em dia. Não importa o valor do ingresso, a chuva, o local, todos estavam ali para uma única coisa e saíram de lá transbordando ela. O Slipknot pode assustar pelo visual e o som pesado para algumas pessoas, mas não se engane, a banda é muito mais do que isso. Eles fazem música com alma e recebem em devoção o que entregam.

Setlist da noite:

 XIX
Sarcastrophe
The Heretic Anthem
Psychosocial
The Devil in I
AOV
Vermilion
Wait and Bleed
Killpop
Before I Forget
Sulfur
Duality
Disasterpiece
Spit It Out
Custer

Encore:
742617000027
(sic)
People = Shit
Surfacing