Rock in Rio: Project46 fala sobre a expectativa de tocar no festival

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Foto: Divulgação

O Project46 se apresenta nesta quinta-feira, 24, às 15h, no Palco Sunset, do Rock in Rio. Henrique Pucci, baterista do grupo, bateu um papo com o Ligado à Música sobre a expectativa de tocar pela primeira vez no megafestival.

O músico também comentou sobre o início da banda, as influências, shows no exterior, circuito underground brasileiro, e a sensação de tocar no mesmo evento que o Slipknot, grande inspiração do grupo. Confira a seguir.

LIGADO À MÚSICA: Como surgiu o Project 46? No início era um cover do Slipknot?

HENRIQUE PUCCI: O Project46 surgiu do Slipknot Cover, que começou como uma brincadeira entre amigos. Com o tempo sentimos a necessidade de expressar nossas próprias emoções através de nossas composições, então o Vini e o Jean, nomeados 4 e 6 no Slipknot Cover, começaram um ‘Projeto’ autoral com os respectivos números dos integrantes do Slipknot.

LIGADO À MÚSICA: Quais são as influências que a banda busca para o som?

HENRIQUE PUCCI: Nós nos influenciamos de muitas formas, seja uma música, um filme, uma situação vivida, todo nosso ambiente influencia nosso som. O que temos que fazer é nos deixar ser usados pela música, ir a fundo em nossas emoções e colocar pra fora. Não sabemos como vai ser o próximo CD, e isso que é a mágica da música.

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Henrique Pucci, baterista do Project46 (Foto: Divulgação)

LIGADO À MÚSICA: As letras são agressivas e em português. Como chegaram nesse perfil?

HENRIQUE PUCCI: As primeiras composições foram em inglês, porque simplesmente era como normalmente se fazia, mas definitivamente não estamos nessa para fazermos o que normalmente se faz, senão nossa banda não seria necessária. Devido a uma sugestão de nosso produtor Adair Daufembach, resolvemos experimentar fazer uma versão de “Amanhã Negro”, gostamos tanto que depois não conseguimos lançar mais nada em inglês. É o que somos, não precisamos forçar nada, não queremos ser o que não somos, foi e está sendo sempre um processo de autodescobrimento.

LIGADO À MÚSICA: Recentemente foi lançado o clipe de “Erro +55”. Como foi a produção do vídeo? Poderia comentar sobre a música?

HENRIQUE PUCCI: A produção do videoclipe foi feita pelo Messias, que também produziu o clipe de “Se Quiser”. Gostamos muito do seu trabalho, ele entende bem a intenção da banda, e passou o sentimento que sentimos com essa música, foi um processo com envolvimento de todos, banda e produção e ao mesmo tempo uma alta confiança em cada um envolvido, sabíamos que todos estavam bem à vontade com suas competências. Uma produção até certo ponto simples e certeira de “Erro +55” que é a música mais importante do último álbum, “Que Seja Feita A Nossa Vontade”. É uma das mais cadenciadas permitindo colocar um certo groove brasileiro, como no refrão por exemplo. É uma música tocada do nosso jeito, com nosso groove, com uma letra feita de brasileiro para brasileiros, coisas não tão comuns no rock pesado.

LIGADO À MÚSICA: A banda tem viajado por todo o Brasil. Como você analisa a cena underground atualmente?

HENRIQUE PUCCI: Na minha opinião, a cena underground do Brasil é a melhor do mundo. Os shows são intensos, mesmo não sendo no melhor lugar com as melhores condições. Nada disso parece importar quando as emoções, tanto nossa quanto do público, são colocadas pra fora e trocadas numa catarse única de um show do Project46 ou outras bandas. Com certeza é o público que os gringos mais gostam de tocar, porém, ao meu ver, ainda são pouco informados, devido a dificuldade do acesso à informação, é uma cena muito forte e bem sólida, muita gente que se colocada pra trabalhar pode render muitos frutos.

LIGADO À MÚSICA: O grupo tocou também fora do país. Como foi a experiência?

HENRIQUE PUCCI: Tocamos no Chile em duas ocasiões, a primeira no Fest Maquinaria, junto com artistas como Slayer, Deftones, Kiss, entre outros. Foi uma experiência muito legal, é importante pra banda, fizemos muitos contatos e aproveitamos bem a viagem. Tanto que nos proporcionou uma segunda volta junto com Cavalera Conspiracy, onde tivemos a oportunidade de trocar muita ideia com os irmãos Cavalera, e um fest Punk onde fomos muito bem aceitos. Foram duas viagens muito bem aproveitadas, estamos a ponto de fechar alguns shows na Colômbia, queremos tocar bem mais no nosso continente. Temos um episódio da nossa série no YouTube, ’46 na Estrada’ que fala apenas dessa tour no Chile.

LIGADO À MÚSICA: A banda fez duas apresentações no último fim de semana na Expomusic. Podemos dizer que foi um aquecimento para o Rock in Rio?

HENRIQUE PUCCI: Sim, foi uma previa do que iremos apresentar no Rock in Rio, um aquecimento, está sendo um período bem cheio, é o que nós gostamos, estamos nos dedicando plenamente na banda, sempre há o que ser feito.

LIGADO À MÚSICA: O que a galera pode esperar do show de vocês no Rock in Rio?

HENRIQUE PUCCI: A galera pode esperar o caos na pista, começando pelos nossos fãs e contagiando a todos como um show de rock deve ser. Vai ser um show pesado e esperamos a mesma interação com o público, estão todos lá para ouvir rock e estamos lá pra tocar rock. Estamos com fome de palco, bem preparados, queremos entrar no palco e fazer o que mais sabemos e o que mais gostamos de fazer, a parte técnica tudo em ordem para podermos deixar apenas as emoções rolarem.

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Expomusic (Foto: Thiago Henrique/Facebook)

LIGADO À MÚSICA: Como é tocar no mesmo evento que o Slipknot?

HENRIQUE PUCCI: Novamente será muito gratificante, o Corey mandou o salve pra gente, e disse que ouviu falar muito bem do Project46, surreal pra gente saber disso. Slipknot é a maior banda de peso na atualidade e o vem sendo por bastante tempo, músicos excelentes e talentos e que trabalham muito, é um exemplo pra gente e pra muitas bandas a ser seguido. A estrutura do palco dos caras é muito interessante, levam muitas coisas pré-montadas em containers, é animador vê-los como companheiros de palco hoje.

LIGADO À MÚSICA: Quais os planos futuros do Project46?

HENRIQUE PUCCI: Esperamos poder tocar em muitos shows e fazer turnês pelo Brasil e em todo globo terrestre. Lançar um CD no primeiro semestre, não só no Brasil. Estamos fazendo um trabalho sólido com nosso booking Sobcontrole, que já rendeu, mas ainda colheremos muitos frutos. Há um trabalho a médio e longo prazo também feito por nós em conjunto, queremos também gravar um DVD, temos muitas imagens arquivadas, poder trabalhar dignamente através da música, a vida nos deu essa oportunidade e não vamos deixar escapar a chance de trabalharmos com que realmente amamos.

LIGADO À MÚSICA: Quer deixar algum recado pra galera?

HENRIQUE PUCCI: Muito obrigado pelo espaço, para crescer precisamos um do outro. Obrigado aos nossos fãs, que são os melhores fãs do mundo!