Maroon 5 – Red Pill Blues | Resenha

Maroon 5 – Red Pill Blues | Resenha

Maroon-5-Red-Pill-Blues

Nota: 6,5

O Maroon 5 é uma daquelas bandas que precisa passar urgentemente por algum tipo de processo de “reciclagem” ou “atualização”. Em seu sexto álbum de estúdio, “Red Pill Blues”, lançado no último dia 03 de novembro, o grupo norte-americano não apresenta nada de novo no que diz respeito à sonoridade ou às letras. Dançante, como era de se esperar, o disco soa repetitivo ao extremo, insistindo em fórmulas certeiras e esquecendo o significado da palavra criatividade.

Não bastasse essa falta de inspiração de Adam Levine e companhia, eles também não foram nada felizes na escolha do título do álbum. Segundo a banda, que precisou se explicar publicamente, a ideia seria apenas fazer uma referência ao filme “Matrix”. No entanto, o nome também é associado a um grupo machista que defende os direitos dos homens, o que pegou mal em tempos de feminismo e luta por igualdade de direitos em alta.

Cada vez mais interessados em flertar com a música eletrônica, o Maroon 5 optou por fazer isso da maneira menos trabalhosa, experimentando muito pouco – ou quase nada – sem explorar as tantas vertentes e ramificações que o gênero oferece. Faixas como “Who I Am” e “Girls Like You” são exemplos disso; assim como a balada “Whiskey”.

Pode-se dizer que o que “salva” em “Red Pills Blues” são as participações especiais, tanto na produção, quanto à frente dos microfones. Entre os destaques estão Kendrick Lamar e ASAP Rocky. O single “What Lovers Do”, pop até a raiz dos cabelos e que conta com a participação de SZA, é um dos bons momentos do disco, cumprindo sua função de grudar feito chiclete na cabeça.

Ainda dentro do quesito convidados especiais, a faixa “Help Me Out” também merece atenção. Ao lado da cantora Julia Michaels, Levine mostra o que tem de melhor: sua voz poderosa que brinca com os agudos com uma facilidade impressionante. Desde a estreia, há 15 anos, com o ótimo “Songs About Jane”, não há como negar que o vocalista só vem reafirmando seu talento.

Um dos únicos momentos que podem surpreender os fãs está na faixa “Closure”, que encerra a edição delux do álbum. Com seus cerca de 11 minutos de duração, é a única oportunidade que a banda abre para o experimentalismo, dando espaço não apenas para que Levine possa brilhar, mas mostrando também que guitarra, baixo, bateria e metais podem fazer a diferença, se forem mais explorados. Todos os músicos aparecem em ótima forma, merecendo um pouco mais de destaque do que nos últimos três trabalhos.