Glenn Hughes emociona público paulista em show com clássicos do Deep Purple

Glenn Hughes emociona público paulista em show com clássicos do Deep Purple

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Fotos: Bárbara Martins

Glenn Hughes, figurinha carimbada pelo país, se apresentou no último sábado (21), no Tropical Butantã, em São Paulo, com um repertório pra lá de especial. Pela primeira vez em quarenta anos, o músico decidiu excursionar apresentando um show apenas com clássicos do Deep Purple, banda da qual gravou três álbuns: “Burn” (1974), “Stormbringer” (1974) e “Come Taste The Band” (1975). Como não poderia ter sido diferente, o músico foi recepcionado com casa lotada.

Em um plano onde tudo que Glenn decide executar, soa maravilhosamente incrível, não existe o papo de deixar o melhor para o final. O melhor acontece independentemente do que seja, a cada momento do show. Sendo assim, para o delírio do público paulista, Hughes e seus companheiros de banda subiram ao palco para iniciar o show com a poderosa “Stormbringer”. Sem firulas, a dobradinha inicial se deu com “Might Just Take Your Life”. O primeiro contato do músico com os presentes veio a seguir: “Te amo, São Paulo”, disse Glenn, agradecendo a recepção calorosa do público. Aos 66 anos, Glenn exibiu desde o começo da performance sua excelente forma vocal, característica que lhe rendeu o título de “A voz do rock”.

“Sail Away”, com seu riff mais cadenciado, é executada em coro com o público. Com sorriso estampado no rosto, Hughes agradeceu o carinho e fez a seguir o seu primeiro discurso: “Vocês me deixam loucos, São Paulo. Preciso dizer algo pra vocês, apesar de não ser muito bom com o português. Não foi vocês que vieram para me ver, fui eu que vim pra ver vocês!”, disse o músico. “Deus abençoe a todos”, concluiu. “Mistreated” e “You Fool No One” foram executadas em versões muito mais longas do que comumente, com os companheiros de banda de Glenn, Søren Andersen (guitarra), Jay Boe (teclado) e Fer Escobedo (bateria) abusando do gingado funk e bluesy.

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Com a banda se retirando do palco e dando espaço para uma performance solo, Fer Escobedo teve o seu momento a seguir, sendo posteriormente apresentado por Hughes. “Devem ter percebido que temos um novo baterista. Ele tem apenas 25 anos e veio de Santiago. Por muito tempo procurei um cara como ele em todo canto do mundo e finalmente encontrei”, declarou o músico. “Em qualquer lugar, em qualquer momento, vocês podem encontrar o sonho de vocês. Eu achei seu sonho e ele encontra-se sentado nessa bateria agora”, concluiu, fazendo com que o público calorosamente aplaudisse o jovem chileno. Søren também foi apresentado. O músico acompanha Glenn em sua banda solo há mais de dez anos.

Voltando ao show, Hughes disse que tocaria uma faixa que escreveu junto Jon Lord, e que segundo ele, “faria todo mundo chorar”. “This Time Around” foi executada. A canção foi seguida pela emotiva “Holy Man”. Antes de “Gettin’ Tighter”, o músico brincou com um fã que estava com uma camiseta da seleção brasileira com seu nome, e lembrou ter estado no Brasil para assistir a Copa do Mundo de 2014.

Além das canções de seus três álbuns com a banda, Glenn também abriu espaço para faixas do não menos aclamado “Machine Head”, sucesso da fase Ian Gillan. “Smoke on the Water”, fez o Tropical Butantã vir abaixo, também com um trecho de “Georgia On My Mind” no meio da canção. “You Keep On Moving” foi a derradeira antes do músico se retirar do palco pela primeira vez, se declarando novamente ao público. “Estou aqui para dar a vocês todo o amor que tenho recebido. Minha voz, é a sua voz”, disse o britânico. Ainda antes de se retirar, prometeu estar aqui novamente no ano que vem.

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Para o encore, Glenn voltou passando o baixo para um dos roadies que estava no palco. Dessa vez, “a voz do rock”, decidiu ser somente a voz literalmente. “Highway Star” foi executada com agudos esnobes e talvez até “desnecessários”, como se Glenn quisesse mostrar a todos o que ainda é capaz de fazer mesmo aos 66 anos de idade. Não que precisasse e não que não quiséssemos ao mesmo tempo. De volta ao baixo, a tecnicamente impecável apresentação da banda chegou ao fim com “Burn”.

Foram apenas doze faixas, com aproximadamente duas horas de show, devido ao alongamento de algumas delas, mas poderia ter durado o dobro. Glenn Hughes entregou aos presentes uma apresentação emocionante, tocando o que de melhor fez junto ao Purple e mostrando que idade não é problema algum para seus atributos vocais, deixando Gillan e Coverdale no chinelo. Prometendo voltar novamente, o músico se despediu diante de aplausos e gritos calorosos. Não poderia ter sido diferente, estávamos diante da voz do rock. Obrigado, Glenn!

O músico ainda se apresenta nesta e na próxima semana em Curitiba (24), Manaus (26), Porto Alegre (28), Rio de Janeiro (29) e Vila Velha (01).

Confira a nossa galeria de fotos desta apresentação neste link.

Setlist:

01. Stormbringer
02. Might Just Take Your Life
03. Sail Away
04. Mistreated
05. You Fool No One
06. This Time Around
07. Holy Man
08. Gettin’ Tighter
09. Smoke on the Water / Georgia on My Mind
10. You Keep on Moving
11. Highway Star
12. Burn