Kip Winger comenta curiosidades da carreira; confira entrevista exclusiva

Kip Winger comenta curiosidades da carreira; confira entrevista exclusiva

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Foto: Reprodução/Facebook

O vocalista e multi-instrumentista norte-americano Kip Winger (Winger, ex-Alice Cooper) está no Brasil para uma turnê acústica. A apresentação do músico em São Paulo acontece, neste domingo (31), no Manifesto Bar.

Kip aproveitou para conversar conosco sobre algumas curiosidades da carreira, incluindo influências de música clássica, também sobre o grunge e planos futuros. Confira a seguir a entrevista exclusiva.

Ligado à Música: Olá Kip, como você está? Antes de tudo gostaríamos de agradecer pela oportunidade. Nós preparamos algumas perguntas que transitam por toda sua carreira e esperamos que goste. Primeiramente vamos falar do Kip Winger como músico. Como e quando você começou com o apego pela música clássica?

Kip Winger: Por volta dos meus 18 anos, eu comecei a notar que estava sempre com orquestras em minha cabeça, mas nunca havia me aprofundado no assunto, além de algumas aulas de piano. Aos 35 anos, depois da morte de minha primeira esposa, eu decidi tirar um tempo para realmente estudar e criar as músicas que sempre ouvia. Foi um processo longo e duro passar por essa transição.

Ligado à Música: É verdade que quando você se aprofunda na música clássica você começa a escutar músicas com outros olhos e ouvidos? Digo, referente a estruturas musicais e etc. O que você tem escutado ultimamente?

Kip Winger: Bom, é uma mentalidade diferente com certeza, mas por outro lado eu não tento apagar o meu passado. Eu busco sempre aplicar e integrar o meu passado com a minha música de agora. Tenho escutado muitos compositores atuais como Christopher Rouse, Richard Danielpour, Jennifer Higdon, John Adams… Também escuto alguns mais clássicos como Prokofiev, Ravel, Honegger e Stravinsky.

Ligado à Música: Dois anos atrás você lançou o seu primeiro álbum clássico junto com a San Francisco Ballet Orchestra. Pode nos contar um pouco dessa experiência?

Kip Winger: Eu tive sorte de ter um grupo muito bom com a SFB. O condutor me chamou para gravar e eu estava querendo lançar algo novo. O timing foi perfeito. Tive conversas com Nijinsky e decidimos gravar tudo na Skywalker Studios. A produção do álbum ficou comigo e com Leslie Ann Jones, do estúdio. Foi incrível poder trabalhar com todos eles.

Ligado à Música: Como você aplica o seu amor e conhecimento pela música clássica na hora de compor faixas voltadas para o rock? Com o Winger por exemplo, os outros integrantes da banda seguem suas ideias? Me corrija se eu estiver errado mas o ‘Winger IV’ é um disco com algumas estruturas meio loucas e diferentes. A primeira vez que escutei, confesso que foi meio difícil de digerir, mas depois de ouvir por mais algumas vezes eu comecei a absorver bastante coisa. Aliás, um dos meus trabalhos favoritos do Winger.

Kip Winger: Exatamente. Esse é um bom exemplo de onde apliquei o meu conhecimento em música clássica. A maioria das pessoas não gostaram de cara, mas depois admitiram ser um de seus favoritos, assim como você disse. Eu estava muito inspirado nessa época e até cheguei a sonhar com algumas faixas. ‘M16’ foi uma das que sonhei, acordei e toquei o riff que havia sonhado. Acho que meu estudo em música clássica fez com que eu aparecesse com algumas ideias diferentes e pudesse sempre estar renovando a minha música.

PHOENIX, AZ - DECEMBER 07: Kip Winger performs at Alice Cooper's 13th Annual Chrsitmas Pudding Concert at Comerica Theatre on December 7, 2013 in Phoenix, Arizona. (Photo by Daniel Knighton/Getty Images)

Foto: Reprodução/Getty Images

Ligado à Música: Um pouco sobre o Winger agora. Tenho certeza que muitos de nós concordamos que o Winger foi uma banda muito injustiçada na época. Quero dizer, entre todas aquelas bandas do hair metal, vocês eram muito provavelmente uma das mais técnicas. Ótimos músicos, ótima música. Pra você, porque vocês não conseguiram alcançar o mesmo nível comercial do que outras bandas do gênero como o Guns N’ Roses, Def Leppard, Poison e etc.?

Kip Winger: Por uma simples razão. O nosso álbum foi lançado tarde demais. A cena toda havia acabado em 1989.

Ligado à Música: Ainda sobre aquele período, o que aconteceu na década de 90? Se você não fosse de Seattle, você não conseguiria os holofotes para si?

Kip Winger: Eu acho que é assim que as paradas musicais acontecem. Assim como a transição do Elvis para os Beatles, dos Bee Gees para o The Cure… A música está sempre girando em termos do que é popular ou não.

Ligado à Música: Muitas ótimas bandas decidiram mudar o seu som pra sobreviver ao grunge e o Winger preferiu apenas sair de cena por um tempo. Por quê? Vocês chegaram a cogitar mudar o direcionamento musical do grupo pra poder sobreviver? Qual a sua opinião sobre o grunge, aliás?

Kip Winger: Nós sempre fomos o que somos, não precisávamos e nem precisamos mudar. Na época nós decidimos que nos separar seria uma boa, mas sabíamos que em algum momento estaríamos juntos de novo. Como eu disse, toda geração tem a sua própria música… O grunge teve algumas músicas boas.

Ligado à Música: E quais são os planos para o futuro? Algo em mente para o Winger?

Kip Winger: Reb e eu vamos começar a compor logo mais.

Ligado à Música: Já faz 17 anos desde o lançamento do ‘Down Incognito’, em 1992. Desde então, você segue com os seus repertórios acústicos pelo mundo tudo. O que tem de tão especial em tocar nesse formato?

Kip Winger: Eu fui um dos pioneiros da década em fazer o formato acústico. Eu me divirto quebrando as faixas e as tocando em um formato mais cru e íntimo. É um ótimo jeito de me conectar com a plateia.

Ligado à Música: Obrigado pela oportunidade e nos vemos aqui pelo Brasil!

Kip Winger: Obrigado!

SERVIÇO:
Kip Winger
Data: 31 de março (domingo)
Abertura da casa: 18h | Show: 20h
Local: Manifesto Bar – Rua Iguatemi, 36, Itaim Bibi – São Paulo/SP
Ingressos: R$ 120 (promocional 1º lote)
Venda online:
https://ticketbrasil.com.br/show/6743-kipwinger-saopaulo-sp/
Fone: (11) 3168-9595 | WhatsApp (11) 94747-5883
Acesso a deficientes / ar condicionado
Wi-fi: a casa possui acesso a internet sem fio
Serviço de Vallet: R$ 20
E-mail: [email protected]
Mais informações: www.manifestobar.com.br
Classificação: 16 anos

https://www.youtube.com/watch?v=6LsWHYo6d7w