Os Paralamas do Sucesso – Sinais do Sim | Resenha

Os Paralamas do Sucesso – Sinais do Sim | Resenha

SINAIS DO SIM - OS PARALAMAS DO SUCESSO - Capa

Nota: 7

Deixando um pouco de lado o momento conturbado vivido pelo país – e pelo planeta, de maneira geral – Os Paralamas do Sucesso, ao contrário do que se poderia esperar e diferente do que já fizeram outras vezes, não parecem muito interessados em crítica social, política ou qualquer coisa do tipo. “Sinais do Sim”, novo álbum do trio, vem falar de amor, fé, sonhos e esperança.

Com letras nada inspiradas, as 11 faixas, das quais apenas sete são inéditas, apresentam, em menos de 40 minutos, um repertório repetitivo e que lembra, de longe, o que a banda já foi um dia. Se a ideia desse 21º trabalho era, como Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone declararam recentemente, remeter às origens, lá pelo início da década de 1980, ponto para eles. Mas essa nostalgia não dá força suficiente ao disco. O que acontece é o contrário: o ouvinte – e fã – compara passado e presente e, sem dúvida, os anos 80 ganham de lavada.

A produção ficou a cargo de Mário Caldato Jr e do próprio trio. Entre as músicas não autorais, destaque para a balada “Não Posso Mais”, de Nando Reis, que também não mostrou seu melhor. Ainda no quesito balada romântica, “Teu Olhar” cumpre seu papel de forma competente. E falando em competência, se há algo inquestionável em relação a Herbert, Bi e Barone, é o trabalho como instrumentistas. Nesse sentido, os músicos só vem se aprimorando nesses 36 anos de estrada.

O rap português “Medo do Medo”, de 2007, traz na participação de Kassin seu maior trunfo, e acaba por ser tornar um dos melhores momentos de “Sinais do Sim”. É destaque também pela letra, a única que, de alguma forma, aborda as inseguranças e incertezas reinantes nessa segunda década do século XXI. A faixa traz ainda João Fera nos teclados, mais uma referência ao passado do Paralamas.

Fera aparece também na boa e suingada “Itaquaquecetuba”, que ganha ainda a ornamentação de um naipe de metais bacana. No fim das contas, trata-se de um disco de qualidade, bem produzido, seguindo direitinho a receita de um trabalho bem feito. Mas, fato é que, depois de oito anos longe dos estúdios, o que se poderia esperar seria, no mínimo, algo de realmente novo e relevante.