Bruno Sutter revela novidades sobre o Detonator

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Foto: Talissa Violim

O cantor Detonator, autointitulado “filho do Deus Metal”, está em uma parceria com a empresa de games Level Up. Na última terça-feira, 31, aconteceu o lançamento da nova campanha no Skull Bar, no Jardim Europa, em São Paulo. O evento mostrou em primeira mão o voice pack do jogo Smite com a dublagem do personagem Thor Heavy Metal, feita pelo próprio Detonator. O Ligado à Música esteve presente para conferir de perto essa novidade.

Antes de rolar um pocket show exclusivo com o Detonator e As Musas do Metal, conversamos com Bruno Sutter, músico, apresentador, humorista e, como ele mesmo diz, o “faz tudo do Detonator”. Durante o bate-papo, Sutter falou sobre o sucesso do álbum independente “Metal Folclore”, também comentou a respeito do DVD “Live in Sana”, que acabou de ser gravado e já tem data para ser lançado, além de detalhes da parceria com a Level Up. Bruno ainda contou novidades sobre o EP inédito, que será lançado em maio, e terá as músicas “DetonaThor”, sobre o personagem do Smite, “Heavy Metal Fatality”, em homenagem ao jogo Mortal Kombat, e “The Number of the Bicha”, versão do clássico do Iron Maiden feita na época do Massacration e que nunca foi lançada. Confira a seguir.

LIGADO À MÚSICA: Você lançou no ano passado o disco “Metal Folclore”…

BRUNO SUTTER: Isso, foi no dia 17 de julho do ano passado.

LIGADO À MÚSICA: E foi um sucesso, sendo um disco independente. Queria que você contasse sobre a recepção da galera.

SUTTER: Nossa, foi muito legal, porque é uma historia meio até de filme vagabundo. Eu estava gravando o disco na época em que estava na MTV ainda. Quando o disco ficou pronto, a MTV acabou. Então, foi aquele movimento automático. Quando a MTV acabou, todo mundo fechou as portas. Porque as gravadoras imaginariam que tendo a MTV como suporte, poderiam lançar assim. Aí eu me vi em uma situação como a grande maioria dos músicos independentes se veem, com as portas fechadas e com o disco todo pronto. Aí minha única solução foi lançar o disco de forma independente. Soltei tudo o que eu tinha, investi, e lancei o disco no Anime Friends, festival celebre aqui. Fiz mil cópias de tiragem, e no Anime Frinds, em uma semana e meia, eu vendi 800 cópias. Então, a primeira prensagem foi praticamente em uma semana. No final do ano, em seis meses, o “Metal Folclore” vendeu 3 mil cópias. Foi o disco de heavy metal brasileiro, mesmo independente ou com gravadora, que mais vendeu no Brasil. Isso pra mim é uma vitória sem tamanho. Estou muito feliz com o resultado.

Na sequência agora, em janeiro, a gente gravou o DVD lá em Fortaleza, o “Live In Sana”, que vai ser lançado no dia 17 de julho também, lá em Fortaleza. O show deu 20 mil pessoas, cara. Deu mais gente do que o show do Guns N’ Roses lá mesmo no Centro de Eventos do Ceará.

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Foto: Divulgação

LIGADO À MÚSICA: A escolha de gravar em Fortaleza teve algum motivo especial? Você sabia desse grande público?

SUTTER: Sim, eu sempre tive vontade de fazer um show grande no nordeste, porque eu sempre soube que o público do Hermes e Renato, o público do Massacration, o público do Detonator lá é imenso. Eles nunca tiveram lá em Fortaleza um show do Massacration, por exemplo. Então, eu queria gravar esse DVD em um local onde o pessoal nunca tivesse ouvido as músicas, tanto do Detonator, quanto do Massacration, para ter aquela energia de primeira vez. E foi… nossa, cara… é de arrepiar. Estou muito orgulhoso.

Em homenagem ao público lá, eu decidi lançar em caráter exclusivo como um presente para o pessoal. Aí, vai ser lançado na sexta-feira lá, 17 de julho, em um evento que continuará no sábado e domingo. A partir de segunda, dia 20, vai estar em todo Brasil.

LIGADO À MÚSICA: Voltando ao disco. A gente sabe que o mercado está superdifícil por conta das mídias virtuais. Como você se vê vendendo bem a mídia física?

SUTTER: Eu acho que a gente tem que procurar alternativas criativas para ainda fomentar a venda de disco. Eu mesmo não me lembro da última vez que fui à uma loja de disco para comprar um. Então, para fazer o “Metal Folclore” eu pensei na característica de transformar ele em realmente um álbum, colocando as figurinhas para o pessoal colar.

LIGADO À MÚSICA: Essa ideia fui sua mesmo?

Foi, e aí eu tive que quebrar a cabeça com o pessoal da gráfica, com o pessoal da fábrica, e a gente conseguiu chegar a uma solução bem bacana. Aí, quando o cara recebe o álbum, ele já vem com as figurinhas para colar autoadesivas. Então, tem essa brincadeira, essa coisa lúdica, além de ter a piada de “Metal Folclore” ser o primeiro álbum musical da história do mundo. Porque nenhum outro álbum vem com figurinha para você colar. Então, isso virou uma estratégia de marketing muito vencedora.

detonator-metal-folcloreLIGADO À MÚSICA: O que eu lembro, claro que não é a mesma coisa, mas de um lance meio engraçado assim, de um disco do Balão Mágico que vinha um circo para montar. Não sei se você lembra.

SUTTER: Sim, sim, é mais ou menos por aí. A gente tem que seguir essas coisas criativas e influenciar para o pessoal ter a mídia física como um mimo. Então, você tem que dar uma caprichada, tem que caprichar. Não é fazer aquele CD com aquela parada de plástico e uma cartela com três folhas. Isso aí já foi, você tem que ter maneiras diferentes de fomentar ainda a venda. Tem o Spotify que também a gente teve uma parceria muito bacana.

LIGADO À MÚSICA: Isso que eu iria falar agora. Além da mídia física, você também trabalha com a virtual.

SUTTER: A gente não pode esquecer nunca de todas as plataformas que tem disponível. Enquanto ainda houver um mercado, vou para a mídia física, vou para a virtual. A ideia é a música chegar. E também mostrar o trabalho que eu estou fazendo de uma forma bem honesta, com bastante empenho. E isso também faz com que o fã se sensibilize, sabe? Tipo: “O cara realmente vai no Correio todo final de semana, vai lá postar a compra”.

LIGADO À MÚSICA: Eu te sigo no Facebook, vejo você postar fotos das caixas.

SUTTER: Isso mesmo, eu levo as caixas no Correio. Então, hoje em dia esse negócio do glamour do rockstar, isso já foi. Hoje em dia o fã tem preguiça do cara que é o Yngwie Malmsteen, o Ritchie Blackmore, eles tem preguiça. Hoje em dia, eles valorizam até por intermédio dessa cultura do crowdfunding, o cara quer mesmo fazer parte.

LIGADO À MÚSICA: Acho que é tendência mesmo, o Raimundos fez isso, o Dead Fish também e foi um sucesso.

SUTTER: Acho que essa é a solução, essa é a saída. Você descer do pedestal e está no mesmo nível do fã. Não é nem relação fã/ídolo, é relação de parceiros, sabe.

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Foto: Amanda Louzada

LIGADO À MÚSICA: Quanto aos temas de suas músicas, você costuma abordar temas brasileiros. Você quer que o pessoal veja o Detonator como o “Deus do Metal Brasileiro”?

SUTTER: Sim, porque as grandes bandas de metal melódico da Europa, elas evidenciam bastante o folclore deles. Tem o Rhapsody, tem o Blind Guardian, elas falam sobre lendas de elfos, com essas brincadeiras do [filme] “Senhor dos Anéis”, de cavaleiros. Só que para o Brasil isso não se aplica porque a gente não viveu essa mitologia, esse folclore. O nosso folclore é o Saci, é o Curupira, a Mula Sem Cabeça, enfim, a ideia é bem simples na verdade. É você pegar a temática que o heavy metal europeu usa, só que com a nossa cultura, o nosso folclore.

LIGADO À MÚSICA: Que é bem rico por sinal, né, cara?

SUTTER: É muito rico, e ao mesmo tempo você levaria as crianças para conhecer o folclore brasileiro, e bota as crianças para ouvir heavy metal em português, o que facilita. Então, tu quebra vários tabus. Dizem que heavy metal em português não pode, é proibido, é brega. É só você fazer da maneira correta, valorizando mesmo a nossa cultura que isso não é brega, pelo contrário, acaba valorizando mais.

LIGADO À MÚSICA: Acho que faz parte do contexto do Detonator, a brincadeira com o português.

SUTTER: É bem legal esse lance da dureza da língua, os contrapontos que a língua te propicia, acaba criando estruturas melódicas diferentes. Muito interessante.

LIGADO À MÚSICA: Deve ser mais trabalhoso, mas também é mais gratificante.

SUTTER: Muito mais, quando você toca a música, o cara nunca ouviu e ele entende na agora, é demais. A primeira vez que eu toquei a “Saci” foi lá no nordeste, e eu cantando “Gostosura ou travessura é a puta que o pariu”, nego ficou louco, cara! Nunca senti isso antes como músico. Você passa a mensagem e ela é captada na hora. Isso aí não tem preço.

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Thor Heavy Metal

LIGADO À MÚSICA: E essa parceria com a Level Up. Queria que você falasse do Thor Heavy Metal. Seria um outro Detonator?

SUTTER: Na verdade é o DetonaThor, é o Thor com o Detonator. Porque é assim, na ideia da música, o Deus Metal e o Odin, eles são compadres. Então o Detonator é afilhado do Odin. Ele é filho do Deus Metal e afilhado do Odin. Aí ele deu um martelinho para o Detonator de presente, igual o do Chapolin e ele destrói todo o mal com o martelo dele que é o martelo parecido com o do Thor, que é o mesmo martelo do jogo, do DetonaThor, entendeu? É Isso. Mitologicamente, a ideia é essa. (risos)

Falando sério agora, foi no próprio Anime Friends, que eu lancei o disco, estava bombando a lojinha. O pessoal da Level Up foi lá e perguntou: “Poxa, você poderia ir lá, fazer uma presença no nosso estande?”. Eu achei o estande tão legal que falei para a gente fazer um showzinho do Detonator. Então eu vi o Smite, vi os deuses e tudo, e eu vi a figura do Thor Heavy Metal e perguntei quem era. Aí o pessoal falou que era o Thor versão heavy metal, porque esse jogo tem várias versões dos deuses. Eu achei muito parecido com o Detonator, com jaqueta de coro, cabelo preto, o martelo solta fumaça. E como eu sou dublador já veio na cabeça. Perguntei se tinha a voz dublada do personagem, e me falaram que não estavam pensando em fazer. Então, montamos uma reunião, eu dei ideias de fazer um pack de voz do Thor. O pessoal muito louco da Level Up foi direto na Hi-Rez, lá nos Estados Unidos, detentora do jogo. A gente fez um vídeo de brincadeira do Detonator falando que ele era o Thor, que ele exigia que a voz dele estivesse lá e o pessoal da Hi-Rez pirou. E falaram “vamos fazer”. Antes disso, para ter certeza, fizeram uma votação popular para os jogadores do Smite no Brasil, e 83% aprovaram. Então, foi só ir para o estúdio gravar as vozes. Inclusive, agora o nome do personagem vai se chamar DetonaThor, a partir dessa semana. Foi uma parceria muito legal.

LIGADO À MÚSICA: Muito legal, Bruno. E para finalizar, você falou agora há pouco que o Detonator não para. Você tem planos futuros, gravar algum disco?

SUTTER: Tem para sair agora o CD ao vivo, vai sair em maio, que é o do DVD. Primeiro será só o CD em maio, o DVD vai sair em julho, e nesse meio tempo, em maio ainda, vai ser lançado um EP do DetonaThor. Vai ter três músicas inéditas e mais duas músicas do DVD.

LIGADO À MÚSICA: É a música tema?

SUTTER: É a música “DetonaThor”, que vamos tocar aqui em primeira mão, vai ter uma música em homenagem ao [jogo] Mortal Kombat, que se chama “Heavy Metal Fatality”, onde o Detonator destrói o sertanejo universitário e o funk ostentação, e tem também a camisa da “Heavy Metal Fatality”.

LIGADO À MÚSICA: Tem que ter vídeo disso, cara.

SUTTER: Aí a gente vai correr atrás de fazer todas essas parcerias. E a “The Number of the Bicha”, que é uma música que foi composta ainda na época do Massacration, que a gente não lançou, e agora vou lançar nesse disco também.

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