Muse – Drones (Warner Music)
Nota 9
Quem esperava por um álbum mais pop, no caminho do anterior, “The 2nd Law”, lançado em 2012, ao escutar o primeiro single, “Psycho”, provavelmente imaginou que seria bem por aí, algo mais radiofônico, ainda que com direito a bons riffs e algum peso. Pois bem. Não é exatamente o que encontramos em pelo menos sete, das 12 faixas de “Drones”, sétimo trabalho dos britânicos do Muse.
O disco soa um pouco como um tipo de “volta às origens”, quando o trio liderado pelo vocalista e guitarrista Matthew Bellamy, ainda não tocava em grandes estádios e tinha o rock progressivo como influência indiscutível. Talvez a colaboração do produtor Robert Lange (AC/DC, entre outros) tenha acertado o tom e ajudado à banda a descer alguns degraus e se posicionar de forma menos pretensiosa.
Estão naquela fase em que já se consagraram e não precisam mais provar nada a ninguém e é isso que os liberta para experiências como a faixa que dá título ao disco. Parecem ter deixado para trás a necessidade ou preocupação em agradar a crítica ou quem quer que seja. Os mais de dez minutos de “The Globalist”, deixam isso bem claro. Seu início instrumental, da lugar a uma balada quase romântica e minutos depois, descamba para um rock guitarreiro, pesado, encerrando com o vocalista em um belo momento no piano.
Outra coisa boa é que Bellamy se supera nos vocais a cada álbum e a banda traz o mesmo entrosamento visto no palco, para o estúdio. Canção que merece destaque é a já citada “Psycho”. Pop, quase dançante e cheia de energia. “Dead inside”, segundo single, já vem um pouco mais “deprê”, com uma letra bem no estilo do Muse e alguma influência de bandas como Depeche Mode e sons mais próximos da música eletrônica. “Defector”, com sua levada meio Queen também é um dos bons momentos do disco, ao lado de “Reapers”, outra que bebe na fonte do progressivo sem pudores.
No final das contas, trata-se de um ótimo trabalho que pode trazer de volta os fãs mais antigos, sem, no entanto, perder de vista os que preferem a vertente mais pop do trio. “Drones” apresenta um bom equilíbrio entre os dois lados em um repertório sem muitos altos e baixos e de qualidade superior aos dois últimos álbuns. Vale esperar para ver os caras tocarem as novas canções ao vivo no Brasil, em outubro.