Janie Hendrix: ‘Tenho em minha memória o sorriso de Jimi Hendrix’
Está aberta oficialmente nesta quarta-feira, 10, a exposição dedicada ao lendário guitarrista Jimi Hendrix. Cerca de 140 itens da “Hear my Train a Comin’: Hendrix Hits London” está exposta no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. A mostra é baseada nos anos de 1966 e 1967, quando o músico se consagrou uma lenda do rock em Londres. Além disso, também existe um espaço dedicado aos shows históricos em festivais. A guitarra de cor clara, modelo Stratocaster, usada em Woodstock (1969), está lá exposta. É possível ver algumas marcas de uso deixadas pelo artista. O instrumento nunca tinha saído até então do “Experience Music Project Museum”, de Seattle. O baixo de Noel Redding e a bateria de Mitch Mitchell da banda Jimi Hendrix Experience, também vieram ao Brasil. Sem contar com a coleção de discos pessoais de Hendrix, casacos customizados, chapéu, entre outras raridades. A mostra vai até o dia 30 de julho.
O Ligado à Música esteve no evento fechado ao público onde conferiu esses detalhes, conversou com alguns músicos brasileiros e também bateu um papo com a simpática irmã do músico, Janie Hendrix, que veio especialmente para a abertura da exposição. Confira a seguir.
LIGADO À MÚSICA: A exposição em Seattle é enorme, como foi a escolha dos itens para essa no Brasil?
JANIE HENDRIX: A maioria dos itens que estão aqui são baseados no período em que Jimi Hendrix passou em Londres. Os dois itens que não são de Londres são as guitarras, que fizeram parte de momentos de festivais.
LIGADO À MÚSICA: Uma dessas guitarras, a de Woodstock, é de um colecionador. Como foi o processo para trazer esse item tão cobiçado?
JANIE HENDRIX: A pessoa que é dona da guitarra na verdade é o dono do museu de Seattle. Então não foi difícil, ele simplesmente emprestou as peças para a exposição.
LIGADO À MÚSICA: Você poderia falar de alguma lembrança, algum momento bacana com Jimi Hendrix?
JANIE HENDRIX: Tenho em minha memória, em todos os momentos em que passamos juntos, o sorriso de Jimi e seu jeito que dava risada. Quando ele voltava para casa, sempre tínhamos jantares com toda a família. A gente chamava de ‘Fórum Familiar’, com a família toda sentada em circulo e assim eram contadas histórias em que tínhamos vivido. Então, lá ele dividia muitas experiências do tempo que passava na estrada.
LIGADO À MÚSICA: Jimi gravou bastante material em sua carreira. Existe a possibilidade de algum material novo ser lançado ainda?
JANIE HENDRIX: Mais para o fim deste ano terão dois lançamentos. Um deles é um documentário sobre a apresentação no Atlanta Pop Festival. Será exigido nos Estados Unidos em um canal a cabo. Esse documentário se chama “Electric Church”, porque Hendrix acreditava que só em shows grandes conseguia sentir essa conexão que o publico tem com a apresentação no palco.
Músicos brasileiros falam sobre Jimi Hendrix
Alguns músicos brasileiros estiveram presentes na estreia da exposição e falaram ao Ligado à Música sobre o legado de Jimi Hendrix. Confira a seguir:
Roger Moreira (Ultraje a Rigor)
“Mesmo quando não é uma influência direta para a maioria das pessoas, ele foi quem divulgou bastante, que usou bem a guitarra distorcida, o wah wah, esse barulho todo, né. Então, mesmo que, sei lá, só conhecer o grunge pra frente, também usou muito aquilo lá do Jimi Hendrix. É claro que como guitarrista é sensacional. Enfim, foi realmente um divisor de águas da história da guitarra. Ele passou a fazer esse uso diferente do que se fazia até então. Não foi o primeiro a usar distorção, mas foi o que mais usou. O que realmente desenvolveu uma técnica de usar o wah wah e usar o barulho mesmo musicalmente”.
Fernando Deluqui (RPM)
Quase não tenho palavras, porque eu comecei a tocar guitarra por causa do Jimi Hendrix. A primeira música que eu tirei na guitarra foi ‘Hey Joe’ e desde então eu venho trabalhando como músico com o RPM, fora do RPM, mas sempre com alguma coisa do Jimi Hendrix que trouxe para o meu aprendizado. Então, é um cara que tem que prestigiar mesmo e eu estou adorando a exposição. Acho que é uma exposição abrangente, não tão grande como o David Bowie, mas porque o Bowie viveu muito mais tempo do que o Hendrix. Ele viveu três ou quatro anos de sucesso, mas mesmo assim é uma exposição muito bem trabalhada. Tem detalhes, para quem conhece, é muito legal. A guitarrinha branca de Woodstock, alguns dos casacos que ele usou, os anéis que ele usou, em shows você reconhece. O postal que ele enviou para o pai avisando que iria fazer sucesso, com a letrinha dele. Meu, muito legal, eu estou mesmo muito feliz de ter vindo e acho que quem gosta de música, não só de guitarra, tem que vir porque esse cara é um dos grande músicos do século”.
Marcelo Gross (Cachorro Grande)
“É um dos mais importantes guitarristas de todos os tempos. Assim como os Beatles, ele é influente como instrumentista como todo mundo sabe, mas também como compositor. Então, é um artista completo, performático, parece que veio de outro planeta. Em três anos, deixou a marca dele que vai durar para sempre e fez muita coisa e de qualidade. Então é outra coisa diferente, uma anomalia”.
Kiko Zambianchi
“O Jimi Hendrix é praticamente uma entidade do rock mundial, sendo considerado um dos maiores guitarristas do mundo. Acho que a importância dele nesse sentido do que ele fez na guitarra, do que ele inventou na guitarra, acho muito bacana. Só esse fato é uma importância muito grande para o rock”.
SERVIÇO:
Hear My Train a Comin: Hendrix Hits London
Datas: De 10 de junho a 30 de julho
Horários: Das 10h às 22h, de segunda à sexta; e das 11h às 20h, aos sábados e domingos
Local: Shopping JK Iguatemi – Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041 – Itaim Bibi
Ingressos: de R$ 40 a R$ 180
Vendas online: http://www.compreingressos.com/espetaculos/4328-HEAR-MY-TRAIN-A-COMIN’:-HENDRIX-HITS-LONDON#
Telefone: (11) 2626-0931 / 3152-6800