Duran Duran – Paper Gods (Warner)

Nota 5

duran-duran-paper-godsAlgumas bandas que foram sucesso em determinada época, muitas vezes, até sobrevivem à passagem do tempo. No entanto, perdem alguma coisa pelo caminho e não conseguem recuperar mais sua glória. Quando estamos falando sobre o pop/rock da década de 1980, então, isso fica ainda mais evidente. Os britânicos do Duran Duran, acabam de lançar seu 14º álbum de estúdio, “Paper Gods” e com ele pode ter fechado, definitivamente, a tampa do caixão onde estiveram moribundos nos últimos anos.

O disco é um exemplo daqueles em que o ouvinte, e o velho fã, se perguntam por que eles insistem? É lógico que deve ser muito chato viver do passado, preso à antigos hits incansáveis. Mas o problema é que é impossível deixar de associar o nome Duran Duran de clássicos como “The Reflex”, “Wild Boys” ou “Save a Prayer” e aí, na comparação, não dá para ficar feliz com o que Simon Lê Bon e companhia apresentam de novo.

Há anos, eles vêm tentando se reinventar a cada novo trabalho, trazendo nomes de peso na música pop atual. Desta vez, chamaram o guitarrista Nile Rodgers (Chic), responsável pelo clássico “Notorious”, e o onipresente e “queridinho” Mark Ronson, que já havia trabalhado com o grupo no álbum anterior, “All You Need Is Now”, para produzir ao lado de Mr. Hudson e Josh Blair, também presentes no último CD. Mas isso não ajudou em muita coisa. O resultado apresenta 12 faixas – 15, na versão delux – repetitivas, pairando em uma espécie de limbo entre a nostalgia do passado e a tentativa desesperada de se encaixar no presente.

Duas faixas são exceção e dão alguma graça ao álbum: “Dancephobia”, que tem a participação de Lindsay Lohan nos vocais, e “Faces For Today”, que na verdade, é bacana porque se parece com o som dos “meninos” que estrearam há quase quatro décadas. A participação de John Frusciante também merece destaque, garantindo um tom mais “eletrônico” para “Paper Gods”.

A ótima Janelle Monèa fecha o time de participações especiais, mas seu talento não chega a se destacar, em uma canção pouco interessante e que não agrega nada além de repetição ao disco. É realmente lamentável não poder guardar apenas as lembranças boas de uma banda que ajudou a popularizar a new wave e animou muitas festinhas por aqui e pelo mundo.