The Horrors apresenta viagem sonora no Cine Joia

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Foto: Fabricio Vianna

O grupo The Horrors se apresentou nessa terça-feira, 5, em São Paulo, com a turnê do quarto disco, “Luminous”, que completou um ano de lançamento. Com quase 10 anos de estrada, a banda nasceu do punk horror, com forte influencia de Bauhaus e The Birthday Party. Atualmente, não está mais tão punk, porém, continua com a mesma essência horrorosa que estampou o palco do Cine Joia na 36ª edição do Popload Gig. Antes do show principal, os goianos do Boogarins fizeram uma excelente abertura, mostrando a cara do novo rock psicodélico nacional, sem muito esforço e muito bem aplaudidos pelos paulistanos.

Pontualmente, às 22hs, o The Horrors começou a apresentação com “Chansing Shadows”, música do álbum “Luminous”. Com sua proposta shoegaze, muita gente reclamava do volume do microfone, mas aos poucos foram percebendo que fazia parte da sonoridade. Na sequência, também do último disco, foi a vez de “In And Out Of Sight”.

Climão soturno com iluminação baixa em vermelho, às vezes azul Picasso, o grupo tocou as faixas “Who Can Say”, “Sea Within A Sea”, “Scarlet Fields” e “Mirror’s Image”, assim revivendo o disco “Primary Colours”. Algo muito importante quando se está presente em um show do The Horrors é não se preocupar com o tempo das músicas. Ao vivo, algumas delas ganham até 15 minutos de extensão. Por hora, pode parecer que o show é curto, mas a viagem sonora é longa.

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Foto: Fabricio Vianna

Um dos pontos altos da noite foi ver o Cine Joia, praticamente lotado, cantando “Still Life”. Nem a banda esperava por algo tão intimista com a música que ficou famosa depois de ter sido cantada em dueto com a cantora Florence Welch, no NME Awards, de 2012.

“I See You” e “Change You Mind” colocou fim da parte “Luminous” do show. Acredito que foi uma falha da banda ter excluído o primeiro single desse álbum, “So Now You Know”, mesmo com os fãs pedindo. O vocalista Faris Badwan agradeceu os paulistanos e encerrou o Popload Gig com “Moving Further Away”, em uma versão estendida de quase 18 minutos de pura microfonia, passando ali na fonte do Ride e do My Bloody Valentine.

Show impecável com a casa quase lotada. Vale lembrar que terça-feira não é o dia favorito da semana para os paulistanos irem a shows, mas ainda assim nem o público e nem a banda deixou a desejar. Um show com o nome horroroso foi maravilhosamente lindo.