Glenn Hughes mostra ao vivo porque é chamado de ‘a voz do rock’

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Foto: Costábile Salzano Jr./Divulgação

Cinco anos após o seu último show no Brasil e um ano após aparição na Copa do Mundo, o vocalista e baixista Glenn Hughes retornou ao país para um belíssimo show. Com um repertório bem variado com músicas de sua carreira solo e de diversas bandas que já participou, o ex-integrante do Deep Purple deu uma aula de carisma e mostrou porque é considerado uma das maiores vozes do rock.

Foi com “Ride of the Valkyries”, uma das mais belas composições da história da música clássica, que as luzes do Carioca Club se apagaram e a cortina começou a se abrir. O público, que havia praticamente lotado a casa, demonstrava-se ansioso e inquieto, afinal o lendário Glenn Hughes estava para subir ao palco a qualquer momento.

Seguindo o mesmo setlist do show da noite anterior em Limeira, a banda iniciou a apresentação com um dos maiores clássicos da década de 1970, “Stormbringer”, levando a plateia, que surpreendentemente contava com uma parcela considerável de público jovem, a loucura. Ao término da segunda música, “Orion”, Glenn parou para conversar com os fãs. Em sua primeira demonstração de carisma de muitas que ainda aconteceriam durante o show, o vocalista agradeceu a presença de todos e brincou: “Isso aqui é melhor do que sexo e olha que estamos apenas começando”.

Dando sequência a apresentação, veio “Way Back to the Bone”, gravada em 1971 com a Trapeze, primeira banda que Hughes participou. Apesar de ter agitado um pouco a parcela de fãs que conheciam por completo a carreira do ex-baixista do Purple, foi novamente com um clássico da banda inglesa que a plateia realmente se empolgou. “Sail Away” acordou o público que estava morno desde a abertura do show e demonstrou o porque o vocalista é conhecido como “a voz do rock”. Com seu estilo único e particular de cantar, o artista transitava entre médios e agudos com extrema facilidade. Sem demonstrar qualquer esforço, mostrou que apesar de estar com mais de 60 anos, a sua voz ainda está bem preservada e que consegue abrigá-la confortavelmente em diferentes regiões.

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Foto: Costábile Salzano Jr./Divulgação

A banda continuou com “One Last Soul”, música do supergrupo Black Country Communion, que foi liderado por Glenn Hughes e contava também com Joe Bonamassa. Logo em seguida, Pontus e Glenn se retiraram do palco, deixando apenas Doug Aldrich e sua bela guitarra Les Paul dourada. O solo do americano teve uma duração bem tranquila e legal de curtir, esbanjando feeling, assim como em sua época de Whitesnake.  O momento mais marcante do show veio em seguida, quando o trio se reuniu ao palco novamente. Foi ao som das primeiras notas de “Mistreated”, executadas em sua versão original por Ritchie Blackmore, que o Carioca Club veio abaixo. A casa foi coberta pela animação de toda a plateia, que acompanhou a banda do início ao fim da música, alternando momentos do refrão com o vocalista inglês, que não conseguia esconder o contentamento em seu rosto.

Sem esfriar o clima, o trio seguiu com “Good to be Bad” do Whitesnake, logo após o vocalista dizer ser um amigo bem próximo de David Coverdale. A apresentação ainda contou também com as músicas “Can’t Stop the Flood”, “Sweet Tea”, “Addiction” e “Soul Mover”. Depois da tradicional retirada do palco, para a volta do encore, a banda encerrou a sua apresentação com “Black Country” e “Burn”, clássico esse que foi novamente acompanhando pelo público.

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Foto: Costábile Salzano Jr./Divulgação

Após praticamente uma hora e vinte de show, Glenn Hughes agradeceu mais uma vez a presença de todos, disse que iria voltar e ainda brincou pela última vez: “Se perguntarem amanhã, digam que me assistiram tocar nessa noite de domingo e que estou bem velho, mas que continuo legal”. O público foi embora bem satisfeito com o que viu, uma aula de carisma e de boa música, sem demonstrar qualquer sinal de arrependimento por ter saído de casa em uma noite de domingo de manifestações pela cidade.