Matt Sorum no Brasil: Saiba como foi o show exclusivo em SP

Matt Sorum no Brasil: Saiba como foi o show exclusivo em SP

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Fotos: Marcos Chapeleta

Matt Sorum, um dos maiores bateristas da história do rock mundial, com passagens por bandas como Guns N’ Roses, The Cult e Velvet Revolver, esteve em São Paulo durante a semana passada. O músico veio para a divulgação de um novo conceito que, segundo ele, se tornará o futuro da indústria musical. Apesar da agenda corrida, como não poderia ser diferente, o baterista tirou um dia para nos presentear com um show secreto, apenas para convidados. O evento ocorreu, no último sábado (25), na cobertura do Jamile Restaurante, estabelecimento gourmet localizado no tradicional bairro do Bixiga.

Sorum veio promover o Sthorm, plataforma de criptomoeda que está envolvido no lançamento. A ideia por volta de todo o conceito é a de eliminar o “intermediário” que acontece entre o ouvinte e o músico, ou seja, as indústrias que estão por trás de todos os grandes lançamentos, com a criptomoeda. Imagine uma situação onde o fã compre uma música por 99 centavos e esse dinheiro chegue diretamente ao artista, e não sendo o último a receber como acontece atualmente. Segundo Matt, além de ser mais justo, essa ideia faria com que as pessoas tivessem novamente o poder de dizer ao mundo quem merece ou não ser notado.

O artista também está envolvido em um projeto musical onde fez algumas gravações em um estúdio na capital paulista. Porém, o trabalho ainda não foi revelado por questões contratuais.

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Falando agora do secret show, Matt não veio com banda ou quaisquer outros músicos o acompanhando. A ideia do evento era de fazer uma jam session, apenas para presentear os sortudos convidados e celebrar seu legado. Sendo assim, o Jamille recepcionou o público a partir das 16h30 para o show que aconteceria apenas três horas depois. Durante esse tempo, a galera que estava na cobertura aproveitou para degustar um coquetel, além de curtir a programação de DJ de Bento Mello, do Sioux 66.

Dando início ao show e para a surpresa dos presentes, Matt começou o repertório de maneira atípica: com um violão e puxando a responsabilidade dos vocais para si, com a faixa “The Sea”, em formato acústico. A canção foi lançada como single de seu segundo disco solo, “Stratosphere” (2011), e muito bem recebida pelo público surpreso ao ver de perto Sorum. “One of a Kind”, também de sua carreira solo, foi executada a seguir ainda no mesmo formato de palco. “Essa canção que irei tocar agora é sobre uma garota”, brincou Matt antes da faixa, sorrindo com o público. “Mas não é uma canção de amor, eu a escrevi quando ela me deixou dizendo que eu era um otário. Meninos, sejam gentis com as garotas ou elas te dirão exatamente isso: ‘Você é um otário'”, concluiu, arrancando gargalhadas dos presentes.

Como o próprio músico havia anunciado antes de dar início ao repertório, estaríamos ali para assistir uma verdadeira jam, com trocas de músicos e provavelmente alguns erros que, segundo Matt, são o que fazem o rock ser o que é. “Ensaiamos ontem por uma hora, apenas para termos uma direção. Isso que estamos fazendo aqui é a definição exata para o rock n’ roll. O rock não nasceu para ser perfeito”, declarou. Sendo assim, Sorum deixou o seu violão de lado e foi para onde todos esperavam: sua bateria.

Com músicos de diferentes bandas nacionais, entre eles, Cadu Pelegrini (Kiara Rocks), Igor Godoi e Yohan Kisser (Sioux 66) e Paulinho Corcioni, o baterista deu a direção para uma verdadeira aula de rock. “Highway to Hell” foi a primeira a fazer com que a cobertura do Jamille tremesse. “Road House Blues”, do The Doors veio a seguir. O andamento da canção, um pouco mais cadenciada, não impediu com que Sorum “soltasse a mão” em seu instrumento. Apesar do peso em suas baquetadas, foi com “Rebel Yell”, clássico do Billy Idol, que Matt deixou os presentes sorrindo boquiabertos, com viradas que deixaram claro o porque de o baterista ter sido escolhido para substituir Steven Adler no Guns N’ Roses.

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Se a rouquidão à la Lemmy Kilmister de Cadu se encaixaram bem com as canções anteriores e claro, com “Ace of Spades”, que não pode faltar em jam alguma, os drives de Igor Godoi, puxados para o hard rock setentista e oitentista, foram os selecionados para reviver grandes momentos do passado de Matt, com duas canções que todos os presentes esperavam. “Slither”, do Velvet Revolver e eternizada por Scott Weilland, e claro, “Paradise City”, clássico absoluto do Guns N’ Roses, sempre presente no repertório do grupo. Nessa, última faixa da noite, Sorum pediu para que as garotas se dirigissem aos microfones para executar os backing vocals. Apesar da “super lotação” do palco durante a música, foi praticamente impossível tirar os olhos de Matt, ao ver o baterista executar uma faixa que fazia da “Use Your Illusion Tour”, do Guns N’ Roses, na década de 1990, enquanto o grupo dominava o mundo. Antes disso, Igor também cantou uma versão de ‘Whole Lotta Love’, do Led Zeppelin.

O repertório foi curto, durou praticamente uma hora, mas fez com que passasse um filme na cabeça dos presentes. Se apenas as dez canções já tinham feito com o que o sábado tivesse valido a pena, Sorum ainda demonstrou extrema simpatia ao circular pela cobertura do restaurante, distribuindo autógrafos e batendo fotos com os fãs, para fechar a noite com chave de ouro. O intuito principal da passagem de Sorum pelo país era a divulgação da plataforma Sthorm, que em breve será lançado, mas o curto e repentino show que realizou com certeza ficará na memória dos pouco mais de cinquenta presentes, que assistiram a uma verdadeira aula de rock n’ roll.

Repertório:

01. The Sea – Matt Sorum
02. One of a Kind – Matt Sorum
03. Highway to Hell – AC/DC
04. Road House Blues – The Doors
05. Tush – ZZ Top
06. Rebel Yell – Billy Idol
07. Whole Lotta Love – Led Zeppelin
08. Sliter – Velvet Revolver
09. Ace of Spades – Motorhead
10. Paradise City – Guns N’ Roses