Os 30 anos de ‘The Joshua Tree’, do U2

Os 30 anos de ‘The Joshua Tree’, do U2

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Quando chegou às lojas, em março de 1987, “The Joshua Tree” foi considerado pela crítica um divisor de águas na carreira do U2. Naquela época, não havia internet e o caminho a ser percorrido para alcançar os cinco continentes podia ser árduo e longo, principalmente, se o ponto de partida não fossem os Estados Unidos. O álbum era o quinto de estúdio da banda irlandesa e, sem dúvida, foi o trabalho que levou Bono, The Edge, Adan Clayton e larry Mullen Jr a “conquista da América”.

E não é difícil entender o porquê dessa expressão. Ao contrário do trabalho anterior, “The Unforgettable Fire”, de 1984, bem mais focado no experimentalismo, “The Joshua Tree” surgiu mais cru, mais visceral. As influências da música e cultura norte-americana eram evidentes, assim como sua literatura, seus temas políticos e sociais, refletidos em grande parte das letras.

A América dava o tom do disco até mesmo em imagens. As fotos do encarte e a capa, em preto e branco, foram todas tiradas em paisagens desérticas da Califórnia.

O quarteto já estava na estrada há uma década e chegando aos 30 anos de idade. O amadurecimento, tanto musical, quanto pessoal, era inevitável. A rebeldia da juventude, os discursos inflamados e a crença no poder de mudar o mundo deram lugar a uma crítica mais contundente.

Foi nesse momento que, ainda tentando não deixar para trás suas raízes, presentes através de boas pitadas da música selta, eles fecharam os olhos e deram início a um mergulho profundo que os fez emergir como pop stars da maior grandeza, transformando-os em uma das bandas mais importantes do rock mundial. Prova disso é que o disco alcançou o topo das paradas em mais de 20 países e, no ano seguinte, rendeu ao grupo seu primeiro Grammy, como melhor álbum do ano.

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Hoje, três décadas depois do lançamento do disco que eternizou músicas como “Where The Streets Have No Name” e “I Still Haven’t Found What I’m looking For”, e mais de 25 milhões de cópias vendidas no mundo inteiro, o U2 não é o mesmo, ainda que tenha mantido por 41 anos sua formação original. Nesse longo período de altos e baixos, flertaram com a cultura pop de maneira irreversível e, para muitos, imperdoável.

A crítica e os fãs mais antigos nunca aceitaram plenamente trabalhos como a “Popmart Tour”, de 1997, primeira passagem do grupo pelo Brasil, um espetáculo visual sensacional de luzes e cores nunca visto antes, mas musicalmente muito aquém do potencial de quem já havia comandado multidões em em couros uníssonos como em “Sunday Bloody Sunday” e “Pride (In The Name of Love)”.

Para marcar o aniversário, a banda prepara uma mini turnê pelos Estados Unidos e Europa, entre maio e agosto desse ano. A grande novidade é que planejam tocar o álbum completo no palco, o que não haviam feito nem mesmo na época de seu lançamento. Outro fato curioso é que, pela primeira vez, Bono e companhia serão a atração principal de um festival, o de Bonnarco.

Mas se você é do tipo saudosista, não se engane. O U2 já avisou que vai dar cara nova aos velhos clássicos e não apenas reproduzi-los em suas versões originais. Dessa vez, a América do Sul não estará incluída no pacote de shows. A última apresentação acontecerá em Bruxelas, em 1º de agosto e, depois disso, a banda se concentrará nos preparativos finais para o lançamento do novo álbum, “Songs of Experience”.

https://www.youtube.com/watch?v=XmSdTa9kaiQ