Dire Straits Legacy retorna a São Paulo com noite repleta de clássicos
Fotos: Reprodução/Bullino/A Ilha do Metal
Pouco menos de um ano desde sua última apresentação em São Paulo, o Dire Straits Legacy, grupo que conta com músicos que passaram pela icônica banda britânica, retornou ao Espaço das Américas, na última quinta-feira (25), na capital paulista. Dessa vez, o grupo apresentou algumas novidades, entre elas, a presença de grandes nomes da música: Trevor Horn (baixo) e Steve Ferrone (bateria).
Com alguns minutos de atraso do horário previsto, o Dire Straits Legacy subiu ao palco da casa. Sem cometer o mesmo erro da última passagem pelo país, na qual o grupo havia iniciado seu repertório com a morna “Private Investigations”, que não parecia ser de grande conhecimento para boa parte do público, o grupo se redimiu. O clássico “Walk of Life” foi a faixa escolhida para o pontapé inicial, levando os presentes ao delírio. Apesar da maior parcela do Espaço das Américas estar configurada por mesas e cadeiras, nesse momento todos encontraram-se dançando e aplaudindo o grupo. Sempre simpático, Phil Palmer foi primeiro a interagir com a plateia, desejando boa noite a todos.
Desde o inicio do projeto, havia sido anunciado que o DSL seria uma forma de celebração ao legado do Dire Straits. Todos sabemos que Mark Knopfler era a alma da banda, mas isso não tira o mérito de todos que em algum momento fizeram parte do grupo, muito menos os priva de também demonstrar tamanha técnica, e foi assim durante todo o espetáculo. Com o instrumental praticamente intocável, as faixas “Setting me Up” e “Down to the Waterline” foram perfeitamente executadas. “Jesus Street”, lançada no ano passado, com grandes influências dos trabalhos originais, chegou a ser cantada por alguns dos presentes. Já para os apaixonados, “Romeo & Juliet” e “Tunnel of Love” caíram como uma luva, com grande parte dos casais da casa dançando de um lado para o outro.
Se para muitos que ali estavam, a história dos dois novos integrantes do grupo não parecia ter tamanha importância, para outros, com certeza não funcionava dessa maneira. Trevor Horn possui tamanha influência sobre o rock/pop da década oitentista, que é conhecido como “o homem que inventou os anos 80”. Como músico, o baixista passou por grupos como The Buggles, Yes e Art of Horn. Não sendo suficiente, como produtor a sua lista de trabalhos vai mais além. Trevor produziu discos de artistas renomados como David Bowie, Eurythmics, Tina Turner, Pet Shop Boys, Paul McCartney e muitos outros. Steve Ferrone não fica muito para trás. O baterista esteve com Tom Petty and the Heartbreakers pelos últimos 25 anos, além de ter gravado e se apresentado com nomes como Duran Duran, Eric Clapton, Aerosmith e Johnny Cash.
Voltando ao show, o Dire Straits Legacy esbanjava simpatia e passeava por toda a carreira do grupo. Como não poderia ter sido diferente, o ponto alto do show aconteceu com “Sultans of Swing”, dessa vez com Marco Caviglia ficando responsável pelo solo, fazendo com que a faixa durasse mais de dez minutos. Problema nenhum para o público, que aplaudia cada riff e lick do maior clássico da banda. “Your Latest Trick” deu espaço para Mel Collins e seu solo de saxofone. Apresentado pela banda, Trevor foi muito bem recebido e também desejou boa noite à plateia. O “groove man”, Ferrone, não ficou para trás na faixa. Solando em sua bateria como se fosse a coisa mais simples do mundo e sem um pingo de suor, deixando muitos dos presentes boquiabertos e apontando para o mesmo para fazer algum comentário.
Já na reta final do show, vieram os clássicos “Telegraph Road” e “Money for Nothing”, sendo essa última tão celebrada quanto “Sultans of Swing”. O grupo se retirou do palco e aguardou alguns minutos para o retorno, enquanto todos clamavam por um bis. “Brothers in Arms” e “So Far Away” então encerraram a noite do aniversário de São Paulo. Um repertório amplo e marcado por uma execução impecável, com grandes músicos e celebrando o legado de quarenta anos de um dos maiores nomes do rock.