Arcade Fire – Everything Now | Resenha

Arcade Fire – Everything Now | Resenha

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Nota: 8

Uma das bandas mais bacanas do indie rock – talvez eles nem se encaixem mais nesse rótulo – os canadenses do Arcade Fire, que tem passagem garantida por aqui em dezembro para shows no Rio e em São Paulo, acabam de lançar seu quinto álbum de estúdio. “Everything Now” chega quatro anos depois do ótimo “Reflektor”, e traz em seu repertório uma crítica afiada à sociedade atual, suas celebridades descartáveis e o imediatismo da vida moderna, onde a internet dá as cartas.

Apesar da temática nada otimista ou “festiva”, o disco é, na maior parte do tempo, animado, dando continuidade à pegada mais dançante, flertando com a música eletrônica, iniciada no trabalho anterior. Exemplo disso é “Criature Confort”, single disponível na rede há algumas semanas. Essa faixa, aliás, resume muito bem a ideia do álbum, tanto em termos de letra, quanto musicalmente.

Não é por acaso que na produção está Thomas Bangalter, do Daft Punk. É fácil perceber que as três primeiras canções – a faixa que dá título ao disco, além de “Signs Of Life” e “Criature Confort”, essa última contando com a participação de Geoff Barrow, no Portishead, no sintetizador – tem como objetivo prender o ouvinte com sua pegada contagiante. Depois delas, o clima vai se transformando aos poucos, ganhando ares mais soturnos e sombrios.

Mas é a vertente mais disco de “Signs Of Life” e o som oitentista de “Electric Blue” que, sem dúvida, dão a cara desse quinto álbum. Muito provavelmente, será esse lado do repertório o destaque na nova turnê. Ao vivo, as músicas devem funcionar muito bem, colocando a galera para cantar junto em grande coro.

Nem só de festa é feito “Everything Now”. O disco contou com uma estratégia bem peculiar em sua divulgação, publicando textos irônicos sobre a própria banda em um site falso e criticando vorazmente o consumismo mundial e chega mordaz em faixas como “Put Your Money on Me”. Temas como morte e desilusão, sempre presentes nos trabalhos do sexteto, também tem seu lugar garantido.

Não dá para dizer que se trata de um disco com apenas bons momentos. Entre as 13 faixas, há alguns desacertos em que a banda parece ter perdido o fio da meada. É o caso, por exemplo, da versão balada de “Infinit Content”, que já em sua versão punk, é ótima. Ainda assim, é certo que o álbum figura entre os melhores que o Árcade Fire já produziu.