Organizador da Feira de Discos fala sobre evento no Record Store Day
Aconteceu no último sábado, 18, mais uma Feira de Discos organizada pela loja Locotiva Discos. O local desta vez foi o MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, onde foi comemorado o Record Store Day. O espaço contou com 70 expositores, entre lojas, sebos, colecionadores e vendedores especializados. Além dos vinis, tiveram shows de Romulo Fróes e Bruno Souto no auditório do local. O embaixador do evento, Kid Vinil, esteve presente para autografar sua biografia “Kid Vinil: Um Herói do Brasil” e seus discos. Sempre muito simpático, o DJ e ex-Magazine papeou com fãs e tirou diversas fotos. Muitos amantes do “bolachão” estiveram presentes, entre eles, o produtor Miranda, DJ Marky, Gastão Moreira, Chuck Hipolitho (Vespas Mandarinas), Koala (Hatten) e Daniel Weksler (NX Zero).
O Ligado à Música aproveitou para conversar com o organizador da feira, Marcio Custódio, sobre o evento e a importância do Record Store Day. Confira a seguir.
LIGADO À MÚSICA: Essa é a 4ª edição da Feira de Discos no Record Store Day. Como você vê a evolução da primeira para essa agora?
MARCIO CUSTÓDIO: Eu acho que está crescendo, as pessoas estão cada vez mais tendo consciência dessa data. Elas estão cada vez mais prestigiando esse dia que é uma vez por ano, é um evento mundial. Então, acho que aqui no Brasil as pessoas estão cada vez mais conhecendo. Muita gente ainda não sabe que existe. Essa data ainda não é uma coisa massificada, ela não é famosa o suficiente. Acredito que o Brasil tem potencial para crescer ainda mais. A cada ano, eu vejo um interesse maior das pessoas nesse dia.
LIGADO À MÚSICA: Lá fora, inclusive, as bandas costumam fazer uns discos especiais para essa data. Seria legal se no Brasil também rolasse algo do tipo.
MARCIO CUSTÓDIO: Infelizmente não rola, desde a primeira edição eu falo que as gravadoras daqui do Brasil poderiam lançar discos em edições especiais nessa data, entendeu? Tanto para vender discos, como para prestigiar a data, como para ajudar os artistas, sabe? Eu acho que seria muito interessante a gente ter uns discos especiais aí do Chico Buarque, Caetano Veloso, enfim, Rita Lee. E assim, as gravadoras infelizmente não fazem nada no país, não se mexem. Lá fora você vê todo mundo lançando como o David Bowie, as bandas lançando coisas especiais como o R.E.M., Jeff Beck. Aqui não tem nada. As gravadoras não levam essa data a sério.
LIGADO À MÚSICA: As vendas de discos lá fora aumentaram bastante. Você isso no Brasil também?
MARCIO CUSTÓDIO: Disco de vinil aumentou com certeza, como no mundo inteiro.
LIGADO À MÚSICA: E as preferências do pessoal que costuma vir até a feira. O que costuma sair mais?
MARCIO CUSTÓDIO: O pessoal gosta muito de Tim Maia, Caetano Veloso, Criolo. No rock, o pessoal curte muito Black Sabbath, Motorhead, os mais básicos assim… AC/DC também.
LIGADO À MÚSICA: A Feira de Discos já tem alguma nova data para adiantar?
MARCIO CUSTÓDIO: Será em junho, ainda não sei a data exata. O local também não foi definido, porque eu sempre faço em vários, como lá no centro, na Galeria Metrópole, também faço na [Rua] Teodoro Sampaio, faço aqui no MIS….
LIGADO À MÚSICA: Para finalizar, como está a sua loja Locomotiva?
MARCIO CUSTÓDIO: A Locomotiva está bem, estamos abrindo uma loja nova lá no centro, expandindo a nossa loja que tinha lá. Nós alugamos os imóveis ao lado, quebramos as paredes e vamos inaugurar em breve uma loja grande ali na Galeria Nova Barão. Além dela, vamos continuar com a loja na Teodoro Sampaio. Também temos o site, onde muita gente compra por lá, do resto do Brasil. Estamos nesse início do ano trabalhando com muito disco usado, demos uma paradinha com os discos novos, importados, principalmente porque o dólar aumentou, mas estamos com discos bem legais.
LIGADO À MÚSICA: A loja virou uma referência de vinil. Você pensa em expandir mais o negócio, como um selo, por exemplo?
MARCIO CUSTÓDIO: Eu criei um selo no ano passado e lancei dois álbuns, mas aí percebi que não tenho tempo suficiente para me dedicar. Eu tenho que me dedicar mais à loja. Mais para frente, quem sabe eu possa lançar outros álbuns. No momento, eu quero me aperfeiçoar e crescer com a loja.