Fê Lemos, do Capital Inicial, faz show solo nesta quinta na Fnac em SP; confira entrevista
Fê Lemos, baterista e fundador do Capital Inicial, acaba de lançar seu novo álbum solo, “Amor Vagabundo”. O trabalho marca o amadurecimento do projeto Hotel Básico. O músico promove o disco, nesta quinta-feira, 08, às 19h, na Fnac Paulista (Av. Paulista, 901), com um pocket show gratuito. Algumas faixas podem ser ouvidas neste link.
O Ligado à Música bateu um papo exclusivo com o artista sobre o novo trabalho. Fê comentou a respeito do processo de composição, suas influências, agenda do Capital Inicial e também das participações de Carol Mendes (vocal), Bianca Jhordão (Leela – vocal), Kiko Zambianchi (violão), entre outros. Confira a seguir.
LIGADO À MÚSICA: Como foi a produção desse disco, comparando com o primeiro? Qual foi a evolução?
FÊ LEMOS: Esse é meu segundo disco, chamado “Amor Vagabundo”. O primeiro disco se chamava “Fê Lemos – Hotel Básico” e aí eu resolvi dar o nome ao projeto de Hotel Básico. Então, agora é o segundo disco do Hotel Básico, que se chama “Amor Vagabundo”. Foram 10 anos entre um disco e outro. Eu terminei a produção do meu primeiro disco em 2005 e fiz uma turnê, digamos assim, em 2006 e 2007. E cinco anos depois, em 2011, eu comecei a produção do “Amor Vagabundo”, mas por motivos diversos, foram quatro anos de produção. Talvez essa seja a primeira diferença. O primeiro disco eu ainda não tinha um estúdio próprio, eu alugava um estúdio. Então, meu prazo era muito mais enxuto, restrito. Eu não podia dispor de todo o tempo. Então, eu trabalhei em um ano. No ano de 2003, se não me engano, fiz a demo. No final de 2004, comecei a produção. Eu trabalhei em 2004 até 2005, quando terminei o disco. Enfim, todas as partes burocráticas, o disco só ficou pronto no final de 2005. Mas em termos de estúdio mesmo, o primeiro disco eu fiquei um ano. Esse disco novo não. Nesse eu já tinha meu próprio home, meu estúdio. No primeiro, eu senti que quando a gente terminou, eu ainda não estava satisfeito com a solução de algumas músicas. Algumas ideias que eu tinha posto ali ouvindo e pensando, e trabalhando em cima, eu achei que ainda poderia melhorar. Mas eu tinha que terminar, o prazo tinha acabado, e eu tinha que lançar o disco. Esse não, o segundo eu só iria terminar quando tivesse pronto. Então, eu realmente me permiti gastar o tempo necessário para produzi-lo. Foi até um acerto curioso com o produtor Franco Júnior, porque a gente não tinha um prazo. Então, eu também eu poderia pagar para ele da mesma forma do primeiro. No disco anterior, o acordo era por música, cada música X mil reais. Nesse disco eu falei ‘velho, a gente não pode fazer assim, porque vai que eu leve dois anos para fazer uma música?’ (risos). E na minha cabeça estava valendo isso. Então, a gente combinou assim, que os meses que a gente trabalhasse, eu pagava uma grana fixa por mês pra ele. E por que isso? Por causa da minha agenda com o Capital Inicial e também pela minha vida. Enfim, porque sou pai de uma criança pequena, tem férias, viagens, tem agenda do Capital Inicial, ensaio, shows. Mas, provavelmente, em alguns meses a gente não conseguiria trabalhar e foi o que aconteceu. A gente trabalhava um mês e depois ficava um mês sem trabalhar, aí no próximo mês trabalhava cinco dias, depois a gente combinava trabalhar, digamos, 15 dias no mês, e depois não trabalhava nada. Então, esse é um dos motivos também que levou tanto tempo.
LIGADO À MÚSICA: É, teve mais liberdade…
FÊ LEMOS: Você tendo a liberdade de seu próprio estúdio, você está livre à marra do tempo. E com esse acerto com o produtor, eu também, de certa forma, consegui controlar a parte da grana, né. Porque ao mesmo tempo tem que pagar o cara, mas a gente encontrou uma maneira de fazer a coisa ser justa para os dois lados. E no final agora, depois das contas fechadas e tudo mais, o que eu paguei pelo produtor é o preço de uma produção típica do rock brasileiro ou de música independente brasileira. Então, acabou que o nosso acerto foi justo. Talvez essa seja a diferença em termo de como fazer o disco, foi a maior, em relação ao primeiro. Eu acho que esse tempo que me permiti pra fazer o disco, ele aparece no resultado final. Esse disco é muito mais amarrado, as ideias estão mais fechadas do que no primeiro, entendeu.
LIGADO À MÚSICA: Mais uniforme.
FÊ LEMOS: Isso. Cada música a gente procurou até onde dava pra ir, tirar a última gota dela, testar as possibilidades e realmente a gente chegou em um resultado bastante legal. Estou muito feliz.
LIGADO À MÚSICA: Você sempre foi muito ligado à música eletrônica desde os anos 1980, como até me falou em outra entrevista. Quais são as influências do Hotel Básico em si?
FÊ LEMOS: Olha, engraçado que já no primeiro disco, eu conversando com o Franco Júnior, ele me falava: ‘Fê, esse disco é um retrato seu, das suas influências’. Aí eu tenho que voltar desde quando eu era menino, e comecei a ouvir Beatles, digamos que foi a primeira banda da minha vida, e logo depois o rock dos anos 1970, o heavy metal, rock progressivo, aí o punk rock, a new wave, pós-punk…
LIGADO À MÚSICA: O universo da música.
FÊ LEMOS: Exatamente. O eletrônico do final dos anos 1980, anos 1990, Nine Inch Nails, toda a virada para os 1990, o grunge, aí vem o eletrônico. Aí eu parei de ouvir rock nos anos 1990 e só voltei a ouvir nos anos 2000 com o indie, com essa cena. Mas assim, esse disco tem uma pegada mais house, o primeiro tem um pouco mais de drum n’ bass. Eu estava muito ouvindo drum n’ bass no final dos anos 1990 e esse tem uma pegada mais de house.
LIGADO À MÚSICA: Pelo que ouvi tem um lance mais melódico.
FÊ LEMOS: É, e aí eu acho que isso é outra grande influência, que é o que eu procurei nessa história, nesse projeto do Hotel Básico. Usar a música eletrônica mais para criar melodias, para criar canções, que é a minha grande influência nas canções dos Beatles, Rolling Stones e todo o rock dos aos 1970, que era baseado em canções. Então, quando eu comecei a produzir eletrônica, no final dos 80 e principalmente nos 90, eu criava as bases, mas sempre sentia que estava faltando alguma coisa. E eu sabia, intimamente, que eu não estava fazendo música pra pista. Eu não queria fazer a música que eu ouvia em uma casa noturna, por exemplo. Eu tinha aquela influência, mas eu sentia que algo faltava, e o que faltava eram as melodias, eram as letras. Então, esse de novo é um disco que eu consigo criar canções usando a eletrônica como ponto de partida. Uma diferença desse disco para o primeiro também: esse disco tem mais guitarras. Eu convidei três guitarristas, também toco guitarra em algumas músicas, coisa que não fiz no primeiro disco. Então é um equilíbrio, procurar um equilíbrio entre a eletrônica e a guitarra que muitas vezes eles tem um diálogo complicado, você tem que saber dosar a mão porque, senão, fica uma maçaroca. Tudo que não quero na vida é maçaroca (risos).
LIGADO À MÚSICA: Falando em convidados, teve uns amigos no disco, como a Bianca Jhordão (Leela), o Kiko Zambianchi também. Como foi a escolha da galera para participar do álbum?
FÊ LEMOS: São meus amigos, né. Com a Bianca tem uma história muito engraçada, porque ela e o Rodrigo [Brandão], seu marido, se mudaram para São Paulo em 2006, ou 2007, mais ou menos. Eles tocavam com a banda Leela, e ainda tocam, e tinham sido a banda revelação 2006, se não me engano. Eles lançaram um disco muito bem recebido, estavam tocando no Coca-Cola Vibezone, eles estavam muito bem, e vieram à São Paulo pra ficar perto da gravadora e do produtor que era o [Rick] Bonadio. Eu os conheci no Coca-Cola Vibezone, no Rio de Janeiro, e quando eles vieram, a nossa amizade continuou e acabamos nos tornando grandes amigos. Mas a parceira com a Bianca ocorreu de uma maneira muito interessante que foi assim. Isso é recém 2007, o estúdio estava recém-montado ainda, estava começando a produzir, e um dia a Bianca bate na minha porta e começa a falar: ‘Fê, tem que gravar o Babá, o Funk do Babá’. E eu: ‘Bianca, boa tarde’. E ela continuou: ‘Boa tarde nada, cara, tem que gravar o Funk do Babá, sopra no canudo do Babá’. Ela não parava de falar isso, estava possuída, cara. E eu: ‘Que porra é essa? Calma, Bianca, o que é Babá?’. ‘É o bafômetro, Fê, sopra no canudo do Babá’. E eu pensei e falei: ‘Sopra no canudo do Babá, mas não baba senão tu vai rodar’. E ela: ‘É isso!’. Aí a gente fez o refrãozinho na hora e eu entrei no estúdio, e foi uma das primeiras músicas que fiz no estúdio.
LIGADO À MÚSICA: Essa ideia surgiu do nada assim?
FÊ LEMOS: Do nada. Ela chegou batendo na minha porta dizendo que devia gravar o tal ‘Funk do Babá’. Aí eu fiz esse refrão na brincadeira com ela. ‘Babá, mas não baba’, perfeito né, cara. Aí, eu falei: ‘Me dá meia-hora’. Subi no estúdio, peguei um loop de funk, cortei, colei, fiz uma linha de baixo com a primeira coisa que veio na minha cabeça e fiz o loop e soltei pra ela, com o microfone, e falei pra ela cantar. Ela cantou inteirinha a música, como se estivesse realmente possuída por um espírito da Tati Quebra-Barraco, cara. E ela cantou com um sotaque carioca, meio do subúrbio, debochado. E eu me lembro, quando ela parou de cantar, eu olhei pra ela e falei: ‘O que aconteceu? Que bicho te mordeu? O que é isso? De onde veio isso?’. E ela: ‘Eu não sei’. Então foi a primeira música desse projeto. Aí, claro, depois eu editei, cortei, colei, incrementei um pouco a base, coloquei um tema de guitarra. O Rodrigo fez um tema de teclado. E essa música estava na gaveta esperando esse projeto. Então, a participação dela, tem muito a ver com esse momento, depois ela participou em outra música. O Rodrigo, marido dela, meu amigo, também convidei pra tocar guitarra. E tem a Carol Mendes, que é realmente a cantora principal do projeto. Quando eu a conheci, eu pensei que seria legal ter uma cantora pra maior parte do projeto, o contrário do primeiro que foi dividido em quatro cantoras.
LIGADO À MÚSICA: Para criar uma característica.
FÊ LEMOS: Exatamente. A Carol era amiga da Bianca e do Rodrigo, quando a conheci, ela estava em um momento da vida bem confuso, mas a gente fez um teste, e a gente fez a ‘Itapuã Lighthouse’. Assim, em uma tarde, ela sentou e cantou, eu e o produtor nos olhamos, e gostamos. Eu falei que a voz dela era incrível, era linda, e bateu. A gente conseguiu sem muita enrolação fazer uma música, criar já uma melodia. Então, convidei a Carol, e assim, foi meio que… eu falei: ‘É você, gata. Não vamos fazer testes. Está afim?’. Então, a Carol entrou no projeto meio nesse espirito de uma descoberta de uma parceria mesmo. Não de ‘se não der com você, vai dar com outra’. Eu falei que ‘gostei de trabalhar com você e quero desenvolver o projeto com você’. Eu acho que ela gostou também do que ouviu. Quando comecei a mostrar as letras, ela também curtiu. Já o Icaro é um guitarrista convidado que tocava no Suíte Savalas, e era amigo da Carol. Ele toca guitarra em duas músicas. O Nicolas, o Nic, é um inglês radicado no Brasil, acho que o conheci em uma festa, conversamos sobre música e o convidei pra tocar guitarra também. E tem o Kiko, que também tem outra história bacana. A gente tem essa música no disco chamada ‘Substitutos’. Foi uma das primeiras que a gente começou a fazer, e nada dava certo, cara. A gente fazia arranjo, arranjo, trocava o baixo, trocava a batida, e nada. Tinha até melodia já, mas a música estava quadrada. Véio, eu não sei, um dia eu dormi com a música na cabeça, porque eu respirei esse projeto, todo dia só pensava nisso. Então, eu acordei um dia e pensei: Kiko Zambianchi. (risos). Juro por Deus, cara, veio a luz. Eu liguei pro produtor pra sugerir isso e ele falou pra eu ligar pro Kiko. E não é que eu liguei pro Kiko e ele no mesmo dia veio. Eu disse: ‘Kiko, trás seu violão’. E ele trouxe. Mostrei pra ele a música que tinha a linha de baixo, melodia, parte A, parte B, a ponte. O Kiko primeiro chegou com o iPad dele, aí ele nada de tocar a música e me mostrou outras músicas dele, ficou me mostrando 12 músicas dele. Até que ele falou: ‘Espere aí’. Depois de mostrar as suas músicas, mostrei a minha, ele ouviu e pediu pra tocar mais uma vez e colocar pra gravar. E gravou direto em apenas um take. E falou ‘deixa eu fazer mais um’. Gravou mais um take e falou ‘deixa eu agora fazer um solinho’.
LIGADO À MÚSICA: Sério que foi assim na primeira?
FÊ LEMOS: Juro. Quando eu ouvi aquilo eu falei: ‘Cara, você é um gênio’. E realmente, ‘Substitutos’ é a música do disco que tem uma referência muito forte de anos 1980. Eu fiz uma batida mais anos 80 mesmo, e tem a história do violão com a guitarra que dão um clima. É uma letra de separação, enfim, de desencontro. E engraçado, é uma música do disco que as vezes eu penso que o Kid Abelha poderia ter feito. O Kiko é amigo nosso há mais de 30 anos, fizemos a turnê do ‘Acústico’ com ele.
LIGADO À MÚSICA: Uma parceria que deu muito certo.
FÊ LEMOS: Pô, ‘Primeiros Erros’, na versão do Capital Inicial, foi uma das músicas mais tocadas no Brasil. Mas foi assim, engraçado, eu olhando aquela música, de repente eu pensei em um violão, já me veio à cabeça o Kiko Zambianchi. Então, as parcerias foram orgânicas, não algo assim, chamar alguém só porque é famoso. Foram amigos, pessoas que fazem parte da minha vida.
LIGADO À MÚSICA: E turnê, show, como vai ser?
FÊ LEMOS: Então, é uma história engraçada da produção de música do século XXI. Primeiro você faz o disco, depois você monta a banda (risos). Aí depois você vai ensaiar. Então, eu estou com o disco e tenho que tocar. Como é que eu vou tocar esse disco ao vivo? Eu falei: ‘Carol, vamos começar a ensaiar e a gente vai vendo o que precisa pra gente poder se apresentar. Porque, de repente, dá pra gente se apresentar, só eu e você’. Existem vários lives de duplas. E começou daí a ideia. Vamos começar pelo básico, ‘hotel básico’. Então, eu montei um show onde tinha tudo gravado, menos a parte dela e umas partes que eu tocaria, algumas guitarras, alguns teclados. Caminhando um pouco nisso, eu pensei que seria bacana se a gente tivesse realmente um guitarrista junto, já que tem tantas guitarras gravadas por guitarristas que tocam. Eu arranho guitarra, eu conheci com meu pouco conhecimento do instrumento, criar uma sonoridade que eu estava procurando. Mas pra outras músicas, eu precisava de guitarristas mesmo que tocassem, né. Então, eu falei: ‘Pô, vamos chamar um guitarrista pra fazer essa parte ao vivo da guitarra e a gente conseguir criar pra ficar uma coisa mais orgânica, mais pesada, talvez, ao vivo. Aí eu chamei o Rodrigo Brandão, do Leela, que participou em duas músicas, com ele pra fazer as partes das guitarras. Então, agora estamos ensaiando, eu, Carol, Rodrigo e a Bianca. Então, a banda está formada para as primeiras apresentações. O show de estreia será nessa quinta-feira, 08, às 19h, na Fnac Paulista (Av. Paulista, 901).
Outro problema do Hotel Básico é como conciliar uma agenda de uma banda famosa, com anos de estrada, milhões de fãs, e muitas obrigações, com um projeto novo, desconhecido do grande público que está dando os primeiros passos. Isso trás outra complicação, como trabalhar, como convidar outros músicos, outros artistas pra poder trabalhar nesse projeto, sendo que eu não posso me comprometer com eles neste momento cem por cento. Eu posso receber um convite pra fazer um show do Hotel Básico em uma balada pra 20 mil pessoas no sábado, mas eu vou ter que fazer um show com o Capital Inicial. Então, eu ponho sempre isso pra todos os meus parceiros: ‘Pessoal, é um projeto novo e eu sou um cara que estou envolvido até a medula com o Capital Inicial, que é a minha prioridade’.
LIGADO À MÚSICA: Mas o pessoal é consciente também, né?
FÊ LEMOS: Sim, sim, eu acho que todos os músicos que se envolveram também têm suas agendas próprias e eles sabem que os primeiros passos são assim. Se a coisa rolar legal pra caramba, novas possibilidades surgirão. Se não rolar, pelo menos a gente tentou, a gente se divertiu e eu acho que o principal, a gente fez boa musica. E juntamos os amigos e tomamos uma cachaça. O sucesso pode vir. Quando eu formei o Capital Inicial, eu nunca achei que fosse fazer sucesso, mas era a coisa que eu queria fazer na minha vida, onde eu coloquei toda a minha energia. E agora o meu sonho e a minha energia é o Hotel Básico e vou tentar com a mesma garra que tentei com o Capital.
LIGADO À MÚSICA: Aproveitando ao falar de Capital, vocês acabaram de gravar o ‘Acústico 2’, em Nova York. Como foi?
FÊ LEMOS: Sim, acabamos de gravar e foi incrível, foi uma experiência única a gente conseguir gravar um disco ao vivo em Nova York. É uma coisa que não dava pra acreditar. Eu só acreditei quando estava com a passagem na minha mão. Foi bonito, a gente tocou em uma casa, chamada Terminal 5, que é uma casa de shows moderna em Nova York, onde todos os principais artistas contemporâneos estão se apresentando. A gente fez um show muito bonito, lotou de gente, fila virando o quarteirão, com o repertório mais dos últimos 15 anos do Capital. A partir do que a gente fez do ‘Acústico’ de 2000.
LIGADO À MÚSICA: Legal, será como a segunda parte mesmo.
FÊ LEMOS: Isso, nada do acústico primeiro está nesse disco. Esse trás mais as composições recentes, algumas inéditas e eu estou muito feliz. Acho que a gente fez um bom disco, o Liminha, é um grande produtor. E é engraçado, eu faço um paralelo, com a minha banda, o Capital Inicial com 33 anos de estrada. A gente grava um disco em Nova York com o maior produtor brasileiro, com convidados e tudo mais, e ao mesmo tempo, eu estou começando, indo para o segundo disco do Hotel Básico, que é aquele projeto que assim do fundo de quintal lá, do seu home studio, com seus amigos, entendeu. É o oposto, estou vivendo dois momentos ao mesmo tempo.
LIGADO À MÚSICA: Com aquele sentimento de garagem mesmo.
FÊ LEMOS: Exatamente, um é a garagem, o outro é a cobertura com teto de ouro (risos). Mas os dois são legais pra caramba e eu fico pensando assim que engraçado nesse momento da minha vida quando eu estava em Nova York gravando, ao mesmo tempo o meu segundo disco estava sendo fabricado. Quando eu voltei, peguei o CD do Hotel Básico e falei, olha só, um está sendo fabricado pela maior multinacional da música e o outro pela Qualé Cumpade Discos que é meu selo e que eu paguei pra fazer, né. Não foi barato não, mas isso é muito legal, estou muito feliz com esses acontecimentos malucos.
LIGADO À MÚSICA: Alguma previsão de lançamento do novo álbum do Capital Inicial?
FÊ LEMOS: O mês de setembro foi tudo Rock in Rio. O Dinho participou da banda de abertura. A partir de outubro, no dia 09, estreia o novo single, também deve sair o CD e DVD. Em novembro, os primeiros shows. O disco terá duas músicas novas, uma regravação do Charlie Brown Jr., ‘Te Levar’, porque o Thiago Castanho é o violonista convidado e tem uma regravação de uma música do Capital dos anos 1980, que é ‘Belos e Malditos’.
LIGADO À MÚSICA: Legal resgatar essa música.
FÊ LEMOS: Eu gostaria de ter resgatado mais, mas enfim, tem um número X de músicas e não dá pra tocar tudo. Mas as portas estão abertas para o ‘Acústico 3’ quando a gente tiver com 70 anos de idade (risos).
SERVIÇO:
Pocket show do Hotel Básico, projeto de Fê Lemos (Capital Inicial)
Data: 08 de outubro (quinta) às 19h
Local: Fnac Paulista – Avenida Paulista, 901, São Paulo/SP
Entrada Franca
Evento: https://www.facebook.com/events/1064976696869874/