Rock in Rio 2019: ‘Dia do Metal’ tem espetáculo do Iron Maiden e despedida matadora do Slayer

Rock in Rio 2019: ‘Dia do Metal’ tem espetáculo do Iron Maiden e despedida matadora do Slayer

Foto: Diego Padilha/IHF

A galera começou a chegar cedo na Cidade do Rock, na última sexta-feira (04), no chamado “Dia do Metal”. Como é de costume, os fãs vieram usando camisetas pretas com estampas de suas bandas preferidas, principalmente do Iron Maiden, um dos destaques dessa edição do festival. Porém, justo nesse dia o sol forte chegou castigando os presentes, que buscaram uma sombra até mesmo dos postes de luz, para tentar aliviar o calor. Um recurso bem interessante, e necessário para a ocasião, foi a disponibilidade de bebedouros próximos aos banheiros espalhados pelo evento.

A maratona de shows começou cedo com as meninas do Nervosa abrindo o Palco Sunset. O power trio, formado por Fernanda Lira (vocal e baixo), Prika Amaral (guitarra) e Luana Dametto (bateria), apresentou um thrash metal poderoso pra nenhuma marmanjo botar defeito.

“Vocês não fazem ideia o sonho que é estar aqui”, declarou Fernanda com o sorriso no rosto. Devido ao pouco tempo de show, a banda preferiu tocar mais e falar menos com o público. Porém, teve espaço para dar um “recado” ao governo na música “Guerra Santa”, que fala sobre política e religião. A vereadora Marielle Franco também foi mencionada ao introduzir a faixa “Raise Your Fist!”.

Foto: Marcelo Paixão/IHF

A nossa correria se dividiu entre o show do Sioux 66, no Rock District, e a combinação do Claustrofobia e Torture Squad, no Palco Sunset. Apresentando sua nova formação com Igor Godoi (vocal), Bento Mello (guitarra), Fabio Bonnies (baixo), Gabriel Haddad (bateria) e Yohan Kisser (guitarra), o grupo de hard rock Sioux 66 trouxe no setlist canções da carreira, como “Outro Lado” e o recente single “Aqui Estamos”, além de versões de clássicos do rock como “Bark At The Moon”, de “Ozzy Osbourne”, e “Diversão”, dos Titãs. Essa última, com a participação de Gabriel Martins, do Mattilha.

Já no Palco Sunset, o power trio Claustrofobia apresentou faixas do álbum “Peste”, como a faixa-título, “Bastardos do Brasil” e “Metal Maloka”, antes de dividir o palco com o Torture Squad, liderado pela vocalista Mayara Puertas. No final do show, rolou uma jam session entre as duas bandas e com a presença de Chuck Billy, vocalista do Testament, tocando versões do grupo norte-americano como “Disciples of the Watch”, “Practice What You Preach” e “Electric Crown”.

Por volta das 17h20, o Sepultura abriu os trabalhos no Palco Mundo fazendo uma sequência matadora com clássicos da carreira. Durante a execução de faixas como “Arise”, “Refuse/Resist”, “Inner Self” e “Roots Bloody Roots”, surgiu no telão imagens em movimento das capas dos discos das respectivas músicas.

Andreas Kisser (guitarra), Derrick Green (voz), Paulo Jr. (baixo) e Eloy Casagrande (bateria) aproveitaram a ocasião para apresentarem em primeira mão a música inédita, “Isolation”, que estará no próximo álbum dos caras, intitulado “Quadra”, previsto para sair em fevereiro de 2020. A banda ainda prestou uma homenagem ao saudoso Andre Matos, tocando um trecho de “Carry On”, do Angra, com a imagem do cantor no telão.

Foto: Schlaepfer/IHF

De volta ao Palco Sunset, o Anthrax fez sua estreia no Rock in Rio com uma apresentação marcante. A performance começou com um trecho de “Cowboys From Hell”, do Pantera, seguida de “Caught in a Mosh”. A energia dos caras no palco contagiou a enorme plateia que se formou ali para conferir o show. Destaque para a performance do incansável guitarrista Scott Ian.

O repertório também contou com as faixas “Madhouse”, “I Am the Law” e “Indians”, que teve participação de Chuck Billy, do Testament, nos backing vocals.

O Helloween deu sequência no Palco Mundo promovendo mais um grande show da “Pumpkins United World Tour”. A banda honrou a substituição do Megadeth com uma performance pra lá de especial, que contou com a reunião do guitarrista Kai Hansen e do vocalista Michael Kiske.

A apresentação foi semelhante com as demais realizadas no Brasil, porém, os caras evitaram tocar as músicas mais longas para priorizar os clássicos. Faixas como “Power”, “How Many Tears” e “I Want Out” animaram os fãs que também aguardavam o Iron Maiden.

O vai e vem de palcos continuou com a apresentações devastadora do Slayer no Sunset. Por volta das 20h30, Tom Araya, Kerry King e companhia realizaram um show histórico reunindo um dos maiores públicos naquele espaço.

Por ser um repertório mais curto, a banda preferiu deixar marcada sua despedida no Brasil com um show repleto de clássicos. Em 13 músicas e pouco papo, a energia da banda ao vivo deixou a galera insana. Era possível visualizar facilmente diversas rodas de pogo, provavelmente as maiores já formadas em frente ao palco do festival.

Foto: Renan Olivetti/IHF

Entre a sequência de clássicos, o quarteto tocou “War Ensemble”, “Seasons in the Abyss”, “Hell Awaits”, “South of Heaven” e “Raining Blood”. Sem dúvida, essa apresentação ficará marcada na memória dos fãs e da banda.

Eis que chega o momento do espetáculo do Iron Maiden, a maior atração da noite, que preferiu tocar mais cedo antes do Scorpions. Pouco depois de 21h30, os britânicos subiram ao Palco Mundo com a performance teatral da “Legacy of the Beast Tour”, inspirada no jogo de mesmo nome para celular lançado pelo grupo.

O show começou com o clássico “Aces High”, com o vocalista Bruce Dickinson vestido de piloto enquanto um avião semelhante da Segunda Guerra surgiu durante a execução da faixa. A partir daí, os caras deram um show de interpretação em cenários diferentes em cada música.

A performance memorável do Iron Maiden ainda contou com luta de espadas entre Bruce e o gigante mascote Eddie, além de um lança-chamas no palco nas mãos do vocalista. A cada performance, os fãs vibravam como se fosse um culto na Cidade do Rock.

Quanto ao repertório, a banda mandou diversos clássicos da carreira que estão na garganta da galera, como “2 Minutes to Midnight”, “The Trooper”, a dobradinha de “Fear of the Dark” e “The Number of the Beast”, e “Iron Maiden”. Nessa última, um busto do mascote Eddie ocupou todo o palco.

Foto: Diego Padilha/IHF

Depois dessa impecável apresentação, a missão do Scorpions em encerrar o “Dia do Metal” ficaria ainda mais difícil. Aliás, uma parte da plateia preferiu voltar para casa mais cedo, mas em nada comprometeu a apresentação dos alemães.

Sabendo da responsabilidade, o veterano grupo de hard rock caprichou no setlist, que foi bem parecido com o do Rockfest, em São Paulo. Os caras começaram a apresentação com “Going Out With a Bang”, seguida de “Make It Real”. O belo palco, que parecia um enorme telão, novamente exibiu a bandeira do Brasil agradando os presentes.

Para relembrar o momento da primeira edição do Rock in Rio, em 1985, Matthias Jabs usou a mesma guitarra personalizada com bandeiras brasileiras, que havia dado de presentes para Roberto Medina, o criador do festival. O vocalista Klaus Meine ainda cantou à capela, e em português, “Cidade Maravilhosa”, em homenagem ao Rio de Janeiro. Momento muito aplaudido pelo público.

Quem continuou na Cidade do Rock, teve a oportunidade de participar do coro em “Wind Of Change”, além curtir os sucessos “Blackout”, “Big City Nights”, “Still Loving You” e “Rock You Like a Hurricane”, todos tocados na sequência. O “Dia do Metal” do Rock in Rio teve uma das maiores lotações desta edição do Rock in Rio, fica a dica produção.