The Killers – Wonderful Wonderful | Resenha
Nota: 6,5
Confirmado como headliner da sétima edição do Lollapalooza Brasil, que acontece em março do ano que vem, o The Killers vem mostrar ao público brasileiro as canções de seu álbum mais recente, “Wonderful, Wonderful”, lançado no final de setembro. Para a produção desse quinto disco de estúdio, que sucede o não muito bem recebido, de 2012, a banda norte-americana apostou em Jacknife Lee, que já trabalhou ao lado de nomes como U2 e REM.
Durante os cinco anos de intervalo entre os dois álbuns, o vocalista Brandon Flowers deu continuidade à sua carreira solo, o que segundo declarou em entrevista recente, ajudou a trazer de volta a essência do Killers. Difícil é entender tal afirmação, já que o CD parece mesmo é uma extensão do trabalho do vocalista sem os colegas de banda. Esse é mais um entre tantos casos em que você se pergunta porque é tão complicada a separação entre as duas carreiras.
O que se ouviu no primeiro single, “The Man”, lançado há alguns meses, reforça a ideia de que eles não pretendem inovar ou se destacar em nada. A banda está de volta às pistas e ao universo pop radiofônico. Teclados em excesso e melodias cantaroláveis e grudentas compõem um repertório que deve agradar aos fãs mais antigos, mas que não chega a empolgar quem não os conhece desde o início da carreira.
Entre as dez faixas, a que intitula o disco é a que mais se destaca, refletindo alguma coisa de U2, passeando pela década de 1980. Em “Run For Cover”, a coisa parece que vai ganhar novas cores, através da guitarra com certa inspiração punk, mas então, o refrão vem e destroi as esperanças do ouvinte, recolocando tudo de volta à zona de conforto de sempre. E é esse o problema de “Wonderful Wonderful”: falta de ousadia e um mergulho profundo na mesmice.
Para não dizer que o álbum não traz nada de realmente interessante, temos “Have All The Songs Been Writhen?”, que conta com a participação especialíssima do líder do Dire Straits, Mark Knopfler, na guitarra. Alguns podem considerar “Wonderful, Wonderful” como uma espécie de tributo aos anos 80, remetendo até a disco music, como em “Out Of My Mind”, mas trata-se apenas de uma colagem pouco inspirada de influências e pouco a acrescentar.