The Libertines – Anthems For Doomed Youth (Virgin EMI)
Nota 7.5
Há mais de uma década sem um álbum de inéditas, os britânicos do Libertines finalmente quebraram o jejum e lançaram, no último dia 11 de setembro, “Anthems For Doomed Youth”. O disco pode ser ouvido gratuitamente na plataforma Spotify, onde está disponível sua versão delux, com quatro faixas além das 12 do CD normal.
Depois de uma bem-sucedida turnê de reunião em 2014, a banda seguiu o exemplo de tantas outras – inclusive do Blur – e resolveu voltar para o estúdio. O resultado, apesar de muito aguardado pelos fãs, não é tão interessante quanto poderia. Pouca coisa mudou no som e nas letras. Em 11 anos, não houve um amadurecimento.
O vocalista e guitarrista Pete Doherty e companhia foram até a Tailândia para encontrar algum tipo de inspiração para este terceiro álbum. Logo na primeira faixa, “Barbarians”, a impressão é que estamos de volta a 2004, ao disco homônimo, responsável por conquistar, definitivamente, o público “indie”.
Guitarreira, dançante e com aquela pitadinha de sofrimento necessária a uma canção do Libertines. O álbum abre com a frase “This one’s for your heart and for your mind” (Essa é para o coração e para a mente), com Pete cantando em “Barbarians”. É esse o recado para o ouvinte que, logo à frente, no refrão, entende ainda melhor a proposta. “All I want is scream out loud” (Tudo que eu quero é gritar bem alto), grita o vocalista.
A vibe meio reflexiva, em busca de exorcizar um pouco antigos demônios, continua na ótima “Gunga Din”, não por acaso, escolhida como primeiro single. Cativante e divertida na medida certa, em contraponto com a letra. Logo depois, talvez a melhor das 12 faixas, vem a deliciosa “Fame And Fortune”.
“Heart Of The Matter” também tem seu lugar de destaque. Mas então, o encanto parece ter chegado ao fim. Tudo se torna um tanto repetitivo e desanimado. A canção que dá nome ao CD, é exemplo disso. Nela, Carl Barât divide os vocais com Pete, mas o ouvinte fica o tempo todo esperando que a coisa “decole”. Este “quase” também se repete em faixas como “Belly of the Beast” ou “Fury of Chonburi”.
A baladinha deprê “You’re My Waterloo”, é uma boa pedida para quem gosta desse lado mais romântico da banda. Mas certamente não é o forte dos caras. Melada demais. Só não chega a enjoar porque é curtinha como, alias, a maior parte das 12 músicas.