Nightwish faz show grandioso em São Paulo

Três anos após a última apresentação em São Paulo, os finlandeses do Nightwish retornaram à capital paulista para uma apresentação no Tom Brasil (antigo HSBC Brasil). O show fez parte da turnê para promover o mais recente trabalho da banda, “Endless Forms Most Beautiful”, lançado em maio deste ano.

Com uma pontualidade incrível, assim que os relógios apontaram às 22h, as luzes do palco se apagaram. O tema escolhido para introduzir o show foi “Roll Tide”, composto por Hans Zimmer para o filme “Crimson Tide” (Maré Vermelha). A impressão que tínhamos era que a introdução orquestrada não terminaria nunca, mas ninguém reclamou, o público já sabia que toda a espera valeria a pena. Finalizada a orquestra, o Nightwish subiu ao palco com “Shudder Before The Beautiful”, composição do novo álbum. Os ingressos não estavam esgotados, mas mesmo assim a casa estava bem lotada, pelo menos o suficiente para fazer bastante barulho e arrancar um sorriso de surpresa da vocalista Floor Jansen, logo nos primeiros instantes do show. A plateia acompanhou cada palavra da primeira música, era impossível não notar o ar de satisfação do quinteto em estar em cima daquele palco.

Antes de continuar o show, Floor deu boa noite aos fãs e complementou: “Eu estou sentindo que hoje nós teremos uma noite especial”. “Yours Is an Empty Hope” deu continuidade ao show. Quando Tuomas Holopainen (teclado) deu início às primeiras notas de “Ever Dream”, Floor até começou a cantar, mas a platéia estava tão alta que a vocalista preferiu deixar o coro levar o começo da música. “Vocês são maravilhosos”, disse antes de continuar com a empolgante “She’s My Sin”. Posso até estar sendo um pouco repetitivo, mas é impossível não ter como mencionar outra vez a alegria dos finlandeses. Se na apresentação do Rock in Rio e em suas declarações por trás do palco, os boatos eram de que a cantora estava arrogante, a impressão no show de São Paulo foi totalmente inversa. Não havia uma música se quer em que a holandesa não dançasse, sorrisse e se mostrasse completamente feliz.

O show teve continuidade com “My Walden” e em seu refrão enérgico e grudento, sempre acompanhado pela galera que não parecia se cansar. Antes de dar sequência, foi a vez de Marco Hietala (baixo, violão e vocal) saudar o público. “Vocês são um bando de louco”, disse o finlandês. A interação continuou, o baixista disse que adorava estar no Brasil, porque o país possui um público muito mais eufórico do que os que eles estão acostumados em outros lugares. Uma belíssima versão acústica de “The Islander” foi executada com o dueto alternado entre Marco e os fãs.

“Elan” foi o primeiro single do “Endless Forms Most Beautiful”, portanto a música estava na boca de todos os presentes. A pesada “Weak Fantasy” e “7 Days to the Wolves” deram sequência ao repertório, que se encontrava igual ao do show em Fortaleza dois dias antes. “Storytime” foi umas das músicas que mais animaram a plateia, gravada originalmente na suave voz de Anette Olzon. A canção ficou mais pesada e encorpada com o vocal de Floor. Novamente a vocalista interage com os fãs e pergunta se todos estão se divertindo. O show continuou com “I Want My Tears Back”, “Stargazers” e “Sleeping Sun”.

Já na reta final do show, porém com o público não menos animado, foi a vez da apoteótica e grandiosa “The Greatest Show On Earth”. A música, que conta com 24 minutos em sua versão original, trata sobre a vida e a evolução por seleção natural. As partes escolhidas para serem executadas no show foram “Chapter II: Life” e “Chapter III: The Toolmaker”. Curiosamente na música, duas pessoas vestidas de gorilas subiram ao palco e começaram a dançar com a banda, que parecia não entender o que estava acontecendo. A clássica “Ghost Love Score” de 2004 foi executada em sua versão completa e o repertório foi finalizado com “Last Ride of the Day”. Floor ainda interagiu pela última vez, dizendo que aquela seria a última chance da galera interagir com a banda, então pediu para que todos realizassem o “Grito do Século”. Depois que todos deixaram o palco, o último capítulo da “The Greatest Show On Earth”, “Sea-Worn Driftwood”, foi o tema escolhido para a despedida.

Após pouco mais de duas horas de espetáculo, o Nightwish terminou mais uma grandiosa apresentação em São Paulo, deixando todos bem satisfeitos com o que assistiram. Sempre cheios de energia, carisma e com uma apresentação de bastante peso, os finlandeses mostraram mais uma vez o porquê são uma das bandas mais queridas dos brasileiros.