‘Barbie’ é mais do que um mundo cor de rosa
Foto: Divulgação
Um dos lançamentos mais aguardados deste ano nas telonas está chegando. O filme Barbie estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas brasileiros.
Estivemos na pré-estreia e vamos falar um pouco do que te espera, claro, sem spoilers. Barbie foi feito para quem tem um sentimento nostálgico com a boneca, se divertia na infância e se inspirava enquanto reproduzia aquele mundo mágico.
O longa também foi feito para quem não vê profundidade nesse mundo cor de rosa, e sim um incentivo sutil e perigoso ao desejo do mesmo estereótipo e suas consequências.
O live-action se passa na Barbieland, onde todas as Barbies – que são mulheres independentes, confiantes, e profissionais – vivem dias incríveis todos os dias. Interpretada por Margot Robbie, a Barbie Estereótipo não faz ideia do abismo que existe entre o mundo real e a Barbieland.
Ao ser provocada a sentir sensações diferentes da felicidade de todo dia, descobre que sua idealização em ser alegria para as crianças não era exatamente assim na prática. O Ken? Nem mesmo a versão de Ryan Gosling deu ao boneco um papel maior do que apenas coadjuvante.
O filme gera um mix de emoções. Em um momento você é transportado para cenas da própria infância de quem viveu os anos 80/90. Arrumar a casa da Barbie, organizar o guarda roupas, planejar a aventura com o furgão, ou a festa na piscina, e tantas outras variações. Em outro, reflete no quanto a autoestima de tantos jovens foi impactada pelos corpos tão diferentes que vemos no dia a dia, e o que era considerado padrão, perfeito, digno de admiração e sucesso. São assuntos importantes, e que foram trazidos para a narrativa.
Poderíamos falar apenas do maravilhoso mundo cor de rosa e de uma vida sem problemas? Sim, é claro! Mas é tão mais grandioso romper essas barreiras. Com muito humor, ironia e leveza, esses e outros assuntos são incluídos nos diálogos trazendo questionamentos. E voltando a falar sobre o Ken – que é apenas o Ken enquanto a Barbie é tudo – uma inversão no patriarcado traz os homens reproduzindo o perfil que é espelhado nas mulheres no nosso mundo real.
Se os meses foram de muita espera e ansiedade por esse lançamento, só posso dizer que o filme faz jus a toda essa expectativa. É provocador ao alterar papéis e abrir os nossos olhos para enxergar de um novo ponto de vista. É profundo, porque gera identificação em vazios que nem lembrávamos que tínhamos, ou que ainda refletem em alguma dor. É muito divertido, porque traz a risada contagiante de antigas crianças que se tornaram adultas e entendem as referências. E vai fortalecer e unir quem estiver disposto a fazer diferente e não viver com limitações.