Muse desfila hits em apresentação empolgante no Rio

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Foto: Vinicius Pereira

Uma das bandas mais bacanas e interessantes de sua geração, o Muse se apresentou no Rio de Janeiro, na última quinta, 22, no HSBC Arena. O trio proporcionou ao público, que não chegou a lotar a casa, um espetáculo impecável, cheio de energia e rock n’ roll de verdade, como já não se encontra com facilidade por aí. Os britânicos trouxeram ao país a turnê “Drones”, nome de seu último álbum, lançado em julho deste ano.

Em cerca de uma hora e meia, 17 músicas misturaram novidades como “Dead Inside” e “Psycho”, que abriu a noite, com clássicos que relembraram os oito discos da banda, o caso de “Supermassive Black Hole”, “Apocalypse Please” e “Starlight”. Simpáticos, mas sem perder tempo com papos em português ou “gracinhas” para agradar os fãs, o vocalista e guitarrista Matt Bellamy, o baixista e tecladista Chris Wolstenholme e o baterista Dominic Howard mostraram-se muito bem entrosados no palco e, praticamente, emendaram uma canção à outra, sem deixar o ritmo cair nenhum minuto.

O público, por sua vez, correspondeu como deveria: cantando em coro até as músicas mais recentes, como a dramática “Mercy”. Mais pesado que nos álbuns de estúdio, o básico guitarra-baixo-bateria acompanhando a excelente voz de Bellamy, só comprovou, mais uma vez, que o bom rock n’ roll não precisa de muita firula para mostrar seu valor. Pelo contrário, bons riffs, melodias bem construídas e técnica apurada são, digamos, a base para o sucesso e tudo isso, o Muse tem de sobra.

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Foto: Vinicius Pereira

Sem falar nas letras, muitas vezes épicas e claramente influenciadas pelo progressivo de bandas como Pink Floyd, muito presentes nos dois últimos trabalhos do trio, outro diferencial que destaca o grupo dos companheiros de sua geração, nas últimas duas décadas.

Depois das duas primeiras músicas, “Psycho” e “Reapers”, ambas do “Drones”, veio o primeiro hit, “Plug In Baby”, provocando uma espécie de “catarse coletiva”, seguida pela ótima e pesada “The Handler”. Depois, vieram “The 2nd Law: Unsustainable”, “Dead Inside”, escolhida como primeiro single do novo álbum e trazendo um tom oitentista ao repertório, com seu teclado fazendo lembrar Depeche Mode, e “Hysteria”.

Anunciada pelo vocalista como uma canção “antiga demais”, a maior surpresa no setlist foi “Muscle Museum”, faixa do álbum de estréia, “Showbiz”, e que ainda não havia sido tocada nessa turnê. Logo depois, um dos momentos mais bonitos e emocionantes da noite, “Apocalypse please”, com Bellamy ao piano, levando os fãs ao êxtase.

Os últimos 20 minutos de show foram só alegria, um desfile de hits. “Madness”, “Supermassive Black Hole”, “Time Is Running out”, “Starlight” e “Uprising”. Nesta última, dezenas de bolas caíram sobre a platéia que se divertiu, estourando uma a uma. Um breve intervalo e um bis tímido, com apenas duas canções, “Mercy”, acompanhada por uma chuva de papel picado e fitas, e a sensacional “Knights of Cydonia”, deixaram a galera com um gostinho de quero mais, mas, apesar disso, com a certeza de que valeu cada centavo do ingresso salgado para estar ali.