Edu Falaschi revela curiosidades sobre ‘Vera Cruz’; confira entrevista
Foto: Reprodução
Edu Falaschi acaba de lançar o seu primeiro álbum solo, Vera Cruz, via MS Metal Records. O trabalho conta com 12 faixas, incluindo “Face of the Storm”, com participação de Max Cavalera (Soulfly), e “Rainha do Luar”, com Elba Ramalho.
O vocalista conversou conosco com exclusividade sobre a repercussão do lançamento, desmembrando todo o conceito por trás do disco e revelando curiosidades sobre as composições, participações especiais e muito mais.
Além disso, Edu mostrou contentamento em finalmente ter superado os seus problemas vocais e explicou que voltou a utilizar as técnicas vocais de quando estava no Angra.
Por fim, o cantor nos revelou em primeira mão que o Vera Cruz vai receber uma adaptação literária no formato de um romance. Confira os detalhes a seguir.
Ligado à Música: Fala Edu, tudo bem? Como tem sido a receptividade do Vera Cruz aqui no Brasil e no resto do mundo? Vi que no Japão o álbum chegou a alcançar o topo da Amazon. Nos conte um pouco sobre como tem sido os seus últimos dias, finalmente com os refrescos depois de tanto trabalho (risos).
Edu Falaschi: Fala mano, tudo certo? Depois não né, ainda estamos no trabalho pesado com as entrevistas e divulgação (risos). Pô cara, tem sido incrível. Lá no Japão a gente ficou no primeiro lugar na Amazon como você mesmo disse. Ficamos na frente do Dream Theather, do Malmsteen e do novo do Helloween. Tem sido uma loucura. Uma coisa puxa a outra, né. Então os trabalhos não param. E aqui no Brasil tem ido muito bem também, a receptividade por aqui é sensacional e o pessoal está ensandecido, postando e tudo mais.
Ligado à Música: Realmente, tenho visto uma galera surtando com o lançamento. Vi um pessoal fazendo unboxing do box especial e até alguns dizendo que vão tatuar a capa do álbum já (risos).
Edu Falaschi: É verdade (risos). A galera tá muito feliz e isso me deixa bem contente.
Ligado à Música: Edu, falando um pouco sobre a temática do Vera Cruz. O álbum é um trabalho conceitual e ambientado na chegada dos portugueses na Ilha de Vera Cruz. Por que você escolheu esse momento histórico em específico e como é que funcionou essa criação? Você criou o roteiro e depois encaixou ele de alguma forma nos anos 1500 ou você teve a ideia de onde queria ambientar o álbum e a partir dali veio todo o resto?
Edu Falaschi: Então, uma mistura de coisas na verdade. Eu queria criar uma história fictícia, um épico. Até porque eu gosto de álbuns conceituais e tem também o lado de que eu gosto muito de séries como Game of Thrones, filmes como O Senhor dos Anéis… séries épicas da era medieval em um geral. Eu gosto muito mesmo. Então eu pensei na história partindo de uma profecia, de um escolhido, que teria uma marca no peito e que era o descendente do criador de uma ordem secreta do mal, que foi criada nos anos 1200 e tal. Desenrola dali, o texto é longo, mas eu vou resumir. A segunda coisa era a questão de que eu queria fazer uma homenagem ao Brasil, trazer o épico pro Brasil pra homenagear o meu povo, a minha história e as minhas raízes. Só que essa temática medieval é uma temática basicamente europeia né. Então eu pensei em jogar que o descendente nasceria em 1500, que é o momento de descoberta do Brasil, ou invasão (risos), e que ele seria o descendente 300 anos depois. E aí ele se junta a Pedro Alvares Cabral e vem pra cá no navio “Frol De La Mar”, que inclusive é uma das faixas do álbum. A partir dali se desenvolve o drama. O Vera Cruz é um épico que se desenrola inteiro no Brasil a partir de 1500. Essa é a história básica, mas tem um contexto muito legal por trás. É muito detalhe que tem nesse álbum, tudo é interligado e tudo foi feito com os mínimos detalhes. A capa, as músicas, o conceito, as imagens do encarte… rola um monte de easter egg. Tem muita coisa, muitos elementos bacanas que tornaram essa história digna de um filme. É bem complexo, mas basicamente é isso.
Ligado à Música: Muito legal. Com o roteiro pronto, como funciona a criação da tracklist em si? Você pega esse roteiro, divide em uma quantidade de faixas e vai compondo na ordem cronológica mesmo? Como funciona pra aplicar o conceito em si nas músicas? Fico com a impressão de que criar um álbum conceitual é vinte vezes mais difícil do que um álbum “normal”.
Edu Falaschi: Tudo tem que ser pensado, por isso demorou um ano e meio pra sair (risos). Geralmente eu faço o instrumental antes e desenvolvo uma melodia em cima. A partir dali eu desenvolvo a letra, certo? No caso do Vera Cruz eu também fiz isso, mas antes de aplicar a letra eu preciso do roteiro pronto, montado e com os detalhes. Nomes de personagens, locais, onde se passaria a guerra, as cenas, os detalhes físicos dos personagens e tudo. Aí eu passei isso pro Fábio Caldeira, grande amigo meu, e gênio do jeito que ele é, ele basicamente escreveu um livro. Com isso em mãos, aí sim eu poderia fazer as letras. Antes de fazer as letras, separamos o livro em dez histórias… capítulos na verdade. Esses capítulos se tornaram as músicas, por exemplo, o primeiro virou a “The Ancestry”, a primeira música de verdade do álbum, já que tem um instrumental antes. Aí nós desenvolvemos a partir dali. Se você reparar, a primeira metade do disco é mais europeia, não tem muita brasilidade, sabe por que? A primeira metade da história se passa na Europa, então o som é mais europeu. A partir de “Land Ahoy”, quando o navio chega no Brasil, entra a brasilidade nas canções, porque a história se passa aqui. Existe também no drama um momento em que eles voltam para a Europa, que é na “Fire With Fire”, e ali volta a ser mais metalzão, com uma linguagem erudita até. E por fim eles retornam ao nosso país e ali a brasilidade volta junto. É tudo muito legal e interligado. Tudo foi pensado, cada mínimo detalhe do Vera Cruz está ali porque deveria estar.
Ligado à Música: E para a composição das faixas instrumentais? Por exemplo, na “Frol De La Mar”, que é um momento de transição entre a “Skies in Your Eyes” e a “Crosses”. O que acontece ali nesse momento?
Edu Falaschi: Cara, ali é o momento que ilustra os navios vindo pra cá, ela introduz a “Crosses”, que se chama assim por causa das cruzes nas velas dos navios e tudo mais. A cruz da Ordem de Cristo… A “Frol De La Mar” tem aquele sentido do navio. Imagina naquela época, em 1500, os caras no meio do oceano e viajando em um navio, loucura total, não dá nem pra imaginar o que acontecia ali. Então a “Frol De La Mar” da esse tom épico e de loucura do que era o caminho no oceano. Ela tem todo aquele movimento cinematográfico do momento. Inclusive essa é uma das ideias do disco, o cara ouvir e vivenciar o clima cinematográfico. Ouvir e se enxergar dentro de um filme. Ouvir o Vera Cruz e ao mesmo tempo visualizar o Vera Cruz. E a “Burden” é a introdução da história, né, tem a luta da mãe do personagem, escondendo o bebê no mosteiro e tal, apresentando os personagens. O Vera Cruz é um épico, tô te falando, tudo foi minuciosamente calculado. Tudo no seu lugar.
Ligado à Música: Falando um pouco da sonoridade agora. Acho que a primeira impressão que bate é a de que o Vera Cruz é um álbum muito técnico, não só no instrumental mas na parte vocal também. Tem trechos no álbum como em “The Ancestry” ou na própria “Land Ahoy” que você sobe pra caramba. Como é que isso vai funcionar ao vivo? A banda já tá preparada e desesperada pra executar o álbum no ao vivo (risos)? E da sua parte, você acha que depois de ter superado os seus problemas vocais, você alcançou uma maturidade e um jeito diferente de cantar daquele Edu Falaschi que entrou no Angra por exemplo e que alcançava agudos com uma facilidade enorme?
Edu Falaschi: Na verdade o agudo não é um problema em si. O agudo não é difícil, o timbre é que é, e o jeito de fazer é que é. Eu resgatei o jeito de cantar do Rebirth, que eu parei de fazer porque eu tive aqueles meus problemas e tal. Eu não conseguia mais fazer essa técnica e eu voltei a fazer agora. Foi uma alegria tremenda, eu fiquei tipo: “cara, agora eu posso usar”, e eu estava esperando por esse momento. Mostrar para o fã no Vera Cruz e falar: “cara, você lembra daquela voz que te cativou na minha entrada do Angra? Essa voz tá de volta aqui bicho”. Aqueles agudos voz de peito, saca. Não tem voz cabeça nem nada, é voz de peito mesmo. E eu escrevi o álbum pro Edu Falaschi de agora, né. Escrevi pro Edu Falaschi que basicamente resgatou essa vocalização dos anos 2000. A ideia é soar parecida e bem perto disso, claro, igual é impossível. Pode falar qualquer banda do mundo, ninguém faz igual. Muito próximo com certeza, mas igual não é. Então vai ser bem fiel. Sobre a banda… cara, só tem monstro ali. Estamos falando de Roberto Barros, Aquiles Priester, o Rafa, Fábio, Diogo… só cara craque e experiente no rolê. A gente tá estudando pra apresentar o melhor, inclusive não só em questão técnica, mas audiovisual também. Um show que o cara veja e pense: realmente, é outro patamar.
Ligado à Música: Muito legal, inclusive eu já ia te perguntar sobre isso. Sei que é muito cedo e que estamos no meio de uma pandemia, mas vocês já estão pensando em um possível show de estreia do álbum? Algo diferente, com a participação de todos os envolvidos e tudo mais?
Edu Falaschi: Cara, eu vou querer fazer tudo. Um espetáculo com o melhor que pudermos trazer, full power (risos). Claro, temos que ver data, disponibilidade dos convidados e tudo mais, mas vocês já perceberam que eu tento sempre elevar o nível médio das coisas pra cima. Vamos tentar preparar algo especial para darmos para o fã aquilo que ele merece ter: um showzaço de qualidade.
Ligado à Música: Sensacional! Eu estava na gravação do Temple of Shadows In Concert e foi realmente diferenciado. Aliás, dá um jeito de lançar logo esse DVD pra gente por aqui (risos).
Edu Falaschi: Sim, sim, é um DVD bem lindo mesmo (risos).
Ligado à Música: Edu, agora um pouco sobre as participações do álbum, com Max Cavalera na “Face of the Storm” e com a Elba Ramalho em “Rainha do Luar”. Eles foram as suas duas primeiras opções mesmo?
Edu Falaschi: Sim, foram! Eu tinha duas ideias de pessoas que eram meus ídolos e que eu precisava tentar de primeira. E eu consegui. Dois grandes ídolos que fazem parte de um sonho. O que eles fizeram naquelas duas músicas… sério. O jeito que o Max cantou, a alma que ele colocou, aquela carisma da voz que só ele tem dentro do thrash metal, foi um negócio brutal. E a Elba, sem palavras. Que cantora, que intérprete, que mulher… a interpretação dela foi fantástica. A interpretação deles pras músicas elevaram as faixas em um outro nível e isso foi muito legal. Eu fui muito feliz de ter as minhas primeiras opções no disco, se não eu teria que ter ido buscar algum segundo plano e teria de direcioná-los pro caminho que eu queria, que seria o da Elba e do Max. E eu não precisei fazer isso, né. Eles colocaram aquilo que eu visualizei e queria desde o início, foi incrível. Foi tudo muito legal. Esse disco envolveu um alto astral demais em todos os sentidos. O Vera Cruz foi forjado no alto astral (risos). Não tinha como dar errado.
Ligado à Música: E como foi esse contato com a Elba? Você já tinha amizade com ela?
Edu Falaschi: Não, não, eu não conhecia a Elba ainda. Tem um amigo meu, o Alex, que me falou que conhecia um pessoal da equipe dela. Uma delas é a Fatinha, a produtora dela, que é um anjo. Uma pessoa que, sei lá, veio do céu direto pra terra, sabe? E ela fez essa ponte, mostrou a música direto pra Elba. Ficamos eu e a Fatinha conversando e eu mandei tudo pra ela. Até que um dia eu estava aqui em casa, tocou o telefone e era a Elba Ramalho. Quando eu ouvi aquela voz com sotaque: “Edu?”. Eu quase desmaiei (risos). E aí começamos a conversar e ela falou que ouviu a música, que tocou o coração dela e que estava mais do que dentro, pra gente fazer acontecer. Ela falou que só precisava que eu fosse pro Rio de Janeiro, porque ela tinha que gravar lá e óbvio que eu aceitei. “Pô, eu vou pra onde você quiser, Elba” (risos). Aí eu fui pro Rio de Janeiro e nós gravamos no estúdio que ela tem dentro da casa dela. Putz, cara, foi a sensação de uma realização máxima. E ela é um doce de pessoa, super educada e com uma gentileza assim… indescritível. Me tratou como se me conhecesse a mó cara.
Ligado à Música: É, ela realmente passa esse astral.
Edu Falaschi: Total. E então gravamos e foi sensacional. O dueto que a gente faz… aquele cruzamento das vozes ficou muito bonito, ficou forte pra caramba. Muito legal.
Ligado à Música: Muito mesmo. E na gravação em si, que ela já tinha escutado a demo… vocês chegaram lá e gravaram direto ou ainda rolou uma troca de informações e colaboração de ambas as partes? Não sei, um pitaquinho aqui ou ali de algo que poderiam fazer diferente?
Edu Falaschi: Então, ela já tinha gravado uma amostra pra mim. Aí ela gravava um trecho e me perguntava se era esse o caminho, por que ela nunca cantou metal, né? Então eu falava pra ela se soltar e ela super fofa, vamos dizer, tentando entender o estilo. E claro que eu falava pra ela não se preocupar. Eu falava: “Elba, seja a Elba Ramalho, faz aquilo do jeito que você faz que vai ficar maravilhoso”. Eu dava uns toques, claro, no metal a gente tem uma métrica um pouco mais quadrada né, pra não ficar muito solto, meio MPB e tal. O metal é mais quadradão, né? Naquela parte eruditona por exemplo, tem que ser um pouco mais quadrado. Mas ela colocou a alma dela. A Elba é a rainha da música brasileira, swing total na voz. Dança pra caramba também e tudo. Mas eu só dei esse direcionamento. Tá louco, né. A Elba Ramalho tem uma história que eu não preciso nem falar nada, experiência sem tamanho. Quantos milhões de discos e coisas ela já não fez na carreira? Experiência ali não falta. Quem tava ali aprendendo era eu. O que eu vi ali foi uma aula de como ser um artista, de como se portar, como cantar. Eu aprendi muito nos dias em que fiquei lá. Foi importante pra caramba pra mim.
Ligado à Música: Edu, esse é o primeiro álbum que você denomina como de fato solo. Só que pelo que nós acompanhamos na produção e tudo no seu canal no Youtube, foi um álbum muito colaborativo. Qual é a diferença desse seu disco solo, no processo de composição e tal, pra outros da sua carreira?
Edu Falaschi: Então, esse é o meu primeiro disco de inéditas como artista solo, vamos dizer assim. Tem gente que me pergunta: “pô, mas você lançou o primeiro álbum do Almah e tudo”. Mas era diferente, eu era membro do Angra ainda e tal. Não era uma carreira solo. Agora eu sou 100% independente e solo. O Almah parou e eu não tenho o Angra. Agora sim eu estou em uma carreira solo. Mas eu tenho esse perfil de banda né, de agregar um ao outro e tudo mais. O Roberto Barros produziu o disco comigo, todos tinham liberdade pra compor, incluir as próprias melodias… O Aquiles, por exemplo, eu falei assim pra ele: cara, vai aí e “Aquiliza” o negócio (risos). Você ouve e sabe que é o Aquiles ali no álbum. Então foi isso, cada um colocou o seu próprio DNA e tiveram liberdade pra isso. Apesar de ser uma carreira solo e eu ter o controle das decisões, o poder de decidir o direcionamento de tudo, foi muito colaborativo. E outra, é um disco que celebra os 30 anos de carreira, né? Então tem uma história a ser contada ali, por isso que eu tive que tomar digamos, meio que a frente, pra construir essa história em cima dos meus 30 anos de carreira. Mas o tratamento é de banda total. Sempre foi.
Ligado à Música: Você comentou que é uma celebração aos seus 30 anos de carreira. Tem no álbum alguma coisa sua que você compôs tem 20 anos, 25… melodias, riffs?
Confira a resposta em vídeo, com Edu executando algum dos riffs e melodias em seu violão.
Ligado à Música: Agora sobre a linha de produtos exclusivos que nós teremos por aqui, o box e tudo mais.
Edu Falaschi: Exclusivo mesmo hein, inclusive esse digibook aqui é só pro Brasil mesmo, com as letras e o roteiro em português e tudo mais. Só pro Brasil mesmo.
Ligado à Música: E tudo isso foi ideia sua mesmo?
Edu Falaschi: Cara, a ideia do box foi do meu empresário. Essa caixinha de tesouros aqui com tudo dentro, o digibook, o CD, DVD, caneca, camisa e tal. Já o produto mesmo, o digibook, a ideia de fazer um livro, capa dura e tal, e o digipak, que vai sair ainda, que você abre e abre um pop-up no formato de uma caravela, legal pra caramba… Esse material, o digipak e o digibook, foram ideias da gravadora, da MS Metal Records. Uma união de boas ideias e foi muito legal. Um negócio diferenciado pro fã do Brasil.
Ligado à Música: E dá pra ver que foi pro fã mesmo. O box completo saiu, sei lá, na época acho que em torno de R$ 200 e hoje em dia esse é quase o preço de um digipak simples importado pra quem coleciona CDs por exemplo. O produto é muito legal e veio com um preço muito bacana. Dá pra ver que foi feito pensando no fã mesmo.
Edu Falaschi: Exatamente, pra todo mundo poder comprar. O box esgotou, a gente fez duas mil unidades só e não vamos produzir mais. É pra ser exclusivo mesmo, né? Pra ser especial. Quem tem, tem. A camiseta que veio dentro do box, é só pra quem comprou. O que tem ainda pra vender é o digipak, o produto de massa digamos assim. E vai ter o CD acrílico em junho também, o mais simples e tal. Mas mesmo assim, ele vai vir em uma luvinha e com um pôster também.
Ligado à Música: Aproveitando o assunto do digibook, que você comentou que vem com a história completa em português. Existem planos de lançar, sei lá, uma HQ, um romance ou alguma coisa com a história do Vera Cruz sendo levada adiante e adaptada?
Edu Falaschi: Cara, nós estamos trabalhando em um livro já. Um livro mesmo, um romance, tipo um livro tradicional. Já estamos produzindo e deve sair no final do ano.
Ligado à Música: Caramba, muito legal. Dessa eu não estava sabendo.
Edu Falaschi: Essa eu não comentei pra ninguém, tá saindo aqui em primeira mão, hein? (risos). Mas sério, daqui pro final do ano tem muita coisa pra acontecer ainda, muitas novidades e muita coisa pros fãs ficarem contentes.
Ligado à Música: Bom Edu, o nosso tempo tá acabando. Já que você comentou, o que podemos esperar para os próximos meses? Eu assisti a audição do Vera Cruz junto com o pessoal da banda e achei engraçado um comentário do Barros. Ele disse que ia tirar um mês de férias e depois ia voltar a estudar… estudar o que? (risos). O cara é um monstro e quer vir com essa pra cima da gente (risos). Tira doze meses de férias (risos).
Edu Falaschi: O Barros é foda (risos). Mas eu duvido, ele não vai ficar um mês sem tocar. Ele vai levar a guitarra pra sei lá, pro hotel e pra onde ele for (risos). Mas assim, eu acho que esse período que nós temos até os shows é longo. A pandemia não deve passar esse ano e os shows devem voltar só ano que vem, eu imagino. Então esse tempo eu vou tirar pra planejar tudo do jeito que eu quero, né. Um show é um lance complexo e uma parada que precisa de um estudo e de uma preparação estrutural pra fazer tudo acontecer. E cara, a gente tem clipes pra gravar ainda também, inclusive estamos no meio da gravação de um. Assim que acabarmos, já vamos partir pra outro. Aí a gente tem os clipes, tem o livro e outras coisas que eu quero fazer inerentes aos 30 anos de carreira, que eu também devo lançar alguma coisa. Então eu vou estar trabalhando, até o final do ano eu vou estar bombando com tudo isso. A gente precisa ensaiar também, ensaiar bastante pra executar tudo perfeito no show. Basicamente eu acho que a gente deve anunciar as datas e locais da turnê ainda este ano, pra cair na estrada no ano que vem. Vamos ver o que acontece. O caminho vai ser esse, tem muita coisa pra lançar. O Vera Cruz, como eu comentei, é muito intenso e complexo. Então tem muita coisa pra preencher bem o nosso tempo até o final do ano. Aliás, quando sair a divulgação das vendas eu acho melhor a galera correr. Você mesmo viu que o box esgotou, que o digibook esgotou… A galera tá rápida (risos).
Ligado à Música: Pois é, eu lembro que peguei o meu box em novembro ou dezembro e logo já era (risos).
Edu Falaschi: É, faz um tempo que o box esgotou. Não deixem acontecer isso com os ingressos, hein (risos).
Ligado à Música: Pô, não tem como. Os caras perdem o box e perdem o digibook, não é possível que vão morrer na praia sem os ingressos (risos). Bom Edu, acho que é isso. Obrigadão pela oportunidade, eu sempre acompanhei de perto o Angra e os seus trabalhos em outras fases e momentos. Aliás, esses dias eu estava conversando com um amigo sobre o “Call to the End”, do Symbols, e é engraçado que sempre bate aquela dúvida: “pô, será que aqui quem tá cantando é o Edu ou o Tito?”, e aí nós descobrimos que nos vídeos disponíveis no Youtube, em quase todos você encontra o perfil do Tito comentando que tal parte é dele, que tal parte é sua (risos), bem legal!
Edu Falaschi: Puta, que daora, ele faz um guia então (risos). Muito bom. Brother, brigadaço. Imagina, foi muito legal a entrevista e sou eu que agradeço. Tamo junto!