Assista primeira entrevista do Eagles of Death Metal sobre ataque terrorista
A primeira entrevista completa do Eagles of Death Metal para o site Vice acaba de ser divulgada. Em 26 minutos, o grupo revelou momentos aterrorizantes naquele 13 de novembro no Bataclan, onde se apresentava. O ataque terrorista matou 89 pessoas na casa de show.
O vocalista Jesse Hughes se emocionou ao descrever algumas situações e prometeu retornar a França: “Eu mal posso esperar para voltar a Paris. Eu quero que nós sejamos a primeira banda a tocar no Bataclan quando ele for reaberto. Porque eu estava lá quando ele ficou em silêncio por um minuto. Os nossos amigos estavam lá para ver rock n’ roll e morreram. Quero voltar lá e viver”.
Os integrantes conseguiram fugir do palco quando os criminosos fizeram uma pausa para recarregarem as armas. O baixista Matt McJunkins disse que se escondeu em uma sala do Bataclan junto com outras pessoas durante um tempo. “Alguém tinha deixado uma garrafa de champagne para um brinde após o show. Nós pegamos essa garrafa para usar [como uma arma]. Era tudo o que a gente tinha”. Ele se lembrou de uma mulher que estava ferida em sua frente, com o sangue escorrendo pelo chão, e várias pessoas tentando ajudá-la.
O baterista Julian Dorio falou que caiu no chão assim que ouviu os tiros e olhou através de sua bateria: “Vi dois caras na frente, a coisa mais horrível que já vi, e eles estavam atirando sem parar no público”. Ainda lembrou que sentiu o cheiro de pólvora.
“Várias pessoas se esconderam em nosso camarim e os assassinos foram capazes de entrar e matar todos eles, com exceção de um garoto que estava escondido debaixo da minha jaqueta de couro”, disse Hughes, ao lado de Josh Homme, do Queens of the Stone Age e também do EODM, que não estava no show em Paris. Inclusive, Josh foi a primeira pessoa que foi avisada pela banda sobre o ataque e que os integrantes haviam escapados.
Shawn Londres, engenheiro de som da banda, estava no fundo da casa, perto de onde os homens armados chegaram: “As pessoas começaram a cair no chão, feridas e mortas”. Ainda disse que um dos atoradores olhou diretamente para ele e disparou um tiro que atingiu sua mesa de som: “Eu acho que ele pensou que eu fui atingido. Ele ficou lá e continuou a atirar, atirar, massacrar, e só gritava ‘Allah akbar’. Foi então que eu entendi o que estava acontecendo”.
Hughes e Homme falaram sobre Nick Alexander, integrante da equipe que cuidava da venda de mercadorias, morto no ataque: “Eu penso sobre Nick, que protegeu um amigo dele”, disse Homme. “E ficou quieto e não gritou por ajuda, sangrou até a morte, porque ele não queria que ninguém mais fosse atingido”, acrescentou Hughes.
Ambos disseram que fizeram uma lista com os nomes daqueles que perderam suas vidas no ataque: “São os fãs que não conseguiram sobreviver, cujas histórias nunca vão ser contadas”. Homme foi questionado sobre o que diria às famílias das vítimas. “Acho que eu só quero me ajoelhar e simplesmente dizer: ‘O que vocês precisam’, porque não há nada que posso dizer, porque as palavras não dão conta disso tudo”.
O vídeo da entrevista, sem legenda, pode ser visto a seguir.