Warrel Dane revela novidades da carreira e expectativa de show em SP
Warrel Dane, vocalista das bandas Sanctuary e Nevermore, se prepara para um show em São Paulo, no próximo dia 30 (sábado), no Hangar 110. O Ligado à Música esteve com o músico em um papo bem descontraído, o qual comentou sobre sua carreira solo, adiantou algumas novidades sobre o novo álbum que está por vir e deu sua opinião sobre a indústria musical de hoje em dia. Além disso, comentou a respeito de dois dos assuntos mais falados no final de 2015: Star Wars e a reunião do Guns N’ Roses. Confira como foi a entrevista a seguir.
LIGADO À MÚSICA: No ano passado o álbum “Dead Heart in a Dead World”, do Nevermore, completou 15 anos de seu lançamento e você decidiu excursionar tocando o disco na íntegra. Como surgiu essa ideia e como foi a aceitação do público?
WARREL DANE: Eu achei que seria algo legal de se fazer. Quer dizer, as pessoas queriam escutar, então por que não tentar? Em grande parte dos meus shows os fãs estavam sempre me pedindo isso, então eu decidi que não haveria momento melhor do que no ano que o álbum completaria 15 anos. Foi algo bem legal de se fazer e funcionou muito bem. A reação do público foi sensacional, muito melhor do que eu esperava.
LIGADO À MÚSICA: A turnê começou aqui no Brasil e alguns meses depois foi agendada uma pequena passagem pela Europa, certo?
WARREL DANE: Sim, exatamente.
LIGADO À MÚSICA: Existem planos de seguir com essa turnê de aniversário? Talvez alguns shows nos Estados Unidos ou na América do Sul?
WARREL DANE: A turnê europeia foi algo bem louco, nós fizemos doze shows pela Grécia. Digo, normalmente fazemos no máximo dois, um em Atenas e outro em Salônica, mas não, dessa vez foram doze e todos eles estavam superlotados, nós nos divertimos bastante. Além da Grécia, nós ainda passamos pela Turquia e pela Bulgária. Foi bem bacana. Sobre os Estados Unidos, eu gostaria de passar por lá, mas isso já é mais complicado. Na América do Sul já é algo mais fácil, vocês são loucos por heavy metal, então é capaz que nós passemos pelo Chile, Argentina… Vamos ver o que acontece em um futuro próximo.
LIGADO À MÚSICA: No seu site está escrito que talvez entre abril e maio seja agendada uma nova passagem pelo resto da Europa. O que você pode nos dizer sobre?
WARREL DANE: Sim, sim. Agora é oficial, nós voltaremos para a Europa durante esses dois meses para fazer uma série de shows por lá.
LIGADO À MÚSICA: Legal. Bom, agora vamos falar um pouco sobre a sua carreira solo. Em 2008 você lançou o seu primeiro álbum, chamado “Praises to the War Machine”, e em algumas entrevistas no último ano você disse que já estava trabalhando em um segundo lançamento. Como vai o andamento dele, você e a banda já entraram em estúdio?
WARREL DANE: Bom, o segundo álbum já está em andamento e o seu nome vai ser “Shadow Work”. Grande parte do álbum será composto por versões de algumas músicas já conhecidas e, cara… o que tenho a dizer pra vocês é que serão versões bem pesadas, algo difícil de se imaginar. Posso dizer que a melhor delas é uma versão de “The Hanging Garden”, do The Cure. Sério, vocês não conseguem imaginar que ela daria uma bela versão de heavy metal, mas ela deu. Tenho certeza que todos vão ficar impressionados quando ouvir.
LIGADO À MÚSICA: Estamos ansiosos por isso. Aproveitando que você comentou sobre essas versões, em um show acústico realizado na Grécia, a banda executou uma versão de “Ordinary World”, do Duran Duran. Ela vai estar presente no álbum também?
WARREL DANE: Sim, sim. Imagino que a versão que você tenha assistido não tenha ficado tão boa, mas é porque nós não ensaiamos muito para essas versões acústicas. Então teria como ter sido bem melhor, isso eu garanto. Mas sim, eu amo essa música, é a minha favorita do Duran Duran e nós fizemos uma versão muito mais pesada do que a original.
LIGADO À MÚSICA: Bacana, mas o álbum vai contar apenas com versões ou terão músicas autorais também? A banda que está trabalhando com você é a mesma brasileira que excursionou com você durante o ano de 2015?
WARREL DANE: Bom, vamos ver o que acontece. Eu estou pensando em colocar algumas autorais sim, mas ainda não tenho nada certo. Sim, eles realmente arrebentam e eles estão trabalhando comigo para esse novo álbum.
LIGADO À MÚSICA: Agora falando sobre a sua outra banda, o Sanctuary. Primeiro, vocês já começaram a pensar em um segundo álbum? E segundo, alguns meses atrás você deu uma entrevista dizendo que estaria totalmente aberto à uma turnê com o Arch Enemy, algo a respeito já foi conversado?
WARREL DANE: Sim, inclusive nós já temos três músicas prontas e o que posso adiantar para vocês é que elas estão muito, mas muito mais pesadas do que no último álbum. Eu conversei com Lenny, o guitarrista, e disse para ele: “Vamos lá, dessa vez eu quero mais rápido” e foi exatamente isso que ele me deu, rapidez e peso. Sobre a turnê com o Arch Enemy, sim, eu continuo totalmente aberto à isso. Seria bem interessante tocar junto com eles, nós realmente precisamos sentar para conversar sobre essa ideia.
LIGADO À MÚSICA: Tomara que role. Ok, vamos conversar um pouco sobre a mudança que a indústria musical vem sofrendo desde que você entrou nesse ramo. Atualmente o mundo vem passando por essa fase do streaming musical. Qual é a sua opinião sobre isso?
WARREL DANE: Bom, isso realmente é uma faca de dois gumes. Não posso afirmar se esse tipo de serviço é bom ou ruim, quer dizer, é claro que para bandas iniciantes isso dá uma maior exposição para o som deles, mas por outro lado esse tipo de coisa vem deixando cada vez mais os artistas longe do seu público. Esse é um assunto bem difícil de se tratar. Eu não gosto do fato de que as pessoas podem conseguir tudo de graça na internet hoje em dia, eu realmente não gosto isso, não ligo para o que os outros dizem mas isso é péssimo para a relação entre os artistas e os seus fãs. Ser músico nos dias atuais se tornou muito difícil, você não consegue o tanto de dinheiro que deveria, você não consegue chegar em casa e pagar as suas contas porque as pessoas estão conseguindo tudo de graça na internet e isso é um grande problema, as coisas não eram assim anos atrás. As bandas faziam dinheiro vendendo álbuns e está longe de ser assim hoje em dia, nós fazemos dinheiro entrando em turnê. Mas tudo bem, eu não ligo para isso, gosto de fazer shows.
LIGADO À MÚSICA: Agora falando um pouco sobre como você decidiu ser um vocalista. Quando você percebeu que realmente podia cantar? Quando você começou, 30 anos atrás, você cantava em um tom muito mais alto do que hoje em dia, como isso funciona?
WARREL DANE: Eu comecei com aulas de canto, fiz cinco anos com uma professora irlandesa que foi morar lá em Seattle para ensinar e começou a dar aulas em um grande instituto de arte da cidade. Ela era maravilhosa, bem estranha eu devo dizer, mas mesmo assim eu ainda a amava. Bom, eu tinha 12 anos, era óbvio que eu conseguiria cantar daquela maneira, digo, a voz masculina muda bastante quando você envelhece. Não vou mentir e dizer que consigo cantar da mesma forma do que quando gravei minhas primeiras músicas, porque eu realmente não consigo, então tive que me adaptar. Mas era bem legal, eu era jovem e conseguia cantar como se tivessem enfiando algo pelo meu… (risos), deixa pra lá. Mas foi assim que eu comecei com a minha grande paixão, que é cantar.
LIGADO À MÚSICA: Aproveitando que você falou sobre paixão, lembro de ter visto em algum lugar que você é um chefe de cozinha e que inclusive tem um restaurante. Isso é verdade?
WARREL DANE: Totalmente. Na verdade eu tinha um restaurante, mas tive que fechar, era difícil quando nós entravamos em turnê, um restaurante é algo que você tem que dar atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então era bem complicado, mas sim, cozinhar é a minha segunda paixão, eu sempre cozinho quando estou em turnê. Eu adoro comida italiana e não consigo ficar uma semana se quer sem comer macarrão, não existe vida sem isso, eu sou totalmente viciado em massas, eu amo macarrão. Aprendi a ter esse amor pela cozinha com um italiano que era como se fosse um segundo pai pra mim, eu amava esse cara.
LIGADO À MÚSICA: Bom, para fechar nós trouxemos dois dos assuntos mais falados neste fim de ano e gostaríamos que você desse a sua opinião sobre eles, ok?
WARREL DANE: Tudo bem.
LIGADO À MÚSICA: O primeiro deles eu inclusive vi você postar no seu Twitter sobre, algo do tipo “Estou muito ansioso para o novo Star Wars”… E então?
WARREL DANE: Foi maravilhoso, eu assisti três vezes e foi totalmente foda. O que você acha? Vamos falar um pouco sobre as teorias agora. Você provavelmente acha que Rey é filha do Luke, né? Não, não e não, sinto lhe dizer mas você está errado. A minha teoria é que ela é a reencarnação de Anakin, mas em um corpo feminino e é por isso que ela tem aqueles flashbacks e consegue controlar o sabre de luz daquela maneira. Vamos lá, pense um pouco… pense. Mas eu realmente amei o filme, eu sou louco por Star Wars. Aliás, todos nós somos, todos temos aquele lado nerd.
LIGADO À MÚSICA: Realmente, difícil não achar alguém que seja louco por Star Wars. Mas então, seja sincero… Você chorou quando o Han Solo morreu?
WARREL DANE: Mas é claro que chorei, como alguém não faria isso? Ele foi morto pelo próprio filho e isso é que foi foda. Mas sério, a história ficou tão aberta para o próximo. Não consigo imaginar o que vai acontecer. O que me deixa um pouco triste é que não vai ser o J.J. Abrams no próximo, vai ser um diretor diferente, mas vamos ver o que acontece.
LIGADO À MÚSICA: Se seguir a mesma linha desse primeiro, a trilogia tem tudo para ser excelente. Ok, o segundo tópico que queríamos que você comentasse é sobre a reunião do Guns N’ Roses, o que você acha disso?
WARREL DANE: Ah, esse é um assunto bem difícil… Quer dizer, eu sou fã de Guns N’ Roses, mas eu realmente não sei… Claro que eles estão fazendo isso por dinheiro, na verdade estão fazendo por uma quantia enorme eu posso dizer. Mas falando sério, eu realmente espero que role com o baterista original. Fala sério, seria animal, mas ainda assim eu acho que essa turnê será uma vergonha. Mas seria muito legal se rolasse com os cinco integrantes do “Appetite”, o [Steven] Adler pode estar totalmente fodido, mas ele é e sempre será o Guns N’ Roses. O sorriso e o amor dele em tocar bateria sempre demonstraram isso. Pra ser sincero, eu não gosto muito do Matt Sorum, ele é um grande baterista, ele é mais técnico e tal, mas a alma daquilo está com Steven.
LIGADO À MÚSICA: Todos nós concordamos, Izzy e Adler deveriam estar presente nessa reunião. Bom, o papo foi bem legal e nós do Ligado à Música gostaríamos de agradecer você por essa conversa. Aproveitando, deixe algum recado para os seus fãs e comente algo sobre o show do dia 30?
WARREL DANE: Agradeço a vocês também. Bom, dia 30 nós vamos tocar de tudo, Sanctuary, Nevermore e algo do meu álbum solo também, estamos pensando em fazer uma enquete online para que vocês possam escolher quais músicas serão executadas no show. Bom, vai ser bem divertido, eu amo o Hangar 110, eu realmente amo aquele ar sombrio e perigoso que a casa possui. Para os fãs, eu tenho um recado sim: Por favor, desistam de qualquer religião que vocês sejam adeptos, pois as que temos não funcionam de maneira alguma. O mundo está passando por uma fase de desconstrução e a melhor coisa que vocês podem fazer agora é aderir à sua própria religião.
SERVIÇO:
Warrel Dane
Abertura: Furia Inc.
Data: 30 de janeiro (sábado) às 18h30
Local: Hangar 110 – R. Rodolfo Miranda, 110 – Bom Retiro – São Paulo
Ingressos:
R$ 60 (meia-entrada), R$ 80 (Promocional) e R$ 120 (Na porta)
Vendas online: www.ticketbrasil.com.br
Pontos de venda:
Hunter Records (Galeria do Rock)
Metal CDs (Santo André)