15 álbuns de destaque lançados em 2021; ouça playlist
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O ano de 2021, embora não tão radical quanto o seu antecessor, foi atípico para o mercado da música ao redor do globo. Protocolos não faltaram para que shows pudessem voltar a acontecer, shows esses que posteriormente foram postergados devido a infecção de algum membro da equipe ou da própria banda. Lentamente, com o retorno das aglomerações, o número de casos de infecções para o público geral também começou a subir e os shows começaram a ser novamente cancelados.
Diante do incerto cenário para os shows e música ao vivo, a indústria fonográfica pegou fogo com os lançamentos de estúdio. Álbuns engavetados, inspirações buscadas no momento caótico em que vivemos e tempo de sobra para compor. Quaisquer que tenham sido as razões dos músicos e bandas, tivemos novamente um ano em que o relacionamento fã e artista foi muito próximo e estreito, com material e lançamentos de sobra para os amantes do ramo.
Tendo dito, ouvir música no ano de 2021 foi tão importante quanto em 2020, e foram os álbuns abaixo que de alguma forma me impressionaram, emocionaram e trouxeram certa leveza para o pesado ano que ficou para trás.
Vale mencionar que os trabalhos estão listados em ordem alfabética e sem qualquer ordem de preferência.
ABBA – Voyage (Capitol/Universal Music Group)
O ABBA, um dos maiores fenômenos da música pop de todos os tempos, lançou em 2021 o seu primeiro álbum em quase quatro décadas. Intitulado Voyage, o sucessor de The Visitors (1981) manteve a fórmula de sucesso de outrora e é trabalhado em cima das melodias de Benny, das composições líricas de Bjorn, e claro, em duas das vozes mais encantadoras de todos os tempos, as de Agnetha e Frida.
Longe de ser o melhor trabalho do grupo, a nostalgia aqui fala mais alto. Um presente para os fãs e para o pesado ano de 2021, que encontrou certa leveza ao se deparar com o álbum de retorno do lendário quarteto sueco.
Destaques: “Don’t Shut Me Down”, “I Still Have Faitn In You” e “Just a Notion”.
Blackberry Smoke – You Hear Georgia (Thirty Tigers)
Com uma discografia mais do que consistente, o Blackberry Smoke, principal nome do southern rock contemporâneo e popularmente apelidado de “filhos do Skynyrd”, dificilmente erra. Em You Hear Georgia, sétimo álbum de estúdio dos americanos, no entanto, o grupo o foi além e lançou o seu melhor trabalho desde The Whippoorwill (2012).
Tal qual no citado anteriormente, aqui o Blackberry Smoke mescla diferentes elementos e inspirações em suas melodias, sem deixar de lado as raízes caipiras que moldaram a sonoridade da banda. Além de tudo, o trabalho conta com as participações de Jamey Johnson e de Warren Haynes (The Allman Brothers, Gov’t Mule).
Destaques: “Live It Down”, “Ain’t The Same” e “All Over the Road”.
Blackmore’s Night – Nature’s Light (earMUSIC)
O Blackmore’s Night lançou em 2021 o seu décimo primeiro álbum de estúdio Nature’s Light. Com a sua temática centrada nos poderes da Mãe Natureza, a ideia do grupo é entregar no disco uma válvula de escape aos difíceis tempos atuais. “Nossa música é um escape para o estresse e para a pressão dos tempos modernos. Viaje no tempo conosco, para um período simples e mágico, no qual a música penetra a sua alma e coração”, explicou Candice no release oficial.
Nature’s Light conta com um total de dez faixas e se ambienta com cada uma delas em sua própria forma e maneira, mas sem deixar de lado o elo que as unem: a força da Natureza. Liderado por Candice Night, uma das mais encantadoras vozes da atualidade, o Blackmore’s Night entrega o prometido e nos leva a mais uma divertida e intensa viagem ao passado medieval. Aqui recebemos mais do mesmo – felizmente, o mesmo em questão é guiado pela versatilidade e genialidade de Ritchie Blackmore.
Destaques: “Nature’s Light”, “The Twisted Oak” e “Wish You Were Here”.
Chez Kane – Chez Kane (Frontiers Music Srl)
O álbum de estreia da cantora britânica Chez Kane é uma das mais interessantes surpresas do ano de 2021. Produzido por Danny Rexon (Crazy Lixx), o trabalho é um resgate ao hard rock oitentista feminino. Refrãos poderosos, guitarras em modo de ataque e, claro, teclados e sintetizadores em força máxima, aqui temos mais do que uma homenagem ao movimento que vocalistas como Janet Gardner (Vixen) e Lita Ford ajudaram a popularizar nos anos de 1980.
O trabalho foi tão bem recebido mundo afora que a Frontiers, junto a Danny e Kane, anunciaram um segundo volume ainda para o início deste ano de 2022.
Destaques: “Better Than Love”, “Rocket on the Radio” e “Too Late for Love”.
Crazy Lixx – Street Lethal (Frontiers Music Srl)
O Crazy Lixx foi um dos responsáveis pelo revival do glam metal e pelo sleaze rock moderno que surgiu nas duas últimas décadas na Suécia. Sem rodeios e sem vergonha de demonstrar qualquer semelhança para nomes como o Mötley Crüe, Def Leppard ou o Europe, o grupo segue firme com o seu objetivo: o de trazer um pouco da diversão dos anos de ouro do hard rock oitentista americano de volta.
Na divulgação do single “Anthem for America” o apelo ficou bem claro: “Musicalmente, queríamos prestar homenagem ao som, atitude, talento e groove dos grandes hinos do hair metal dos anos 1980, início dos 90”.
Destaques: “Rise Above”, “Anthem for America” e “Reach Out”.
Crowne – Kings in the North (Frontiers Music Srl)
Kings in the North é o álbum de estreia do supergrupo Crowne. Formado por Alexander Strangell (Art Nation), Jona Tee (H.E.A.T), John Leven (Europe), Christian Lundqvist (The Poodles) e Love Magnusson (Dynazty), o trabalho não poderia entregar menos do que o esperado de cidadãos que bebem da abençoada água sueca. Com todas, e repito, literalmente todas as faixas do trabalho tendo potencial para serem lançadas como possíveis singles de divulgação, Kings in the North é poderoso e grudento, como todo bom álbum de hard rock deveria ser.
Destaques: “Kings in the North”, “Sharoline” e “One in a Million”.
Edu Falaschi – Vera Cruz (MS Metal Records)
Edu Falaschi, um dos principais nomes do heavy metal nacional, lançou em 2021 o seu primeiro trabalho inteiramente solo. Sem a necessidade de provar mais nada para ninguém, o músico não se deixou acomodar e presenteou os fãs com Vera Cruz: um álbum conceitual que não deve em nada para clássicos de sua carreira como o Temple of Shadows (2004). Não bastando a qualidade do trabalho em si, Edu ainda expandiu o universo do álbum e lançou itens complementares como uma adaptação em romance escrita por Fábio Caldeira, além também de um box especial e itens como fita cassete, vinil colorido e mais.
Vera Cruz não entrega apenas em sua qualidade e técnica, mas também no capricho e carinho para com os fãs. O trabalho, que ainda conta com a participação de nomes como o de Elba Ramalho e de Max Cavalera, foi, e está sendo, um lançamento como há muito tempo não se via no cenário nacional.
Destaques: “Sea of Uncertainties”, “Land Ahoy” e “Rainha do Luar”.
Eclipse – Wired (Frontiers Music Srl)
Liderado pelo multi-instrumentista Erik Mårtensson, o Eclipse é mais uma daquelas bandas que nunca decepciona. Assim como em qualquer um dos álbuns dos suecos, aqui a fórmula se mantém em cima do mais do mesmo: refrãos de arena e melodias chicletes. O Eclipse não quer, e nem deve, se reinventar. Que o grupo mantenha a roda nesse exato patamar, focado no que de mais divertido a década de 1980 nos presenteou quando o assunto tratava do melodic rock de filmes como Rocky, Top Gun e Thunder.
Destaques: “Dying Breed”, “Saturday Night (Hallelujah)” e “Run for Cover”.
Exodus – Persona non Grata (Nuclear Blast)
Com a volta da atenção total de Gary Holt para a banda, já que o Slayer anunciou o encerramento de suas atividades, o Exodus volta a soar raivoso e grandioso em Persona non Grata. Com riffs de guitarras matadores e uma tríade vocal excelente – formada por Zetro e pelos backing vocals de Holt e Hunting, Persona non Grata é um thrash metal clássico e primoroso, que não deve em nada para os álbuns lançados na década de 1980 pelo grupo.
Destaques: “Persona Non Grata”, “The Beatings Will Continue (Until Morale Improves)” e “The Years of Death and Dying”.
Helloween – Helloween (Nuclear Blast)
O mais novo autointitulado álbum do Helloween, o primeiro desde o retorno do vocalista Michael Kiske e do guitarrista Kai Hansen, é uma verdadeira celebração ao legado dos alemães. Mesclando sonoridades de todas as fases da banda, Helloween, que conta com um total de 14 fases, já nasceu indiscutivelmente épico.
Destaques: “Out for the Glory”, “Fear of the Fallen” e “Skyfall”.
Iron Maiden – Senjutsu (BMG)
Em Senjutsu, décimo sétimo álbum de estúdio do grupo, o Iron Maiden coloca em sua prateleira mais um daqueles discos para chamar de único. Com elementos inéditos e um toque cada vez mais progressivo, o álbum, lançado no formato duplo e com um total de 10 faixas, é um misto de: épicos de dez minutos, cavalgadas e muita técnica. Destaque para a performance fenomenal de Bruce, que não apenas canta, mas sim profere preces ao ouvinte com a sua nunca cansativa maturidade vocal.
Destaques: “Senjutsu”, “The Writting On The Wall” e “Hell On Earth”.
Nestor – Kids in a Ghost Town (Avalon)
O Nestor se congelou no tempo, provavelmente em algum momento entre 1986 e 1989, e saiu da cápsula em 2021 com seu álbum de estreia Kids in a Ghost Town. Pintado e colorizado com tudo o que de que melhor a década de 1980 nos proporcionou, o grupo chegou com os dois pés na porta e lançando, em pleno século XXI, um clássico do hard rock. Kids in a Ghost Town nasce na mesma prateleira de álbuns de nomes como os do Bon Jovi, Europe, Winger e Nelson.
Destaques: “On The Run”, “Perfect 10 (Eyes like Demi Moore)” e “1989”.
The Night Flight Orchestra – Aeromantic II (Nuclear Blast)
Já se tornou repetitiva a presença do The Night Flight Orchesta em listas de melhores lançamentos ano após ano. Tal qual como em seu antecessor Aeromantic (2020), o fenômeno sueco consegue, em seu sexto álbum de estúdio, soar ao mesmo tempo que moderno e retrô. Disco, pop, melódico: não existem gêneros que defina exatamente a sonoridade que Björn Strid, David Andersson (ambos do Soilwork) e Sharlee D’Angelo (Arch Enemy) conseguem alcançar com o grupo.
Com uma vibe nostálgica e de transição entre as décadas de 1970 e 1980, o The Night Flight Orchestra segue fazendo com que o mundo seja um lugar um pouco mais divertido com a sua proposta musical.
Destaques: “How Long”, “Burn For Me” e “White Jeans”.
Toxicrose – In For The Kill (Crusader Records)
A sonoridade do Toxicrose é difícil de ser rotulada. O grupo mescla um sleaze rock moderno com a estética e sonoridade dark de nomes como o The 69 Eyes e o Sister, sendo assim rápido, pesado e direto. In For The Kill, segundo álbum de estúdio do grupo e lançado cinco anos depois de seu trabalho de estreia, é exatamente a junção dos três: uma verdadeira explosão. Como canta o vocalista Andy Lipstixx em seus primeiros segundos do álbum: estejam prontos para a dominação!
Destaques: “Blood on Blood”, “Heroes e “Remedy”.
W.E.T. – Retransmission (Frontiers Music Srl)
Nome sempre garantido nas listas de finais de ano, o W.E.T entrega mais uma vez o esperado do grupo formado por Jeff Scott Soto, Erik Martensson e Robert Sall. Um AOR e hard rock de qualidade para o melhor nome do gênero. Refrãos grandiosos, melodias cativantes e vocais intensos. Um álbum que deixa claro que o trio segue compondo pelo amor ao que fazem.
Destaques: “Big Boys Don’t Cry”, “The Moment of Truth” e “One Final Kiss”.
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Para complementar a lista, adicionei também outros 35 álbuns que foram lançados neste ano, e preparei uma playlist com duas faixas de cada, totalizando assim 100 faixas de destaque lançadas em 2021. Ouça abaixo.
Alice Cooper – Detroit Stories
Barry Gibb – Greenfields: The Gibb Brothers’ Songbook (Vol.1)
Blacktop Mojo – Blacktop Mojo
Beast in Black – Dark Connection
Billy Gibbons – Hardware
Bonnie Tyler – The Best Is Yet To Come
Buckcherry – Hellbound
Cheap Trick – In Another World
Creye – II
Dee Snider – Leave a Scar
Electric Gypsy – Electric Gypsy
Gojira – Fortitude
Inglorious – We Will Ride
Jeff Scott Soto – The Duets Collection
Jim Peterik & World Stage – Tigress
Joel Hoekstra’s 13 – Running Games
Kansas – Point Of Know Return (Live & Beyond)
KK’s Priest – Sermons of the Sinner
Lucifer – Luciver IV
Martin Gore – The Third Chimpanzee Remixed
Nancy Wilson – You and Me
Night Ranger – ATBPO (And The Band Played On)
Ricky Warwick – When Life Was Hard & Fast
Rob Zombie – The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy
Robert Plant e Alison Krauss – Raise The Roof
Ronnie Atkins – One Shot
Spektra – Overload
Sting – Duets
The Darkness – Motorheart
The Dead Daises – Holy Ground
The Offspring – Let The Bad Times Roll
The Vintage Caravan – Monuments
Touch – Tomorrow Never Comes
Wayward Sons – Even Up The Score
Willie Nelson – That’s Life (Frank Sinatra Tribute)