Os 15 melhores álbuns lançados em 2020; ouça playlist

Os 15 melhores álbuns lançados em 2020; ouça playlist

Foto: Reprodução

Reconhecida por pesquisadores e estudiosos como um dos pilares do desenvolvimento da mente humana, nunca antes a música foi tão importante em nossas vidas. Em um cenário como o de 2020, isolados e completamente fora da nossa zona de conforto habitual para aquilo que consideramos viver, buscamos nela um refúgio. Seja por apoio, libertação ou pura e livre apreciação, é com a música que passamos e recordamos os nossos bons e maus momentos e claro que, em um ano como o da pandemia, isso seria potencializado.

Corajosos foram os artistas e grupos que nos presentearam com sua música durante esse período de isolamento. Sem a possibilidade de assistirmos a shows em sua maneira convencional, muitos deles surfaram na onda das lives, enquanto outros aproveitaram o tempo livre para desengavetar lançamentos para a liberação de faixas demos e takes alternativos, ou simplesmente para compor. De ambas as maneiras, o fato é que nunca antes o relacionamento fã/artista esteve tão próximo e estreito, assim como nunca antes os fãs esperaram e suplicaram por novas músicas como em 2020. Dito isso, tivemos excelentes lançamentos durante todo o seu decorrer.

Separei abaixo, com uma breve descrição, quinze dos meus álbuns preferidos durante 2020. Sejam eles lançados por bandas e artistas novos ou por antigos, música além de tudo se trata e deve ser tratada com paixão e foram os trabalhos abaixo que me emocionaram e impressionaram durante o ano da pandemia. Confira.

15 – Michael Palace – Rock and Roll Radio (Frontiers Music Srl)

O Palace é uma banda de um homem só assinada pelo vocalista, multi-instrumentista, compositor e produtor sueco Michael Palace. Com uma mixagem e sonoridade mais do que limpa, sintetizadores cativantes e composições pra cima, o projeto é uma mescla do que de melhor o AOR e o pop oitentista trouxeram ao globo na década musical mais divertida que já tivemos.

Rock and Roll Radio conta com um total de 12 faixas, sendo 9 assinadas por Palace e 3 delas por Oscar Bromvall, responsável também pelo solo de guitarra em Hot Steel, e cumpre o que promete: reviver um pouco dos anos de ouro do rock e do pop mundial.

14 – The Allman Betts Band – Bless Your Heart (BMG)

Não se faz necessário explicar a qualidade do segundo álbum de inéditas do grupo, a genética já cumpre automaticamente esse papel. A The Allman Betts Band conta com os filhos dos integrantes da lendária Allman Brothers Band em sua formação. Devon Allman, Duane Betts e Berry Oakley Jr. são filhos de Gregg Allman, Dickey Betts e Berry Oakley, respectivamente, e curiosamente assumem no grupo os mesmos papéis de seus pais.

Produzido no clássico Muscle Shoals Sound Studio, estúdio por onde passaram nomes como Bob Dylan e The Rolling Stones, e gravado de forma analógica, Bless Your Heart traz a ABB buscando cada vez mais a sua sonoridade própria, mas sem se desvincular dos laços familiares e das raízes sulistas que os cercam desde o seu nascimento.

13 – Testament – Titans of Creation (Nuclear Blast)

Titans of Creation entra, com facilidade, para o catálogo dos melhores discos já lançados pelos estadunidenses do Testament. Abordando questões políticas e sociais em sua temática central, aqui temos o que de melhor a dupla SkolnickPeterson pode proporcionar ao Thrash Metal global em seu duo de guitarras. Visceral, destruidor e matador – Titans of Creation se destaca como o melhor do gênero em 2020.

12 – Lionville – Magic is Alive (Frontiers Music Srl)

O Lionville, liderado pelo vocalista Lars Sãfsund (Work of Art), já se mostrava promissor em seus dois primeiros álbuns, mas foi em A World of Fools (2017), após assinar com a Frontiers, que o grupo de fato deslanchou. Magic is Alive, que conta com a contratação de Fabrizio Caria nos teclados e sintetizadores, potencializa a magnitude das composições de seu antecessor.

Com uma pegada mais do que oitentista e seguindo a linha de refrões pegajosos e cativantes, faixas como Nothing Without You e I’ll Never Give My Heart Away entram para o catálogo de clássicos do rock melódico moderno e colocam o Lionville no topo dos lançamentos deste ano.

11 – One Desire – Midnight Empire (Frontiers Music Srl)

Depois do ótimo autointitulado debut em 2017, os finlandeses do One Desire voltam a cena com Midnight Empire. Intensificando a fórmula de seu hard rock melódico de arena e colocando o grupo em um patamar superior perante a outros nomes do gênero, Midnight Empire foge do genérico e soa grandioso, maduro e passional.

Destaque para o single After You’re Gone, tranquilamente uma das faixas mais legais, se não a mais legal, do ano de 2020.

10 – The Night Flight Orchestra – Aeromantic (Nuclear Blast)

Aeromantic traz o fenômeno sueco The Night Flight Orchestra batendo a surpreendente meta de cinco excelentes álbuns lançados. A fórmula aqui não é diferente: Aeromantic consegue soar ao mesmo tempo moderno e retrô. Disco, pop, melódico: não existem gêneros que defina exatamente a sonoridade que Björn Strid, David Andersson (ambos do Soilwork) e Sharlee D’Angelo (Arch Enemy) conseguem alcançar com o grupo.

Com uma vibe nostálgica e de transição entre as décadas de 1970 e 1980, o The Night Flight Orchestra segue fazendo com que o mundo seja um lugar um pouco mais divertido com a sua proposta musical.

9 – Blue Öyster Cult– The Symbol Remains (Frontiers Music Srl)

Com mais de cinco décadas de carreira e depois de um longo período de 19 anos sem um trabalho de inéditas, o Blue Öyster Cult está de volta com The Symbol Remains. Contando com Buck Dharma e Eric Bloom em sua formação, ambos presentes em todos os álbuns do grupo desde a sua fundação, o disco não se amarra em estereótipos e entrega, no decorrer de suas 14 faixas, elementos setentistas, oitentistas e também modernos em sua composição. Com uma mixagem e sonoridade mais do que limpa e excelente, The Symbol Remains presenteia e coroa a carreira do grupo com o bom e velho rock and roll que tanto prezamos.

8 – Confess – Burn ‘Em All (Street Symphonies Records / Burning Minds Music Group)

Burn ‘Em All é o terceiro álbum do catálogo dos suecos do Confess e o que de fato consolida o grupo como um dos melhores expoentes do Sleaze Rock. Soando como uma mescla entre o Crazy Lixx e o Crashdiet, aqui temos o combo visual e sonoro perfeito pro gênero. Pesado, ríspido e ao mesmo tempo festivo, eu quase havia me esquecido que ainda existem bandas por aí tentando reviver o glam metal da década de 1980. Felizmente Burn ‘Em All me trouxe de volta a realidade.

7 – Kansas – The Absence of Presence (Inside Out)

O Kansas não precisaria, desde a década de 1970 com Leftoverture (1976) e Point of Know Return (1977), provar nada mais para ninguém. Ainda sim, estamos no ano de 2020 e os americanos nos presenteiam com o seu décimo sexto álbum de estúdio The Absence of Presence. Com a sua mescla mais do que reconhecível do rock progressivo setentista com nuances do rock de arena oitentista, o grupo aqui potencializa a fórmula proposta em seu trabalho anterior, o primeiro com Ronnie Platt nos vocais, The Prelude Implicit (2016).

Com um instrumental excelente, seja ele de guitarra, teclado, violino ou percussão, o Kansas, liderado pelo único membro original Phil Ehart, soa gigante e emociona com um prato cheio para qualquer fã da banda. Se não for o caso, faça um favor a si mesmo e procure pelo documentário Miracles Out of Nowhere, lançado em 2015, e embarque na viagem de uma das maiores instituições do rock americano.

6 – AC/DC – Power Up (Columbia Records / Sony Music)

Não tem muito o que explicar. Estamos no ano de 2020 e o AC/DC lança um trabalho de inéditas, depois de longos seis anos e da perda de Malcolm Young, soando, como não deveria ser diferente, como o AC/DC. Fim.

Agradeçamos à simplicidade e o mais do mesmo, agradeçamos a Angus e Stevie Young, Brian Johnson, Cliff Williams e Phil Rudd, e celebremos Malcolm com o excelente Power Up!

5 – Tokyo Motor Fist – Lions (Frontiers Music Srl)

Contando em sua formação com Ted Poley (Danger Danger), Steve Brown (Trixter), Greg Smith (Alice Cooper, Ted Nugent, Rainbow) e Chuck Burgi (Billy Joel, Joe Lynn Turner), o Tokyo Motor Fist mais do que atendeu as expectativas de supergrupo em seu autointitulado debut álbum, em 2017. Em Lions, segundo álbum do catálogo da banda, felizmente a fórmula foi mantida.

Evidenciando o que de mais divertido seus integrantes carregam de bagagem musical durante décadas de carreira, o grupo traz um hard rock de arena moderno, descompromissado e pegajoso, arriscando a soar mais Danger Danger que o próprio Danger Danger. Ponto para o carismático Ted Poley!

4 – Outlaws – Dixie Highway (Steamhammer / SPV)

Dixie Highway foi, no início da década de 1910, uma famosa estrada que ligava e cruzava o centro oeste com o extremo sul dos Estados Unidos. Dixie Highway, décimo terceiro álbum do Outlaws, possui a mesma premissa: capturar e conectar influências de todo o sul do país. Um dos pioneiros do Southern Rock, com 45 anos de carreira e contando com a passagem de mais de 40 membros em sua formação, o grupo, que conta com Henry Paul (vocais e guitarras) e Monte Yoho (bateria), ambos presentes na formação clássica da banda, celebra o seu legado em uma viagem mais do que nostálgica e especial.

Destaque para o ponta pé inicial com Southern Rock Will Never Die, faixa que celebra icônicos nomes do gênero que nos deixaram como Ronnie Van Zant, Berry Oakley, Gregg e Duane Allman,  e estabelece a temática central do álbum.

3 – Pride of Lions – Lion Heart (Frontiers Music Srl)

Não tem como dar errado, jamais. O Pride of Lions conta com a junção do genial Jim Peterik (Survivor, Ides of March, 38 Special, etc), o pai do AOR/melodic rock e responsável pela criação do muito provavelmente maior hino da história do rock, Eye of the Tiger, e de tantos outros clássicos da música, com o tenor Toby Hithcock, comparado por muitos com Bobby Kimball (Toto) e Lou Gramm (Foreigner). Sendo assim, Lion Heart, o seu sexto álbum de inéditas, traz (felizmente) o mesmo de sempre: instrumentais de arena e duos vocais grandiosos.

Faixas como We Play For Free e Heart of the Warrior, com seus refroes, pianos e sintetizadores poderosos, já nasceram clássicos do gênero. Vida longa à Jim Peterik!

2 – Stardust – Highway to Heartbreak (Frontiers Music Srl)

Diretamente da Hungria, o Stardust, fundado em 2015 pelos amigos Adam Stewart (vocais) e Tim Keeley (bateria), nasce como uma das grandes revelações do rock melódico contemporâneo. Mesclando elementos de nomes como Night Ranger, Journey e Def Leppard, o debut album do grupo nos presenteia com um divertido passeio pela década de 1980.

Destaques aqui ficam com as excelentes Runaway e Bullet to my Heart, além do cover de Heartbreaker, de Pat Benetar. Uma grata revelação da Frontiers para este ano de 2020.

1 – H.E.A.T – H.E.A.T II (earMUSIC)

Essa foi cravada lá atrás, ainda em fevereiro. O sucessor do questionável Into The Great Unknown (2017) traz o H.E.A.T retornando as origens do melodic rock oitentista que consagrou o grupo, com o melhor de seu excelente álbum de estreia H.E.A.T (2008) e soando como uma continuação de Adress The Nation (2012), debut da fase com Erik Gronwall nos vocais.

Riffs matadores, gang vocals e refrões pegajosos: aqui temos, durante todo o seu decorrer, o que de melhor a Suécia pode nos proporcionar nesse século 21. Indiscutivelmente o álbum do ano!

Além de tudo, listei também mais 35 discos que se destacaram no ano e fiz uma playlist no Spotify com duas faixas de cada, totalizando assim 100 faixas de destaque lançadas em 2020.

Alcatrazz – Born Innocent
Amaranthe – Manifest
Arctic Rain – The One
Black Swan – Shake the World
Blackberry Smoke – Live From Capricorn Sound Studios
Bloody Heels – Ignite the Sky
Chris Stapleton – Starting Over
Corey Taylor – CMFT
Deep Purple – Whoosh!
Decarlo – Lightning Strikes Twice
Dennis DeYoung – 26 East, Vol. 1
Eclipse – Viva La VicTOURia
Electric Mob – Discharge
FM – Synchronized
Gotthard – Steve Lee The Eyes of a Tiger: In Memory of our Unforgotten Friend
Hardline – Life Live
Harem Scarem – Change the World
Jeff Scott Soto – Wide Awake (In My Dreamland)
Killer be Killed – Reluctant Hero
Lucifer – Lucifer III
Marilyn Manson – We Are Chaos
Miley Cyrus – Plastic Hearts
Mr. Bungle – The Raging Wrath of the Easter Bunny Demo
Neil Young – Homegrown
Nightwish – Human. :II: Nature
Ozzy Osbourne – Ordinary Man
Passion – Passion
Perfect Plan – Time For A Miracle
Revolution Saints – Rise
Ron Keel – South x South Dakota
Sepultura – Quadra
Sodom – Genesis XIX
The Smashing Pumpkins – Cyr
The White Buffalo – On The Widow’s Walk
VV (Ville Vallo) – EP Gothica Fennica Vol. 1