Foto: Reprodução
Gugu Liberato morreu, nessa sexta-feira (22), após sofrer um acidente doméstico em Orlando, nos Estados Unidos. Ele tinha 60 anos.
O apresentador teve uma queda acidental de uma altura de cerca de quatro metros quando fazia um reparo no ar condicionado instalado no sótão de sua casa. Gugu estava internado desde quarta-feira (20).
De acordo com a assessoria de imprensa do apresentador, o corpo deve chegar ao Brasil até a próxima quinta-feira (28) e o velório será aberto ao público em um salão da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Considerado um dos principais comunicadores da TV brasileira, Gugu Liberato fez história em seus programas de auditório, como “Domingo Legal” e “Viva a Noite”, sempre levando alegria aos telespectadores.
Com a empresa Promoart, revelou grupos pop como Dominó e Polegar. Confira a seguir depoimentos de alguns artistas lamentando a morte de Augusto Liberato.
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“Fazia muitos anos que não nos falávamos, mas há muita gratidão de minha parte, sem dúvida, pelo tanto que Gugu marcou nossa história – e a de tantas pessoas, as que lançou e as que inspirou com seu dom de comunicar. Gugu mudou as vidas do Marcos, do Marcelo, do Nill e a minha quando orquestrou o fenômeno que foi o grupo Dominó. Foi sagaz, visionário, ousado, pioneiro, inovador. Ele tinh tino pros negócios e um olhar marketeiro raro. Meus sinceros sentimentos à família. Que ele descanse em paz”
Uma publicação compartilhada por Afonso Nigro (@afonsonigro) em 22 de Nov, 2019 às 6:30 PST
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Quando soube ontem que Gugu Liberato havia se acidentado gravemente, imediatamente voltei para o ano de 85. Havíamos lançado nosso segundo Lp “Televisão”, e no próprio título do disco declarávamos nossa paixão pela TV. Desde sua gênese, os Titãs queriam ir para os “programas de auditório”. Nos anos 80, não havia melhor lugar para as bandas de rock divulgarem seu trabalho do que esses incríveis programas, que onde se apresentavam calouros junto com músicos profissionais. Nossa estreia na telinha foi cantando “Sonífera Ilha”, no programa Raul Gil. Passamos por todos: Chacrinha, Bolinha, Silvio Santos, Raul Gil, Barros de Alencar, Hebe Camargo – mas foi no “Viva a Noite” apresentado por Gugu, especificamente no quadro “Sonho Maluco”, que vivemos o momento mais surreal e emblemático do que era estar na TV. Num arranjo entre a gravadora e a produção uma telespectadora fã, “escreveu uma carta dizendo que seu sonho era ser salva pelos Titãs do ataque de uma aranha gigante que estava pendurada numa teia em pleno Viaduto do Chá, no centro de São Paulo”. A esdrúxula missão foi executada heroicamente por nós 8, e narrada de forma dramática pelo jovem apresentador. Depois do êxito da empreitada, encerramos o programa fazendo a dança do pintinho com Gugu. Há trechos dessa pérola no documentário “A Vida Até Parece Uma Festa”. Agora, ao receber a notícia de sua morte, uma tristeza perpassa meu coração. Vai junto com a vida de Gugu uma parte da minha história, da história da TV, da história do Brasil. Ficará para sempre em meu coração a lembrança das horas de espera nos camarins, da loucura dos playbacks e das chacretes/boletes/guguzetes; das fitas de VHS onde as imagens gravadas por minha mãe já não tem cor. São só chiados, riscos verticais e horizontais, que o bombril na antena tenta organizar, mas que se vão pelo tempo, o tempo, tempo, tempo. Deixo aqui com essas palavras minha homenagem ao Gugu Liberato, minhas condolências à família, e meu muito obrigado por ter dado espaço para a nossa música.
Uma publicação compartilhada por Nando Reis (@nandoreis) em 22 de Nov, 2019 às 6:14 PST