Garbage celebra primeiro álbum em show na Alemanha

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Foto: Fernando Montinho

A banda norte-americana Garbage se apresentou no último dia 31 de outubro, no Palladium, em Cologne, Alemanha. O grupo chegou na Europa para dar início a uma série de shows em comemoração aos 20 anos do disco debut. Estivemos pela cidade e fomos conferir o show que teve suporte da banda Dutch Uncle.

Com uma produção simples e nostálgica, uma tela branca cobria a frente do palco onde foi projetado um vídeo “Alien Sex Fiend”, preparado especialmente para a “20 Years Queer Tour”. Os alemães tem uma reação bem diferente do público brasileiro, de longe dá pra saber o motivo de muitas bandas adorarem a energia daqui do Brasil. No local, eles pareciam assistir um DVD na sala de estar.

Em “Subhuman”, a banda apareceu no palco com todos os membros usando máscaras, por ser noite de Halloween. Shirley Manson estava com seu cabelo colorido em tom de rosa e com uma energia poderosa. Quem vai dizer que a cantora tem 49 anos com toda aquela presença de palco?

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Foto: Fernando Montinho

“Queer” foi recebida em euforia com balões rosa inflados pelos fãs fiéis. Logo na terceira música houve uma falha técnica. Shirley então aproveitou para conversar com o público: ”Nós iríamos tocar ‘Driving Lesson’, como vocês perceberam, mas a tecnologia nos abandonou. Qual vocês querem ouvir? Lembrando que só vamos tocar B-sides do primeiro disco”. Na sequência, Butch Vig saiu da bateria e disse que iriam reiniciar os computadores e assim foi feito.

Acredito que pra quem é fã de Garbage, esse foi o show dos sonhos, porque foram tocadas todas as músicas do homônimo álbum de estreia, além de todos o B-sides da época. Na intro de “Not My Idea”, o grupo tocou um trecho de “Temptation”, do New Order, que deixou a música ainda mais poderosa. Shirley sensualizou muito no palco deitando no chão, simulando um orgasmo ao cantar “Milk”.

“Stupid Girl” foi executada com uma roupagem nova e mais pesada. Claro que foi cantada bem alto, talvez um dos momentos mais marcantes do show até então. O começo de “Only Happy When It Rains” foi diferente e parado, mas não demorou muito para explodir e ficar agitada. “Vow” colocou fim na primeira parte do set no qual todas as músicas do debut foram tocadas.

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Foto: Fernando Montinho

O Garbage voltou pro encore com ainda mais energia e fez uma cover de Vic Chesnutt, a escolhida foi “Kick My Ass”. Manson anunciou a próxima música como uma música feminista que também é um B-side, na minha opinião o melhor deles, “Girl Dont Come”, superpunk e agitada.

Já passava das 20 músicas, então Shirley iniciou um discurso sobre transexuais e falou sobre motivo de ter escrito a próxima canção, que ocorreu depois de ler o romance “Sarah and The Heart Is Deceitful Above All Things”. Assim, “Cherry Lips” foi tocada e cantada euforicamente desta vez com o calor dos alemães. Mas foi na última música que a casa de show Palladium foi abaixo. Mesmo sendo a tour do primeiro disco, “Push It” envolveu todos e deixou uma satisfação tremenda.

A banda agradeceu a todos, disse que é incrível tocar onde as pessoas não tem língua nativa inglesa e vê-los cantando. Ainda afirmou que banda já está com disco pronto e voltam no ano que vem pra uma nova tour. Se eles lançarem o disco em 2016 é bem capaz que o Brasil não entre na “20 Years Queer Tour”, o que deixará muitos fãs daqui frustrados, pois a sequência de músicas e a forma que o setlist é executado é bem delicada e marcante.