Dia Mundial do Rock: Fãs tatuam autógrafos de seus ídolos
O Dia Mundial do Rock foi criado após o grande evento Live Aid, ocorrido no dia 13 de julho de 1985, no Estádio de Wembley, em Londres, com o objetivo de arrecadar fundos contra a fome na Etiópia. Porém, o rock para muitos não é comemorado apenas em uma data. É como um estilo de vida que vai além de um segmento musical. O ritmo contagiante e energético faz parte do dia a dia de muitas pessoas também no visual e até na pele. O Ligado à Música conversou com alguns fãs que tiveram a oportunidade de estarem próximos aos seus ídolos que consideram verdadeiros heróis do rock n’ roll. E não bastou ficarem cara a cara com os artistas, seus autógrafos estão marcados na pele para sempre. Foi assim que Adriano Silva, Gabriel Souza, Mariana Franco, Ronai Menezes, Rita Soriano e Sharon Sevilha tatuaram as assinaturas de seus músicos preferidos para celebrar aquele momento especial. Confira a seguir os relatos dos fãs apaixonados pelo rock.
Adriano Silva, 40 anos, desenhista
Adriano é conhecido pelos seus quadros com desenhos realistas. Seu sonho é entregar sua arte para todos os integrantes da formação original do Guns N’ Roses. Essa meta está praticamente batida. Adriano já esteve com Slash, Steven Adler, Duff McKagan e Axl Rose, faltando encontrar apenas Izzy Stradlin. Depois de algumas tentativas, seu encontro com Axl Rose aconteceu durante a última turnê brasileira. Adriano viajou até o Rio de Janeiro para entregar ao cantor o seu quadro. Com muita persistência, ele conseguiu ter acesso ao camarim de Axl, mas para entrar, precisou deixar seu celular e câmera fotográfica com a equipe: “Axl estava de roupão azul celeste, com flores brancas, descabelado, descalço, acho que tinha acabado de sair do banho. Assim entendo porque não pude registrar o fato”, recordou. Adriano se lembra com muito carinho desse momento especial: “Ele levou o quadro para o canto da parede e veio ao meu encontro, segurou minha mão com as suas – me emocionou muito – deu um sorriso de lado sem mostrar os dentes e agradeceu somente com a cabeça, como um cumprimento”. O momento com Axl Rose durou cerca de sete minutos e, para ficar eterno, o líder do Guns autografou seu braço que virou uma tatuagem: “Beta (empresária brasileira de Axl Rose) buscou uma caneta e ele escreveu seu nome em meu braço direito, pegou em minha mão e agradeceu novamente. Percebi que era hora de ir embora, fui até a porta e olhei para traz e ele deu um sorriso e um joia, e agradeceu outra vez”.
Gabriel Souza, 24 anos, fã-clube Anthrax Brazilian Army
Gabriel curte o Anthrax há mais de 10 anos e desde então coleciona tudo o que é lançado da banda. Além disso, ele é fundador do Anthrax Brazilian Army, fã-clube oficial do grupo no Brasil: “Assim que eu completei a minha primeira discografia do Anthrax em CD, sentia que aquele material adquirido até então não era o suficiente para satisfazer minha necessidade de fã, então comecei ai ir atrás de outros materiais, como bootlegs e singles. A princípio, comprava somente CDs, com o passar do tempo comecei a adquirir LPs, pois alguns trabalhos só estão disponíveis neste formato, e agora mais recentemente comecei minha coleção de fitas K7″. Porém, sua maior coleção são as assinaturas dos músicos tatuadas em seu braço. Gabriel teve a oportunidade de encontrar integrantes como Joey Belladonna, Scott Ian, Frank Bello e Charlie Benante.
Marianna Franco, 34 anos, autônoma
Como uma verdadeira fã, Mari coleciona diversos itens dos Ramones que inclui revistas antigas, CDs, fotos e autógrafos. Seu maior ídolo do lendário grupo, precursor do punk rock, é o baterista Marky Ramone. Em 2013, ela teve um momento especial com o músico quando foi com alguns amigos assistir seu show em Americana, interior de São Paulo. No caminho, ainda na estrada, cruzou com a van de Marky por coincidência. Todos acenaram para ele de dentro do carro e o artista foi bem receptivo. Quando chegou ao local do show, o baterista liberou credenciais à Mari e seus amigos para curtirem o show nos bastidores: “Tive a oportunidade de assistir a passagem de som do Marky e conferir toda a sua técnica e perfeccionismo com o som da sua bateria, pude ficar com ele no camarim, assistir o seu aquecimento, os bastidores das entrevistas que ele concedeu e também assistir o show de cima do palco! Ao final do show, tive a oportunidade de sentar na bateria do meu grande ídolo, de pegar a baqueta e a toalha que ele usou, o set list e todo o tipo de lembrança que um fã conseguiria carregar!”. Aquela noite mágica foi completa quando Mari pediu um autografo de Marky em seu pulso, assim, eternizando aquele momento especial. Tempo depois, ela teve a oportunidade de mostrar a tatuagem ao músico e ganhou um beijo no local escrito.
Ronai Menezes, 21 anos, chefe pleno
Ronai sempre teve vontade de ter tatuagens de suas bandas preferidas. Começou a curtir as bandas Megadeth e Destruction em 2008, desde então a paixão só cresceu. Em 2013, tatuou desenhos referentes aos grupos em cada braço. No ano passado, conheceu os músicos Dave Mustaine, David Ellefson e Chris Broderick, do Megadeth, e também os caras do Destruction: “Em 2014, tive oportunidade de me encontrar com David Ellefson e Chris Broderick e pedi uma assinatura de cada na minha tattoo do Megadeth, me inspirando em um amigo que tem uma tatuagem do Anthrax assinado pelos músicos. Depois veio o Destruction no fim de 2014 e passei no hotel onde os músicos estavam hospedados e também fiz a mesma coisa, pedi assinaturas na minha tattoo. Era legal ver a expressão deles quando viam minhas tattoos e assinaram”.
Rita Soriano, 27 anos, estudante
Rita começou a ouvir rock por influência de seus pais. Com o tempo, ela foi adquirindo seu gosto pessoal, foi então que Joan Jett (ex-The Runaways) e Michale Graves (ex-Misfits) se tornaram seus grandes ídolos. Para ela, estar próxima desses artistas seria algo impossível, mas em 2012, seu namorado ajudou a realizar o sonho de conhecer Jett: “Meu namorado me deu um dos maiores presentes que já ganhei na vida, pois meu aniversário era quatro dias antes do show dela aqui no Brasil. Ele me levou pra conhecê-la! Cara, foi realmente surreal”. A emoção continuou depois do show quando Rita retornou ao hotel para guardar aquele momento para sempre: “Dessa vez o autógrafo foi dado no meu braço para toda vez que eu olhasse para ele, eu lembrasse do quanto especial eu era por ter algo tão único da cantora. Ela mal acreditava no que eu solicitava, mas com todo amor autografou meu braço”. Com o Michael Graves o encontro aconteceu quando ele veio ao Brasil com Marky Ramone, em 2013. Seu namorado mais uma vez ajudou com o encontro: “Fui conhecer o Graves para mostrar a tatuagem que tinha feito em sua homenagem e solicitar que ele também autografasse meu braço. Com a maior atenção do mundo ele fez o autógrafo”. Para Rita, os autógrafos de seus ídolos na pele é uma realização pelos “anos de amor e dedicação seguindo a carreira dos artistas”.
Sharon Sevilha, 45 anos, professora
Durante a primeira turnê brasileira do Kiss, em 1983, Sharon se encantou pelo vocalista e guitarrista Paul Stanley. Depois disso, começou a colecionar todo tipo de material da banda. Com os Ramones, a paixão veio depois, mas também intensa. Depois de 11 anos, ela realizou o sonho de ver o Kiss ao vivo, no festival Monsters of Rock, além de assistir também ao show dos Ramones. Sharon sempre gostou de tatuagem, mas esperou o momento certo para fazer as suas. Para homenagear seu ídolo Paul Stanley, tatuou uma rosa igual ao do músico no mesmo lugar, no ombro esquerdo. Em 2012, no Meet and Greet com a banda, o próprio Paul viu o desenho e autografou o braço da fã: “Mostrei a tatuagem e pedi que ele autografasse meu braço exatamente como tinha sonhado há tantos anos”. No mesmo ano, esteve com CJ Ramone e tatuou no braço os três integrantes originais dos Ramones como a homenagem que CJ fez para os músicos: “Meu Ramone preferido sempre foi o Dee Dee, mas dos que estão vivos, sempre foi o CJ. Era o lançamento do álbum ‘Reconquista’, no qual ele presta uma homenagem belíssima ao Joey, Johnny e Dee Dee, na canção ‘Three Angels’. Nesta mesma noite, falei com o CJ, tirei fotos e autografei meus CDs. E não tive dúvidas: tatuei os ‘three angels’ no meu ombro, igualzinho como ele canta na música”. Um ano depois, após sugestão de uma amiga, Sharon mostrou a tatuagem ao CJ em Santos e ele fez questão de autografar: “Mostrei os ‘três anjos’ para ele, ele autografou e, no dia seguinte, de volta a São Paulo, já fui direto fazer a tatuagem”. Ela pensa em fazer outras tattoos, porém, não de outros autógrafos: “Pretendo continuar me tatuando, já tenho até ideia de qual será a próxima, porém não serão autógrafos. Já eternizei em mim as assinaturas dos caras que mudaram a minha vida”, disse ao Ligado à Música.