Andreas Kisser: ‘O Sepultura não mudou nada desde o começo’

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Foto: Marcos Chapeleta

O Sepultura se prepara para realizar duas apresentações no Brasil neste fim de semana, comemorando seus 30 anos de carreira. Os shows acontecem nesta sexta-feira, 19, no Circo Voador, no Rio de Janeiro, e sábado, no Audio Club, em São Paulo. O Ligado à Música bateu um papo com o guitarrista Andreas Kisser a respeito da trajetória e também sobre o momento atual da banda: “O Sepultura hoje está vivendo um momento espetacular, acho que um dos melhores momentos da carreira, tanto dentro como fora do palco. A gente continua encarando os nossos desafios, tanto dentro como fora do palco também. A gente aprendeu muito esse processo de business, de tomar conta um pouco mais das coisas da banda, e continua aprendendo. O business mudou muito, não foi só o Sepultura”, disse o músico.

Em relação as mudanças de formação, que até hoje alguns fãs gostam de lembrar, Andreas disse que respeita, mas falou que o espírito da banda é o mesmo de antes e continua buscando novos horizontes artísticos: “A gente não quer alimentar e nem saciar nenhuma expectativa de ninguém, a não ser a nossa. De artista, de músico, de querer expressar ideias através da música, da letra, de vídeos, de capa e tudo. O Sepultura é o mesmo, o Sepultura não mudou nada desde o começo. O espírito é o mesmo. Lógico que mudaram os membros, mudaram a tecnologia de vinil para CD, de CD para download, passando por MD, por videolaser, um monte de coisa. A gente sobreviveu a tudo, ao grunge, ao nu metal, ao glam, tudo”.

O músico também comentou sobre os shows que a banda tem feito pelo mundo, com um set list voltado para todas as fases da carreira: “A gente está aqui ainda fazendo o que a gente quer, tocando em um show com várias músicas novas, atuais, não sendo só saudosista, tocando só coisa velha como grandes bandas fazem, com todo respeito ao Iron Maiden, ao próprio Metallica que toca uma música do disco novo ou nem toca, sabe. Eu curto pra caramba, como fã eu amo. Mas o Sepultura tem esse fã de hoje que é muito importante. Além dos fãs antigos, os que deixaram de escutar ou os que escutam até hoje, são fãs do Sepultura. De uma carreira de 30 anos, é natural isso, é normal”.

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Foto: Dedé Moreira

Quanto as excursões pelo mundo, Andreas valoriza a experiência de poder ver o mundo com os próprios olhos, tocando em mais de 70 países e conquistando uma bagagem cultural que ajuda no momento das composições: “A gente tocou em 73 países até hoje, em 30 anos de carreira. É uma marca muito forte. Não tem banda no mundo que de repente chega a isso. Talvez o Metallica ou o Megadeth tenha tocado até para mais gente em menos países, mas a gente foi para todos os lados tocando em buracos e em grandes estádios, em festivais, em clubes, em arenas, em tudo que é tipo de lugar… em teatros, estacionamentos, em tudo, desde África, tocamos em todos os continentes. Então isso é uma carga, uma bagagem muito especial, muito rica e única. A gente vê o mundo com nossos próprios olhos e não através da TV, do Discovery Channel, ou do Globo Repórter”.

Segundo o guitarrista, o amadurecimento ajudou o Sepultura a saber direcionar melhor a carreira. Além disso, enfatizou que existe um equilíbrio por conta da formação atual contendo integrantes de momentos diferentes: “Acho que o Sepultura está muito fincado com o pé no chão, sabe muito bem o que quer e curtindo muito esse momento. É fantástico você ter um disco como o “The Mediator Between Head and Hands Must be the Heart”, uma formação como essa que equilibra várias fases da banda, como o próprio Paulo [Xisto] que vem desde sempre, o Derrick [Green] que está quase 20 anos, eu que estou desde 1987, o Eloy [Casagrande] que acabou de chegar e está trazendo uma energia fantástica”.

A honestidade é uma das grandes características do Sepultura, conforme Andreas falou na entrevista e adiantou o que os fãs poderão ouvir nos shows: “A gente não está aqui para ficar tirando sarro de ninguém para enganar ninguém. Quem vai ao show do Sepultura vai escutar desde o “Bestial Devastation” ao “The Mediator”. O set list não é político, nem o que escreveu o quê, ou quem estava. O fã não tem parte nessa briga, nessa idiotice de backstage que separou tanta gente do nosso caminho. Então a gente faz um set list honesto, a gente curte muito estar no palco e é por isso que a gente faz o que faz”. E completou: “Se alguém quiser realmente fazer parte dessa festa, acho que os 30 anos é um bom momento para aqueles que viraram a cara para a gente e voltar a dar uma chance também”.

SERVIÇOS – SEPULTURA 30 ANOS:

Rio de Janeiro/RJ
Data: 19 de junho (sexta) às 22h
Local: Circo Voador – Rua dos Arcos, s/n – Lapa
Ingressos: R$ 70 (meia-entrada antecipada) / R$ 80 (meia- entrada na porta)
*meia-entrada disponível para toda a venda antecipada de ingressos e para quem levar 1kg de alimento não-perecível no dia do show
Vendas online: http://www.ingresso.com/rio-de-janeiro/home/escolha/show/33657752/sepultura
Classificação: 16 anos
Acesso para deficientes

São Paulo/SP
Data: 20 junho (sábado) às 21h
Local: Audio SP – Av. Francisco Matarazzo, 694 – Água Branca
Ingressos: De R$ 50,00 (1º lote pista meia-entrada / sem camiseta) a R$ 250,00 (1º lote camarote inteira / com camiseta)
Vendas online: https://www.ticket360.com.br/evento/3652/sepultura-30-anos
Central de Vendas Ticket 360: (11) 2027-0777
Bilheteria oficial – sem taxa de conveniência:
Audio SP (De segunda a sábado, das 11h às 19h)
Capacidade: 3.000 pessoas
Acesso para deficientes
Classificação: Proibida a entrada de menores de 18 anos sem um responsável legal