Rock in Rio 2022: Måneskin brilha em noite do Guns N’ Roses
Fotos: Divulgação
O Rock in Rio retornou ao Brasil depois de um hiato de três anos por conta da pandemia. Os fãs estavam sedentos para reviver as experiências de um dos maiores festivais do mundo.
Estivemos presentes no segundo final de semana do evento, mais especificamente nos dias 08 e 09 de setembro, com os headliners Guns N’ Roses e Green Day, respectivamente.
Para chegar à Cidade do Rock, o acesso ao local este ano era através do Rock Express sem paradas, no valor de R$ 22 (ida e volta). O transporte se conectava com os terminais Jardim Oceânico (onde há acesso ao metrô) e Alvorada, utilizando o corredor do BRT. Existia também o ônibus Primeira Classe no valor de R$ 125 (ida e volta).
Já no local, a programação estava recheada de atrações antes dos palcos principais, como no Rock District, no Highway Stage, na Rota 85, e na Arena Itaú em parceria com o TikTok.
Na Gameplay Arena, era possível encontrar com alguns cosplayers vivendo personagens famosos dos quadrinhos. Além disso, a galera também aproveitou para jogar o recente MultiVersus, entre outros games. A Warner Bros. ainda realizou uma ativação do próximo filme Adão Negro, com Dwayne “The Rock” Johnson vivendo o personagem da DC Comics.
Entre as atrações do Palco Sunset, destaque para a cantora Corinne Bailey Rae que apresentou sucessos como “Put Your Record On” e “Like A Star”. Embora seu estiloso musical seja diferente dos principais nomes daquela noite, Corinne recebeu muito carinho do público durante a performance.
Já no Palco Mundo, quem abriu os trabalhos foi o CPM22 que apresentou um repertório repleto de hits e com alguns surpresas. Badauí e companhia iniciaram o show com “O Mundo Dá Voltas” e seguiram com “Não Sei Viver Sem Ter Você”.
Os fãs cantaram praticamente todas as músicas que a banda tocou, incluindo “Dias Atrás”, “Um Minuto Para o Fim do Mundo”, “Tarde de Outubro” e “Regina Let’s Go”. Em um dos momentos do show, Badauí quase caiu nas lágrimas por conta da energia do público. “São 27 anos tocando punk rock no Brasil!”, disse o vocalista. A performance ainda contou com versões de “Por Enquanto”, da Legião Urbana, e “Será Que É Isso o Que Eu Necessito?”, dos Titãs, com a participação de Sérgio Britto. O cantor e tecladista também dividiu os vocais em “Tudo Vale a Pena”.
Na sequência, foi a vez do Offspring tocar seus clássicos “noventistas” para a multidão na Cidade do Rock. Com o jogo ganho, os caras começaram o show com “Staring at the Sun”, “Come Out and Play” e “Want You Bad”.
“E aí, Rock in Rio. Muita gente aqui essa noite”, disse o vocalista Dexter Holland. O guitarrista Noodles acrescentou: “Vocês são lindos. Temos bastante músicas para tocar para vocês essa noite, e agora vamos trazer umas novas. Esperamos que gostem”.
Foi então que tocaram “The Opioid Diaries” e “Behind Your Walls”, do recente álbum Let the Bad Times Roll (2021). No entanto, a galera queria mesmo era ouvir os clássicos da banda.
Os caras seguiram com sucessos como “Hit That”, “Gotta Get Away”, “Why Don’t You Get a Job?” e “Pretty Fly (For a White Guy)”. Essa última ovacionada pelos presentes.
A banda continuou proporcionando rodas punks com “The Kids Aren’t Alright”, “You’re Gonna Go Far, Kid”, e encerrando o show com o clássico “Self Esteem”.
A penúltima atração da noite no Palco Mundo foi a banda italiana Måneskin. Muito se falou sobre o quarteto tocar depois do Offspring e abrir para o Guns N’ Roses. No entanto, eles mostraram que são muito mais do que “uma banda de TikTok”. A comparação foi feita por conta da versão de “Beggin’”, do The Four Seasons, ter viralizado na rede social.
Obviamente o hit foi um dos pontos mais marcantes da performance, mas o Måneskin também se entregou absurdamente no palco esbanjando carisma e energia.
O repertório iniciou com “Zitti e Buoni” e “In Nome Del Padre”, ambas cantadas em italiano, e seguiu com outros sucessos, como “Supermodel” e “I Wanna Be Your Slave”. O caras também incluíram versões como “Womanizer”, de Britney Spears, e “I Wanna Be Your Dog”, do The Stooges.
O vocalista Damiano David e o guitarrista Thomas Raggi aproveitaram a ocasião para homenagear o Queen e o próprio Rock in Rio com uma versão de “Love of My Life”. A canção marcou a primeira edição do festival em 1985.
E então chegou o momento do headliner da noite, o Guns N’ Roses. A banda já tem uma tradição no Rock in Rio, tocando no festival em 1991, 2001, 2011 e 2017, e continua sendo muito aguardada pelos brasileiros.
Os grandes atrasos de Axl Rose não existem mais. Os caras entraram no palco por volta das 00h10, o qual era o horário previsto. Sem dúvida, os fãs agradeceram, ainda mais por ser uma quinta-feira.
A performance dos norte-americanos começou com o clássico “It’s So Easy”, com o baixo característico de Duff McKagan. Aliás, esse foi o segundo show com a reunião do baixista e do guitarrista Slash. O primeiro ocorreu em 2017.
As músicas seguintes foram “Mr. Brownstone” e “Chinese Democracy”, as quais apresentam vocais mais graves de Axl como forma de aquecimento. Em seguida, os caras tocaram uma versão de “Slither”, do Velvet Revolver, banda de Duff e Slash quando estiveram fora do Guns.
“Welcome to the Jungle” e “Better” vieram logo depois e era possível notar a voz desgastada de Rose. O vocalista foi bastante criticado, que depois se explicou nas redes socias: “Quero me desculpar por estar um pouco indisposto, ainda bem, não pela covid-19. Tentei tossir entre os versos [das músicas]. Amo vocês. Obrigado aos fãs e ao Rock in Rio por tudo e que multidão foda”, escreveu no Twitter. De qualquer forma, o vocalista se esforçou para entregar um show com três horas de duração.
Surpresas como “Double Talkin’ Jive”, “Estranged” e o cover de “Attitude”, do Misfits, fizeram a alegria dos fãs da época de ouro da banda nos anos 90. A performance seguiu com “Rocket Queen” em um momento em que Slash brilhou com seu belo solo.
As novidades no repertório foram as duas músicas lançadas recentemente, “Absurd” e “Hard Skool”. O show seguiu com clássicos como “Civil War”, “Sweet Child O’ Mine”, “November Rain”, “Nightrain”, e a tradicional versão de “Knockin’ on Heaven’s Door”, de Bob Dylan.
Para o bis, o Guns N’ Roses escolheu as baladas “Patience” e “Don’t Cry” para encerrar com a enérgica “Paradise City”. No final, Axl Rose jogou mais um microfone no público como tem feito há anos.
O Rock in Rio já presenciou diversos momentos da banda, ou melhor, de Axl, como o auge em 1991, depois o retorno em 2001, a recente reunião em 2017, e agora nessa fase que promete um novo disco de inéditas.
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