Little Quail and the Mad Birds toca seus sucessos em show de reunião em SP
Os brasilienses do Little Quail and the Mad Birds se apresentaram, no último sábado (04), em São Paulo. Essa notícia até parece que estamos na década de 90 naqueles shows que rolavam no lendário Aeroanta. No entanto, já se passaram mais de 20 anos desde que os integrantes Gabriel Thomaz (vocal e guitarra), Zé Ovo (baixo) e Bacalhau (bateria) encerraram a banda para seguir novos caminhos. De lá para cá, Gabriel montou o Autoramas, Bacalhau tocou no Rumbora e está atualmente no Ultraje a Rigor, e Zé Ovo foi trabalhar de roadie. A amizade entre os músicos continuou superando qualquer tipo de desavenças do passado. O trio costuma se reunir eventualmente para relembrar o início de carreira com o Little Quail. O recente reencontro ocorreu no Sesc Santo Amaro, em uma noite chuvosa na capital paulista. O evento contou com a presença de amigos e parentes dos músicos, e, claro, dos fãs, na grande maioria das antigas.
Pontualmente, às 20h, os caras subiram ao palco para tocar canções dos dois álbuns lançados, “Lírou Quêiol en de Méd Bârds” (1993) e “A Primeira Vez Que Você Me Beijou” (1996). O setlist começou no gás com as faixas “I Need You”, “Stock Car” e o sucesso “1,2,3,4”. Por estar longe dos holofotes, alguns fãs estranharam o visual atual de Zé Ovo, sem o seu conhecido cabelo dreadlocks e bem mais magro. “Passei para o Gabriel”, brincou o baixista ao dizer que o atual líder do Autoramas está com uns quilos a mais. Aliás, Zé roubou a cena com suas piadas durante toda a apresentação. “A gente é igual as Olimpíadas, fazemos show de quatro em quatro anos”, falou Zé.
O show seguiu com “Berma Is A Monster”, “Samba do Arnesto”, “Baby Now” e “Me Espera Um Pouco”. “Pode parar o show agora que eu sou da OMB. Sou infiltrado aqui, véio. É sério, eu sou músico!”, mais uma vez Zé Ovo tirou uma onda ao mostrar a sua carteira de músico que é necessário ter para se apresentar no Sesc. As piadas do baixista complementou o astral das músicas com suas letras divertidas. “Nessa vocês vão participar muito bem”, disse Gabriel, antes de começar o outro sucesso do grupo, “Família Que Briga Unida, Permanece Unida”. A performance continuou com “Dezesseis”, “O Sol Eu Não Sei” e “O Alarme”.
“O Gabriel está com uma juventude selecionada depois que acabou o Little Quail. Agora aguenta, Brasil. Você agora tem o Autoramas, Motonete (querendo dizer Lafayette & Os Tremendões)”, brincou Zé em outro momento Didi Mocó, como disse Gabriel. “Dá para tirar o Carlito Tevez e colocar o Zé Ovo no SBT, hein, Bacalhau”, continuou o vocalista e guitarrista. “Pagando bem, que mal tem”, respondeu Zé. Enquanto os dois conversavam e faziam piadas, o baterista Bacalhau os chamavam para continuar o show, para não perderem o tempo previsto do repertório. “Essa próxima que vamos tocar é do Raimundos”, brincou Zé ao se referir à canção “Aquela”, gravada pelo Raimundos, mas que faz parte do primeiro disco do Little Quail. “Eu posso provar que é minha”, disse Gabriel.
O trio continuou tocando “Azarar na W3”, “Essa Menina”, “Mammamia”, “Cigarrette” e “A Alegria Está Contagiando o Meu Coração”. Gabriel aproveitou para divulgar seu livro, intitulado “Magnéticos 90”, que conta a história do rock nacional que lançou fitas K7 na década de 1990. “Daniel Juca, fiquei lindo no desenho, maneiríssimo”, disse Zé Ovo em mais uma pérola. “O Digão (Raimundos) era assim mesmo, meio new wave/dark”, continuou o baixista ao mostrar as páginas da obra com ilustrações de Daniel Juca.
Gabriel chamou ao palco o convidado da noite e outro personagem do livro: Alf (Rumbora/Câmbio Negro/Supergalo). “Ele que tinha um gravador de quatro canais que a gente gravava. A culpa é dele”, disse Gabriel. Alf se juntou aos caras no palco onde tocou baixo e fez backing vocals. O público continuou relembrando a adolescência com “Mau-Mau”, “Ponta-de-Lança Africano (Umbabarauma)”, “Galera do Fundão” e “Silly Billy”.
Nesse momento, a banda agradeceu a presença da plateia e saiu do palco, porém, Zé Ovo logo voltou: “A gente saiu do palco para vocês pediram bis, vamos lá galera”. Assim que o público gritou para o grupo voltar, ou melhor, para os outros dois integrantes retornarem ao palco, os caras tocaram a última parte do show com “Tre-le-lê”, “In The City”, e por fim, repetiu “1,2,3,4”, com a participação de amigos e parentes fazendo backing vocals. “Como nos velhos tempos”, disse Gabriel.
Depois da apresentação histórica, os músicos receberam os fãs para fotos e autógrafos. Ainda tinha um espaço com camisetas, CDs, compactos, e LPs do Little Quail e Autoramas para a galera adquirir como recordação. Assim como Zé Ovo falou, estaremos presentes no próximo show do Little Quail and the Mad Birds daqui a quatro anos.
Confira mais fotos da apresentação neste link.